Capítulo Vinte e Nove

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Não se trata apenas de invadir o governo. É necessário entender por que eles vieram até aqui apenas para pegar meu pai. Todo o espetáculo com bombas e tiroteios foi apenas para fazê-lo render-se a eles. Por que se realmente quisessem nos destruir já teriam feito. E mataram minha mãe sem saber que ela era a mulher de Jeremy Parks. Isso é o pior. Isso não bate. Não faz sentido. E está me tirando o sono.

A reunião que organizei de última hora para por o plano em prática, vai começar em 5 minutos. E estou uma pilha. Virando noites pensando no meu pai. Tudo parece acontecer no modo mudo para mim. Mas agora isso vai mudar. Steve e sua equipe — e Miles, claro — são os primeiros a chegarem no salão de reuniões. Chad, Vick e Megan chegam tão curiosos quanto eu ficara antes de descobrir, embora Chad já saiba, duvido que tenha contado algo para Vick. Uma cabeça loira surge no fundo do salão e eu demoro para perceber. Jen. O que ela faz aqui? Theo também aparece junto com uma equipe de engenheiros comandados por Chad. Mas, antes dessa reunião, preciso resolver uma incógnita que tem cabelos louros. Faço um sinal para que eles venham até a estremidade do salão.

— Oi Heather. — ela é a primeira a falar, e me surpreende com um abraço que eu demoro uns segundos para processar e corresponder.

— Oi. — sinto tudo voltar. As lembranças, a minha vida antes disso tudo, a minha melhor amiga está aqui. Meu Deus. Ela não deveria está aqui. — Jen, você não sabe o que aconteceu, e o que vai acontecer...

— Não, Vick me disse tudo. Eu... Eu sinto tanto pela tia Kate. — ela me abraça novamente.

Meus olhos insistem em chorar novamente, e eu me permito mais uma vez. Mas... Vick não devia ter feito isso.

— Qual é o seu problema? — me viro para ela.

— Heather, ela só quis ajudar! — Jen tenta defendê-lá.

— Não! Eu nunca vejo você tentando me ajudar. Por quê? — ela não responde. — Droga, por que você a trouxe aqui? Já não basta eu ter perdido a minha mãe, você quer por à prova meus amigos? — grito, cortando o silencio, e fazendo eco no salão.

— Ei. — Theo toca meu ombro. — Não é esse o foco no momento. — me viro totalmente para ele excluindo os outros.

— Já te envolvi nisso, não quero que ela também se machuque.

— Você vai protegê-la. Nós vamos. Ela pode te ajudar, sabe que Jen é esperta. — ele fala como se mais ninguém estivesse nos escutando. — Está bem? — ele enxuga meu rosto molhado. Faço que sim com a cabeça.

Me volto para todos. — Que fique claro que eu sou a representante agora, e que nada sai do lugar sem a minha permissão.  — Tá, falei mais para Vick mesmo. — Vamos nos sentar? Ouviram a senhorita Stinfer. — Até que enfim palavras sábias vindas de Megan. E todos saíram.

Me ponho na frente de todos, e alguns me olham de cima a baixo, por causa da minha roupa, digamos que um pouco inadequada para uma líder. Mas puxa, tenho 17 anos, não abro mão de uma calça justa preta metálica que estou usando agora. Embora até eu concorde que está "chamativa" para a ocasião. Mas que se dane também. Pigarreio antes de falar.

— O plano é o seguinte: — todos os olhos se voltam para mim. Olhos curiosos, esperançosos, entusiasmados e críticos. — A primeira coisa que vamos fazer é tentar uma conexão com meu pai. Vamos invadir as transmissões de rádio, qualquer coisa que nos faça comunicar com ele. — alguém surpreendentemente levanta a mão. — Pode falar.

— Como vamos saber se ele vai nos ouvir? Se estará conectado a algum aparelho de transmissão de ondas sonoras? Ou melhor, como vamos saber se ele ainda está vivo?

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora