Capítulo Vinte e Oito

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— Sinto muito, Heather, mas não pode ficar parada esperando que isso passe.

Victoria está inconvenientemente no meu quarto me dizendo o que fazer.

— Você não tem compaixão?

— As pessoas precisam ouvir alguma coisa. Precisam de esperança.

— E eu vou dar isso. Só que ontem... Não tinha como. E eu sou a representante agora, não preciso que me diga o que fazer. — cuspo as palavras sem pena. — E bom, estou com a perna costurada. Mas não sou fraca, não vou ficar chorando quando tenho um plano para colocar em ação.

— Certo. Estarei de plantão cuidando dos feridos. Se precisar, é só me chamar. — ela se prepara para sair e ignora minha rispidez.

— Vick. — ela se vira novamente para mim. — Quantos mortos?

— Quarenta e dois. — ela diz sem hesitar.

É como se eu estivesse sendo consumida por uma radiação mortal. Eu sou responsável por eles agora.

— Ok. — ela sai sem dizer mais nada. E minha primeira ação do dia vai ser colocar uma calça mais resistente. O uniforme de soldado. Vou até ao escritório do meu pai procurar por qualquer coisa que me ajude em um plano. O computador é um pouco complexo, pelo menos dos que eu estou acostumada a usar. E no momento em que eu me rendo a ele, uma luz aparece na porta da sala.

— Até que enfim. Preciso que vasculhe tudo neste computador.

— Não precisa nem pedir. — Chad se senta ao meu lado e começa a devorar a tela do computador com um prazer desconhecido para mim. — Aqui.

— Já?

— Na verdade eu já sabia.

— Bom, então abre.

— Está protegido por uma senha.

— Você não sabe?

— Jeremy disse que você saberia. A senha tem algo a ver com você e Lexie.

— O quê? Que porcaria!

— Calma, você consegue.

— Tem como você descobrir as combinações?

— Posso dar um jeito. — ele continua teclando algo. — Eu sinto muito pela sua mãe.

— Tudo bem. — digo prendendo o cabelo, sem encará-lo realmente. — Preciso ir na sala de treinamento. Depois eu volto.

Encontro Steve, que pontualmente está à disposição de qualquer eventualidade.

— Adorei o seu uniforme. — ele fala com humor. — Mas acho que fica melhor com um distintivo. — ele pisca pra mim, me dando o distintivo.

— Obrigada. Sabia que conseguia. — me sento a sua frente. — Preciso que diga tudo o que sabe do plano. — vou direto ao ponto, sei que meu pai confiou alguma informação a ele.

— Tudo o que seu pai me disse é que você é o plano. Como eu fui um dos poucos que já tive missão fora do Departamento, ele disse que eu devo acompanhar você no plano.

— Certo.

— E ele quase mudou o plano, quando você foi até a zona de quarentena. Mas ele achou que isso só mostrou o quanto você é capacitada para isso.

— Acontece que eu não sei qual é o plano. Para ter acesso, preciso de uma senha.

— É bom você descobrir rápido.

— É, tô sabendo. — me levanto para sair. — Quero que escale um grupo para a tal missão.

— Claro, líder. — ele diz, e eu me lembro que agora sou uma líder. E que preciso agir como uma.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora