Capítulo 29

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Depois do Eric ter desaparecido a minha tarde foi um desastre. Todos me perguntavam onde ele estava e porque tinha ido embora logo depois de falar comigo. A resposta era sempre a mesma "não sei", mas eles olhavam para mim como se soubessem, como se não precisassem da minha verdade, pois já tinham a deles. A Cath ficou estranha desde então, lançando-me olhares furiosos.
Assim que escureceu fomos para casa e os meus amigos para a sua viagem.

Mais uma vez a casa estava vazia. Sentei-me no sofa e liguei a televisão para dar uma vista de olhos no exemplo de sociedade que certos programas davam. Percorri alguns canais dois deles tinham me chamado a atenção, um pelo lado positivo e o outro pelo lado mais que negativo. O que levava a pessoas humilharem-se tanto por um reles prémio que acabará tão rápido? Mudei de canal ainda a pensar como é que quase fazer sexo em frente de um pais inteiro faria as suas vidas melhorar.

Decidi desligar a televisão, não conseguia estar com a devida atenção. Fui à cozinha fazer um leite quente, para dormir melhor. A minha mãe sempre me diz que não há nada melhor que leite quente para dormir como um anjo. Depois de já estar devidamente pronta para dormir e com o leite tomado, deitei-me na minha cama de casal. Fiquei a olhar para o teto um longo tempo, até que adormeci.

Estava rodeada de arvores, o caminho de terra onde me encontrava estava molhado o que fazia com que as minhas sapatilhas ficassem sujas de lama, continuei a andar e a observar o local.

- Não devias estar aqui. - Disse alguém que não conseguia ver.

Continuei o caminho a tentar ignorar a voz que me assustava.

- Aaaaaaaaah! - Ouvi alguém gritar.

- Aaaaaaaaah! - Voltou a gritar e o desespero tomou conta de mim.

- Eric?! - Gritei

- Fly ? - Respondeu de volta.

- Onde estás Eric? - Gritei preocupada.

- Ahahahahahahah! Voces humanos são tão engraçados. - Disse outra vez a voz rouca.

- Porque não me deixas em paz?! O que é que queres de mim ?! - Perguntei depois de perceber que a voz do Eric não era real, parecendo assim uma armadilha.

- Sofrimento? A tua morte? Qual seria? Seria os dois? - Vi um homem de olhos verdes a olhar para mim.

Fiquei paralisada a olhar para ele, não só pelo medo que estava a sentir, mas porque a sua beleza era inigualável. Tentei manter-me firme enquanto ele andava calmamente na minha direção com um sorriso de orelha a orelha.

- Para de fugir de mim, precisas de voltar para o teu lugar princesa. - Disse percorrendo a palma da sua mão no meu rosto. Mantive-me quieta, enquanto sentia o seu toque frio.

- Que lugar? - Perguntei.

- Para descobrires tens que morrer! - Voltou a sorrir, como se a minha morte o divertisse.

- O que faria a minha morte diferença na vida de um demónio? - Perguntei. Os seus olhos arregalaram-se, dizendo-me que ele havia ficado muito surpreso por eu saber que ele era um demónio.

- Esperança...

- Espera! O que isso significa?! - Perguntei vendo-o levantar voou.

- Esperança... - Respondeu novamente e eu acordei.


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