Capítulo 40

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Fui levada para uma sala, não havia nada, apenas paredes brancas e um chão inexistente, como um buraco. Ia me deitar, quando percebi que a gravidade não me fazia flutuar, cai e bati com as costas, uma dor forte atingiu-me a cabeça. Levantei-me e dei passos reticente, sempre a ver se podia andar, o som dos meus passos ecoava naquela pequena sala, mas apenas se ouvia esse som. Não havia qualquer tipo de saída, fui até ao outro lado da sala para tocar na parede, era sólida. Andei pelo resto da sala, mas nada acontecia. Não entrei em pânico, sentei-me e esvaziei a mente como quem faz yoga. Estava a esvaziar a mente com os olhos fechados e apareceu-me letras bem diante dos olhos. Abri-os sem perceber o que estava a acontecer, mas estava tudo igual. Voltei a fecha-los. "ENTRA." Voltei a ver assim que fechei os olhos. Não havia nada, eu não sabia o que estava a acontecer e não sabia como o fazer, voltei a andar pela sala a apalpar tudo, mas nada acontecia.

"Pensa Fly! O que podes fazer tu? Como foste parar aí? O que fizeste para ir parar aí?" - Voltei a fechar os olhos, eu estava a dançar com os braços antes de ter ido ali parar. Foquei-me nisso. Comecei a cantar e a dançar, os meus braços rodopiavam pelo ar como numa dança comtemporânea, tentei não pensar nas perguntas que me invadiam a mente. Os meus braços ganharam vida e as minhas mãos dançaram automaticamente, como se tivessem vida própria. Deixei-me levar, elas aqueceram dei uma palmada no chão com força como se houvesse ali um quadrado, um fecho de luz saiu dali, fui sugada , parecia que o meu corpo se estava a desintegrar, mas era só aparencia, eu sentia o meu corpo todo, ate mesmo os bocadinhos que se separavam de mim, estava-me a desmontar como se fosse um carro. Metade de mim estava do outro lado e outra metade estava a atravessar o desconhecido, num instante estava outra vez inteira, sentia-me bem, parecia surreal o que me tinha acontecido. Podia passar a vida a dizer que não entendia o que estava a contecer, existem coisas que não são para entender, era muita coisa para a minha cabeça. Estava-me a sentir tonta, sentia-me sobrecarregada, o corpo estava a ficar demasiado pesado para mim, o meu próprio corpo parecia-me um fardo difícil demais para carregar. O meu corpo obrigava-me a deitar-me a pressao mantinha-me contra o chão. Estava a sentir-me comprimida. Juntei os braços, as mãos viradas uma para a outra e separei-as , como se estivesse a abrie duas portas para cada lado.

- Chegaste até aqui, estou impressionado. Não estava à tua espera. - Uma voz melodiosa ecoou naquele lugar.

- Mais uma coisa sem explicação. - Disse eu levantando-me e vendo de onde vinha a voz.

Um vulto começou a aparecer no fundo do céu, até ai não tinha reparadado que eu estava no vazio do céu, sem paredes , sem chão, apenas as nuvens que desapareciam conforme o vento vinha.

"Céu??? Como assim? Se contasse isto a alguém diziam que devia ir para o manicómio."

Tudo que eu via era céu, nada de casas, céu e mais céu.

- Não recebo muitas visitas e quando recebo fico de mau humor. Já te tinha visto em lugares inesperados, não estava a espera de te ver aqui. Estas a aprender rápido, mesmo que não entendas. O que agora te parece uma loucura, mais tarde vais entender. Eu sou o pai de tudo, tudo nasceu por mim, naquele momento até para mim aquilo parecia uma loucura minha filha. - Tocou-me na face com um olhar de ternura, aqueles olhos multicolores poderiam dar medo, mas transpareciam calma e compreensão. Os cabelos longos num misto de preto com branco estavam presos no cimo da cabeça e o resto estava solto e esvoaçava com o vento.


Espero que tenham gostado deste pequeno capitulo. 

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