Capítulo Sete

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Theo. Ele nos vê, e fica parado por um tempo.

— Theo?

— Me desculpem. — ele diz e vai embora.

— O que foi? — pergunta Chad.

— É que acho que ele está chateado comigo.

— Ele gosta de você, Heather, tá na cara. Esse jeito dele de sempre disfarçar o que está sentindo só mostra mais.

— Não é nada disso. Ele só se preocupa e é um pouco ciumento. Eu vou lá falar com ele, não conversamos a noite inteira.

— Ok. — ele toca meu rosto e me beija de leve.

Volto para o apartamento. São 23:57. Como passou rápido. Quanto tempo fiquei beijando Chad? Acho que o suficiente para não ter quase ninguém na festa. Só estava a turma do último ano mesmo. Encontro Theo sentado com um copo de refrigerante na mão, sozinho e olhando para o nada.

— Theo, está tudo bem? — me sento ao seu lado.

— Não precisava ter vindo. Pode continuar lá com ele. Fazendo o que mesmo? Ah é, beijando o cara!

— Na verdade, foi ele quem me beijou.

— Percebi que você não queria também! — ele fala com ironia.

— Por que está agindo assim? Você é meu amigo, devia me apoiar.

— Heather, você mal conhece ele. Não sabe nada, além de que ele tem o poder de regeneração incrível! Quase um mutante! — ele ainda não engoliu o lance do joelho.

— Você não está nem aí para o que eu acho não é? Nem você, nem Jen. Ela me ignorou a noite toda. Só fica com Vick agora. Melhores amigas.

— Está com ciúmes. — ele fala sorrindo.

— É, eu estou.

— Agora sabe como eu me sinto?

— Não tem nada a ver! — eu me levanto. E ele faz o mesmo.

— Heather, escuta o que você está dizendo! Está cega pelo bonitão!

— Faço o que eu quiser! Você não é meu pai para me dizer quem devo ou não beijar! Nem meu pai tem esse poder sobre mim!

— Você não pensa no que fala! Deixa de ser besta, Heather, você só o conhece há uma semana. — agora estamos gritando em meio ao barulho da festa.

— Você é um idiota! — digo chorando.

— Heather, não faça isso com você mesma. — ele diz me segurando pelo braço.

— Faço o que eu quiser! — me solto dele e vou embora do apartamento. Chad me encontra.

— Heather, o que foi? O que ele fez?

— Nada, só quero ir embora. Para mim essa festa já deu.

— Vou com você.Saímos do prédio e pegamos um táxi. Não falamos nada. Ele simplesmente me olha e desvia o olhar várias vezes.

— Por que está fazendo isso?

— Você disse que não gosta quando te olham por muito tempo. Então eu te olho e depois paro, e depois olho de novo.

— Bobo. — digo, sorrindo.

Chegamos, eu pago ao motorista e saio. Chad me segue.

— O que está fazendo? O táxi foi embora.

— É... Não tem problema, eu espero outro.

Ele me abraça.

— Boa noite. — e me beija, mais rápido do que da primeira vez. E sem esperar respostas vai embora.

Entro em casa e vou para o banheiro. Essa festa foi um desastre. Não há festa em si, porque as festas do Eric são bem legais. Mas briguei com o meu amigo, e minha amiga nem me olhou na cara. A única coisa considerável foi Chad. Adormeço pensando em tudo o que aconteceu.

— Heather, acorda!

Sinto alguém me sacudir e gritar meu nome. Lexie.

— O que foi Lexie? — pergunto desorientada.

— São 07:00! Temos aula lembra?!

— O quê? — arregalo os olhos ao me lembrar que é segunda.

Pulo da cama e vou para o banheiro. Me arrumo feito uma mendiga, colocando tênis, uma blusa preta com manga comprida e uma calça jeans toda rasgada. Mas não me importo. Hoje é segunda, o ser humano com certeza não se adapta às segundas.

— Vamos Lexie! — ela pega sua mochila. Espera... — Cadê a mamãe?

— Ela já foi para o trabalho.

Nunca sei o horário da minha mãe. Nem ela sabe. Cada dia é uma surpresa. Fecho a porta de casa e saio em disparada.

— Não vai esperar Jen e Theo?

— Não. Acho que eles já foram. — ontem o dia inteiro Jen não falou comigo. Ela sempre vinha para casa assistir filmes nos domingos. Não sei nem se devo falar com eles. Droga! Hoje é o seminário de História! Serei obrigada a falar com eles.

Chego na escola e vou direto para o armário. Pego os cadernos e livros que irei usar hoje. Entro na sala. Está lotada. Cheguei dez minutos atrasada e vou sentar no fundo da sala. Tá, não cheguei dez minutos atrasada. Jen está com Vick e Chad. Theo está com Logan estudando. Ele sempre fica assim em dia de trabalho ou prova. Me sento na extremidade da sala e organizo minha bolsa. O professor Marshall chega e sorteia um aluno para ele e o seu grupo apresentar.

— E o primeiro será... — ele mexe no seu aplicativo de sorteio no celular.

— Eric Houston! Traga o seu grupo.

Eles apresentam normalmente, e até mandarem bem no trabalho. O professor sorteia novamente.

— Jennette Cooper! — ele falou ironizando, porque sabe que ela não gosta dele. Todos nós nos levantamos e ficamos de frente para a turma.

— Você está bem? — fala Chad.

— Estou. — digo. Theo começa.

— Então. Vamos falar sobre a Guerra Fria. — ele olha para mim.

— A Guerra Fria foi uma disputa ideológica entre os EUA e a União Soviética. Não houve conflito armado... — falo por muito tempo. Nem sabia que sabia tanto assim. Chad e Vick falam bastante e muito bem, coisas que nem tem no livro ou na internet com tanta precisão.

Acabamos e o professor nos elogia.

— Ok. Ótimo gente.

Os outros grupos apresentam e no final da aula, ele faz um comentário geral, dizendo o que ficou bom e o que precisamos melhorar. Ao tocar, todos saem e eu fico sentada, me sentindo uma droga.

— Oi, Heather. — Jen se aproxima e fala. — Nem vi quando você foi embora da festa.

— Você não me viu em momento nenhum, Jennette! Me ignorou completamente. Passou o dia inteiro comigo, e depois foi ficar com Victoria. Pode ir, ficar com sua amiga.

— Não faz isso, Heather! Fiquei sabendo que sua noite foi ótima. Ficou com Chad.

— Ele foi o único que ficou comigo.

— Theo está bem chateado não é?

— Está. Mas eu também estou. E não vou dar o braço a torcer para aquele cabeça dura.

— Como se você não fosse. — olho para ela de braços cruzados.

— Você está maquiada? — me aproximo ainda com os braços cruzados.

— É deu vontade hoje.

— Você nunca está com vontade. — Jen só usava maquiagem quando era estritamente necessário.

— Qual é o seu problema? Vai criticar tudo o que faço agora? É melhor parar por aqui. — e vai embora.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora