Capítulo Trinta e Cinco

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O dia começa. Dou um salto da cama, ficando um pouco tonta. Já se passaram dois dias e nenhum sinal de Miles, o que me deixa aflita, e acabo ocupando a cabeça mexendo em monitores, computadores, para aprender algumas coisas como hackear, scanear, rastrear, fazer conexões externas e outras especialidades. Isso funciona a princípio, mas volta e meia me pego pensando em Theo, em meu pai, minha mãe.

Não posso perder o foco.

Até que uma mensagem chega. Sem nem hesitar, abro a mensagem, que — Graças a Deus — é de Miles.

Ele diz que está bem e descobriu todas as entradas e saídas de ar, como eu havia lhe pedido pra verificar no dia anterior. Na mensagem há um anexo, onde mostra uma planta mostrando especificamente os dutos, janelas, sistemas de encanamento e as câmeras. E mais importante: a sala que controla isso tudo, e que pode desativar com apenas alguns cliques. Perfeito.

Quando dou por mim, já está anoitecendo. Preciso convocar a equipe antes de partimos.

O gás, ainda bem, está pronto. As máscaras contra o gás, também. As munições, impecáveis. Os veículos, de tanque cheio. A coragem para finalmente enfrentar o sr. Presidente, mais afiada do que eu pensava estar. Eu só preciso me lembrar de respirar que estará tudo sob controle.

Só respire, Heather.

Preciso falar com Lexie. Havia dias que não a procurava, mesmo sabendo que ela está bem e que está enfrentando tudo de forma bastante positiva, sou eu quem preciso de sua força agora. Deveria ser o contrário, mas há praticamente três meses minha vida saiu totalmente da normalidade.

Chego em seu quarto e a encontro deitada, rodeada de livros. Ao me ver, ela pula e vem na minha direção.

— Desculpe pela minha ausência. — digo, a apertando num abraço ganancioso e egoísta, na tentativa de sugar sua força.

— Tudo bem, sei que tem andado ocupada.

— Papai está bem.

Sua expressão muda. Lexie tem o rosto angelical, então quando sorri, é como se estivesse se abrindo um arco-íris. É contagiante.

Ela me abraça novamente.

— A melhor notícia que podia receber!

Agora que percebi. Seu cabelo está mais longo, e aparentemente, ela está mais alta, quase do mesmo tamanho que eu. Parece mais madura.

— O que está fazendo? — pergunto olhando para os livros atrás dela.

— Ah, nada demais. Só lendo sobre a história do Departamento e um pouco sobre o governo.

— E o que está achando?

— Fascinante. — infelizmente eu não havia lido muito, só o que Chad me mostrou, até porque não fui muito mente aberta quando cheguei aqui.

Mas acredito que ainda poderei ler sobre isso.

— Nosso avô era demais! — ela comenta.

Dou um leve sorriso. Olho o relógio, preciso ir.

— Ouça, estou indo buscar o papai.

— Vai fazer aquilo em que estava trabalhando todos esses dias?

— Sim. — respondo com entusiasmo, a esperança surgindo aos poucos. — Finalmente iremos salvar o Departamento. Preciso que torça para que tudo dê certo.

— Claro — ela me abraça uma última vez — se cuide.

— Eu amo você.

— E eu amo você.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora