Capítulo 22

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Vi os olhos do Eric ficarem pretos , mas logo ficaram mais claros. Ainda não tinha percebido muito bem o que havia de diferente, visto que o Laík assumia o controlo sempre que queria e bem lhe apetecia. Estava na dúvida se era o Eric ou o Laík que queria estar tão "amigo" da Cath. Tentei não pensar nisso, mas não conseguia, sempre que olhava para ele ou ouvia a sua voz, tudo em mim recordava a proximidade deles. 

- Assim dificultas as coisas para mim Fly. - Disse o Eric chegando mais perto de mim, ao ponto de eu sentir o seu hálito no meu ouvido. 

- Não te preocupes, a tendência é a piorar . - Virei-lhe as costas e vim embora. 

Olhei para a porta, lá estava ele. Loiro, corpo todo definido e alto. Ele olhou para mim e reparou que eu estava a olhar para ele, piscou o olho e voltou a falar com um casal que acabara de subir as escadas. Assim que ele deu os cartões ao casal, deu o montante que estava nas suas mãos ao segurança e entrou. Fiquei a olhar para ele, enquanto se dirigia a mim.

- Hoje está difícil por aqui, muita gente a entrar e a sair. - Disse-me o rapaz 

- Não é sempre assim? - Disse-lhe.

- Tem dias melhores e outros piores. - Sorriu-me - E então porque não estas com o teu grupo de amigos? 

- Decidi vir apanhar um pouco de ar , se bem que mesmo perto da porta está quente. - Menti descaradamente. Olhei para o Eric e este observava-nos atentamente. Tentei não ligar e manter o foco na conversa com aquele rapaz.

- Verdade. Eu pedi ao segurança para me cobrir um pouco, vou só ali ao dj pedir uma música, não saias daqui. 

Fiquei a vê-lo ir ter com o mulato que estava a por música. Olhei de novo para o Eric, estava a beber um shot. Deu-me vontade de ir lá, ainda não tinha dançado com ele ou até mesmo tido uma conversa decente. Tirei essa ideia da minha cabeça. O rapaz chegou perto de mim e deu-me a mão. Assim que a música acabou começou a dar uma que eu nunca tinha ouvido, parecia antiga , anos 80 talvez. Deixei-me envolver pela música, senti que já tinha vivido aquele momento vezes e vezes sem conta. Olhei nos seus olhos, havia algo familiar, aquele olhar profundo... 

"Tristeza!" - Pensei 

Era tristeza que eu via, mas havia algo mais, havia algo que eu não conseguia entender e queria. 

- Desculpa. - Ele sussurrou no meu ouvido. 

- De que? - Perguntei-lhe sem entender. 

- Eu não disse nada. - Ele parou e olhou para mim. 

- Porque tenho a sensação que te conheço?  Perguntei-lhe.

- Porque talvez conheças. - Ele ia largar-me para ir embora e eu agarrei-o.

- Não faças isso ou eu não respondo por mim. - Ele não me estava a ameaçar, não era isso que eu via na sua expressão , no seu olhar... 

- Diz-me quem és! Tu lembras-me tanto alguém, não sei quem... mas... 

Eu não tive tempo de reagir, assim que vi a sua boca estava colada a minha e eu senti que ali era o meu lugar. O beijo dele era suave, até que se tornou mais urgente e eu senti-me ser levada para outro mundo. Um monte de memórias invadiram a minha cabeça ao mesmo tempo, não conseguia controlar. Até que parou e vi algo, o rapaz estava a chorar na Campa de uma rapariga, tentei ler o que ali dizia. Mas apenas vi uma foto e assim percebi que a campa era a minha. 


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