Olhei para ele, estava a olhar para o simbolo. Não era igual ao meu, o meu era umas riscas que pareciam sem sentido, mas o dele... o dele parecia que me atraia, eu queria tocar...
- Que estas a fazer Fly? Larga a minha mão, pareces uma psicopata! - Disse parecendo chocado
- Desculpa! Mas o que é isso? - Tentei não demonstrar como aquilo me tinha afetado.
- Eu sei que isto é estranho, mas eu não sei. Não fui eu. Acordei assim. Alias ultimamente a minha vida esta tão estranha que eu já nem duvido que seja o stress.
Eu não estava mesmo a entender o que se estava a passar, por mais que o meu simbolo fosse diferente do dele, era coincidência a mais aparecer do nada. Sentia-me naqueles filmes de terror em que a personagem principal é marcada até ao fim e acaba por morrer na praia. Não iria pensar mais no assunto, atirei o pau para o lago usando toda a minha energia acumulada.
- Faz melhor agora. - Olhei para ele e pisquei-lhe o olho.
- Observa e aprende fraquinha. - Ele atirou-o com uma elegância, que parecia que não tinha usado força alguma. Mas tinha ido para bem mais longe que o meu , eu tinha sido desajeitada e fraca, enquanto que ele...
" Que homem..."
Este pensamento passou-me pela mente sem querer. Quando é que eu tinha deixado de o ver como meu melhor amigo? Quando o tinha começado a ver como um homem?
Ele olhou para mim e sorriu.
O sorriso dele era lindo, tinha os dentes brancos bem alinhados, os caninos pareciam-se com os de um vampiro , o que lhe dava um ar mais sexy e rebelde. Dei por mim a pensar como seria aquela boca na minha.
- Oh bela adormecida acorda. - Senti uma palmada no braço.
- A bela adormecida só acorda com um beijo do príncipe. - Disse-lhe sem pensar.
Ele aproximou-se de mim, inclinou o meu queixo para cima e quando já estávamos a escassos centímetros, deu-me um beijo na testa. Fiquei a olhar para ele atônita. Senti-me envergonhada, tinha acabado de levar o pior fora da minha vida. Vim-me embora.
- Fly o que foi? Espera!
Não olhei para trás, tinha feito um papel ridículo!
- Abre-me a porta do carro ou eu vou a pé! Chamo o meu pai ou o papa se for preciso!
- Acalma-te ! Diz-me o que tens! - Ele olhava para mim com cara de cachorro mal morto.
- Não abres a porta? Então vou-me embora. - Disse encaminhando-me para a paragem mais próxima.
- Espera porra ! Eu levo-te ! - Continuei o meu caminho.
O dia já estava arruinado e o que eu mais queria era que ele fosse dar milho as galinhas.
Ele correu e puxou-me.
- Larga-me!
- Para com isso! Diz-me o que foi!
- Deixa-me em paz!
- Como queiras. . Largou-me e foi-se embora, vi o carro a acelerar e desaparecer.
"Estupido, estupido, estupido!"
Caminhei até à paragem, não sabia a que horas tinha um autocarro, estava tão longe de casa...
Ele tinha-me deixado ali... Senti-me tão patética.Peguei no telemóvel.
- Olá pai. - Disse tentando soar normal.
- Olá filha, estas bem? Já não me dizias nada há tanto tempo!
- Estou bem pai e tu? Eu sei que não, desculpa. Estas em casa? É estou mesmo perto.
- Que andas por aqui a fazer? Onde estas vou-te buscar!
Eu não tinha uma ligação muito forte com o meu pai , não era mau homem , mas sempre fui mais chegada a minha mãe. Desde que se separaram não o via muito, as cidades eram longe e aquela cidade trazia-me más recordações.
- Estou no parque.
- Ok filha, eu já vou para aí. - Desligou
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Gotas de Luz
FantasySabes quando tudo no teu mundo é o dito normal? Era assim o meu mundo até descobrir seres sobrenaturais e estar em perigo de morte. Seria o meu destino morrer ? Ou ter o meu coração partido?