Capítulo 10

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Acordei estava exatamente no mesmo lugar a tentar beijar o Eric. Eu tinha sonhado? Não estava a perceber, eu tinha sentido que estava a perder os sentidos. O Eric olhava para mim a espera que eu o beijasse, mas assim que ele encostou os lábios nos meus, eu lembrei-me daquelas asas brancas e daqueles olhos roxos e não consegui, afastei-o de mim e sai a correr.

- Fly onde vais? Os teus amigos devem estar a chegar! 

- Oh mãe eu já venho. 

Eu tinha acabado de renega-lo, quando o que eu queria era aquilo. Andei um pouco pela cidade até que fui dar a um parque. Sentei-me a ver as crianças. Eu não me sentia normal, senti o meu braço direito formigar, tinha posto maquilhagem para não se notar tanto os riscos que tinha no braço , ou seja, o simbolo que neste momento me estava a arder, passei a minha mão lá e senti-me ser puxada para dentro de mim, ficou tudo preto e cai num buraco. Estava a entrar em panico quando senti alguém abraçar-me e de repente estava numa ilha, com alguém agarrado a mim.

- Hey solta-me! 

- Olá. - Disse-me

Não lhe consegui responder. A beleza dele era inigualável, tinha os olhos roxos com raios pretos, foi o que me chamou mais a atenção, eram iguais aos daquele anjo, tinha a pele muito clara, o cabelo era preto. Ele não estava vestido, apenas usava uns boxers pretos, fazendo-me olhar para o seu corpo definido. Dei por mim a olhar para a cauda dele, era grande , a ponta parecia uma flecha.

- Mostra-me o teu braço direito. - Disse-me vindo na minha direção.

- Quem és tu? 

- Um anjo. - Sorriu. - Agora deixa-me ver isso, estas marcada e eu preciso desmarcar-te senão vai ser muito mau. - Pegou delicadamente no meu braço e começou a fazer círculos com a ponta do dedo a volta do simbolo ainda visível. -  Isto vai doer, desculpa... - Olhou para mim e os seus olhos tornaram-se azuis escuros, mas rapidamente voltaram ao seu roxo. A cauda dele ondulou e picou-me no braço, doí-a, mas era fácil suportar. Eu sentia-me em casa perto dele, o seu cheiro , a sua voz...

- Hey! O que estas a fazer?- Disse-lhe assustada, ele estava com a boca dele no meu braço a sugar o meu sangue.

- Desculpa, esqueci-me que isto era um pouco nojento para tu veres. Estou a tirar-te o veneno do sangue, o que não é 100% eficaz neste caso, mas a outra solução era eu beijar-te e eu prefiro que o nosso primeiro beijo seja noutra circunstancia. - Sorriu maliciosamente.

Ele parecia mais um demônio que um anjo, aquele sorriso tinha-me desconcertado. Como se ele tivesse ouvido o que eu disse abriu as suas asas brancas, mostrando assim as suas penas de diferentes cores. Queria tocar, parecia macio... 

- Não toques, as asas de um anjo são muito sensíveis, alem disso dependendo de quem lhes toca pode trazer alucinações, desejos sexuais ou então pode trazer memorias à tona. Eu não sei o que irá acontecer contigo, mas não quero que tentes, já me custou salvar-te do buraco negro. - Arrancou uma pena azul das suas asas e entregou-me. - Guarda, essa pena é para te comunicares comigo quando precisares. Em breve eu irei estar contigo... 

- O que queres dizer com isso? 

Acordei no parque sozinha com a pena na mão. 

Gotas de LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora