Capítulo 5

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Quando me ia embora para o autocarro, senti alguém prender-me o braço , olhei para trás...

- Que queres? - Perguntei 

- Acho que devíamos conversar... - Disse o Eric 

- Fala. 

Sei que estava a ser fria, mas o que é que ele tinha sido comigo até agora? Sem dar nem uma justificação? Sentia-me magoada. Ele olhava para mim como se fosse desmoronar.

- Vem comigo... Vamos para o meu carro.

O carro não estava longe. Por momentos senti medo do que ele me podia falar. Tinha um mau pressentimento. Ele entrou no carro e eu ainda fiquei um pouco a olhar, até que ele me abriu a porta. Sentei-me e liguei o rádio. Eu queria ouvi-lo e perceber porque estava tão estranho comigo... mas algo em mim não, algo em mim queria ir embora. Ele desligou o rádio e olhou para mim. Aquele olhar era tão carinhoso, tão profundo. Por momentos senti-me hipnotizada por aqueles olhos quase brancos.

- O meu pai quer que vá morar com ele. 

- O que? Porque? Porque agora? 

- Ele diz que o meu lugar é com ele. E por mais diferenças que tenhamos desde que os meus pais se separaram, ele foi pai e mãe. Eu não quero ir. E isso tem-me posto numa lástima. - Mandou com a cabeça contra o volante.

- Fala com ele e diz-lhe isso.  A tua mãe não é má pessoa e quer o melhor para ti, por mais que ele ache que estas melhor a viver com ele, se não estiveres feliz não é melhor. Vais ver que as coisas vão correr bem. - Tentei conforta-lo. 

Aquelas palavras abalavam-me de certa forma, eu não o queria longe de mim. Seria egoismo? E se ele fosse mais feliz lá? Nem sempre as coisas corriam como queríamos, o que não era necessariamente mau. 

- Queres que te leve a casa? 

- Leva-me aquela arvore... Lembraste de quando cantavas para mim ? 

Eu e o Eric costumávamos ir para lá quando eramos crianças, era um lugar perto da nossa cidade natal, era o nosso esconderijo. E mesmo sendo longe, de carro não se notava tanto.

- Queres mesmo ir lá? Lembro-me de tanta coisa lá... Pedi-te em casamento. - Disse rindo 

- É tão bom ser inocente. Vamos? - Ele ligou o carro.

Parecia que ele estava mais alegre com a ideia, fomos a cantar a viagem quase toda. Ele cantava muito bem, lembro-me que só ele me acalmava quando eu era pequena, sempre que algo corria mal eu ia ter com ele e pedia-lhe sempre para cantar para mim. Tinha saudades desses tempos. 

"- Porque estas triste Fly? Não te quero a chorar!

- O Snoopy foi para o médico dos animais, a minha mãe disse que ele estava doente. Eu não quero que ele morra! - Comecei a chorar.

- Tu já ficaste doente não já? E estas boa não estas? Ele vai ficar bem!

- Mas eu gosto muito dele! - Disse a choramingar.

Ele abraçou-me e deu-me uma pulseirinha. 

- Essa é a minha pulseira da sorte, vais ver que ele vai ficar bem. 

- Mesmo? - Disse ainda a choramingar.

- Mesmo! - Disse a sorrir para mim."

Lembrei-me, ainda tinha aquela pulseira guardada, ela podia não ser da sorte, mas o Snoopy ainda estava vivo, velhinho , mas vivo. Comecei a sorrir.

- Olha a rir-se sozinha, chegamos. - Disse-me desligando o carro.

Saímos do carro e começamos a andar em direção ao parque, estava tudo igual desde a ultima vez que lá tinha estado. Num instante chegamos lá. Sentei-me e fiquei a olhar para o lago. Não estava lá ninguém, era um sitio tão bonito. Como nunca estava lá ninguém?

O Eric sentou-se ao meu lado e ficamos a olhar a olhar a água por breves momentos. 

- Vamos ver quem atira paus para mais longe! - Disse eu toda animada.

- Vou ganhar! - Disse provocando-me 

- Da-me um pau que tu vês!

Quando ia a pegar no pau vi um simbolo na mão dele. 

- O que é isso Eric?


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Olá gente *-*

Espero que estejam a gostar, estou a gostar muito de escrever esta história e fico muito feliz por saber que estão a gostar, por isso votem e comentem ^^ 

beijinhos :D

Gotas de LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora