Ouço o despertador ao longe. Não consigo detectar o porquê do seu alarme e quando me lembro, dou um pulo da cama.
— Vamos, Jen, acorde!
Saio abrindo o guarda-roupa procurando algo diferente. Meio difícil. Mas hoje é o grande dia.
No refeitório encontro todos e um clima suave, com um pouco de ansiedade, sente-se no ar.
— Filha, daqui a uma hora, partiremos. — diz meu pai, e nem percebera sua presença.
— Está bem.
Todos estariam no salão principal, em frente a uma grande tela, ouvindo Richard dizer música para nossos ouvidos.
Meu celular apita. Mensagem de Theo.
— O que houve? — pergunto, fechando a porta do seu quarto, que estranhamente ainda não havia visto. Mas é notável o toque neutro e rústico típico dele.
— Recebi uma notícia de Logan.
Ele faz uma pausa. Diga logo.
— Que notícia?
— Vamos perder o ano.
— O quê?
— Faz quase dois meses que estamos sem ir à escola.
— Você e Jen, porque eu já estou sem ir há uns três meses.
— Então, podemos não conseguir concluir o cronograma antes da formatura.
— Isso é ruim. — digo, colocando as mãos na cintura.
— É.
Me aproximo dele e toco seu ombro.
— Já está acabando, ok? Tudo isso está chegando ao fim, e é um fim bom. Vamos conseguir, está bem? Isso termina hoje, e então nos focamos na escola. Confia em mim, nós vamos dar um jeito.
— Eu nunca disse que não confiava em você.
Ele sempre consegue me tirar sorrisos.
— Você sempre acreditou em mim, não é? Sobre tudo isso, e cá estou.
— Acho que tenho um dedo bom para as coisas.
Sorrio com sonoridade agora.
— Deve ser.
O silêncio me faz ficar sem jeito. Decido sair.
— Preciso resolver umas coisas antes de partir.
— Claro. — ele põe as mãos nos bolsos da calça.
Me viro e saio do seu quarto.
Estou um misto de emoções. Quero ver as pessoas vibrarem ao receberem a notícia. Quero que o presidente se torne uma pessoa melhor. Me sinto culpada sabendo que ele sofre de problemas de infância, e deixá-lo no cargo, mas não há muito o que se fazer para tirá-lo de lá. As pessoas o amam, e isso é um segredo que torna o país mais amigável, o que não era muito do nosso feitio umas décadas atrás.
Andando sem rumo pelos corredores, esbarro com Megan.
— Oi, Heather! É bom encontrá-la antes do grande momento. — ela dá uma risada sem graça.
Ela está mais solta, diferente do seu jeito sério, e da sua postura firme e fechada, onde era impossível detectar a pessoa que havia por dentro.
— Posso trocar uma palavra com você?
— Claro. — digo.
Andamos até seu quarto. Super organizado e limpo, a claridade do ambiente me faz apertar os olhos.
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A Herdeira
AdventureTudo parece estar normal na vida de Heather Stinfer, e o que apenas a preocupa, é o futuro acadêmico. O seu pai, de quem ela nem se dava ao trabalho de lembrar, volta à tona, mas com uma notícia que mudará sua vida, através de duas pessoas misterios...