Quando me ia embora para o autocarro, senti alguém prender-me o braço , olhei para trás...
- Que queres? - Perguntei
- Acho que devíamos conversar... - Disse o Eric
- Fala.
Sei que estava a ser fria, mas o que é que ele tinha sido comigo até agora? Sem dar nem uma justificação? Sentia-me magoada. Ele olhava para mim como se fosse desmoronar.
- Vem comigo... Vamos para o meu carro.
O carro não estava longe. Por momentos senti medo do que ele me podia falar. Tinha um mau pressentimento. Ele entrou no carro e eu ainda fiquei um pouco a olhar, até que ele me abriu a porta. Sentei-me e liguei o rádio. Eu queria ouvi-lo e perceber porque estava tão estranho comigo... mas algo em mim não, algo em mim queria ir embora. Ele desligou o rádio e olhou para mim. Aquele olhar era tão carinhoso, tão profundo. Por momentos senti-me hipnotizada por aqueles olhos quase brancos.
- O meu pai quer que vá morar com ele.
- O que? Porque? Porque agora?
- Ele diz que o meu lugar é com ele. E por mais diferenças que tenhamos desde que os meus pais se separaram, ele foi pai e mãe. Eu não quero ir. E isso tem-me posto numa lástima. - Mandou com a cabeça contra o volante.
- Fala com ele e diz-lhe isso. A tua mãe não é má pessoa e quer o melhor para ti, por mais que ele ache que estas melhor a viver com ele, se não estiveres feliz não é melhor. Vais ver que as coisas vão correr bem. - Tentei conforta-lo.
Aquelas palavras abalavam-me de certa forma, eu não o queria longe de mim. Seria egoismo? E se ele fosse mais feliz lá? Nem sempre as coisas corriam como queríamos, o que não era necessariamente mau.
- Queres que te leve a casa?
- Leva-me aquela arvore... Lembraste de quando cantavas para mim ?
Eu e o Eric costumávamos ir para lá quando eramos crianças, era um lugar perto da nossa cidade natal, era o nosso esconderijo. E mesmo sendo longe, de carro não se notava tanto.
- Queres mesmo ir lá? Lembro-me de tanta coisa lá... Pedi-te em casamento. - Disse rindo
- É tão bom ser inocente. Vamos? - Ele ligou o carro.
Parecia que ele estava mais alegre com a ideia, fomos a cantar a viagem quase toda. Ele cantava muito bem, lembro-me que só ele me acalmava quando eu era pequena, sempre que algo corria mal eu ia ter com ele e pedia-lhe sempre para cantar para mim. Tinha saudades desses tempos.
"- Porque estas triste Fly? Não te quero a chorar!
- O Snoopy foi para o médico dos animais, a minha mãe disse que ele estava doente. Eu não quero que ele morra! - Comecei a chorar.
- Tu já ficaste doente não já? E estas boa não estas? Ele vai ficar bem!
- Mas eu gosto muito dele! - Disse a choramingar.
Ele abraçou-me e deu-me uma pulseirinha.
- Essa é a minha pulseira da sorte, vais ver que ele vai ficar bem.
- Mesmo? - Disse ainda a choramingar.
- Mesmo! - Disse a sorrir para mim."
Lembrei-me, ainda tinha aquela pulseira guardada, ela podia não ser da sorte, mas o Snoopy ainda estava vivo, velhinho , mas vivo. Comecei a sorrir.
- Olha a rir-se sozinha, chegamos. - Disse-me desligando o carro.
Saímos do carro e começamos a andar em direção ao parque, estava tudo igual desde a ultima vez que lá tinha estado. Num instante chegamos lá. Sentei-me e fiquei a olhar para o lago. Não estava lá ninguém, era um sitio tão bonito. Como nunca estava lá ninguém?
O Eric sentou-se ao meu lado e ficamos a olhar a olhar a água por breves momentos.
- Vamos ver quem atira paus para mais longe! - Disse eu toda animada.
- Vou ganhar! - Disse provocando-me
- Da-me um pau que tu vês!
Quando ia a pegar no pau vi um simbolo na mão dele.
- O que é isso Eric?
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Olá gente *-*Espero que estejam a gostar, estou a gostar muito de escrever esta história e fico muito feliz por saber que estão a gostar, por isso votem e comentem ^^
beijinhos :D
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Gotas de Luz
FantasySabes quando tudo no teu mundo é o dito normal? Era assim o meu mundo até descobrir seres sobrenaturais e estar em perigo de morte. Seria o meu destino morrer ? Ou ter o meu coração partido?