Capítulo Especial V

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Hoje o capítulo será sobre quem está atrás da Fly. Espero que gostem.

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Senti-me estranho como se me estivessem a sugar energia. Levantei-me do cadeirão a tentar perceber quem era estúpido ao ponto de tentar manipular forças adormecidas.

– Adam! – Ordenei

– Sim meu senhor! – Disse entrando pela porta um homem baixinho. Olhando assim para ele diria que é apenas um fracassado, um demónio com aparência de humano, mas eu já tinha visto a sua bravura em tempos difíceis. 

– Preciso que me mostres quem é a pessoa responsável pela manipulação de magia antiga. – Ele olhou para mim como lhe tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. Os seus olhos fecharam-se e nesse instante soube que ele estava à procura do culpado. Assim que estes se abriram uma imagem foi projetada no ar. 

– Mas que raio! – Disse quase sem pensar. 

– Mestre é o príncipe! – Disse o Adam

–Olha que coisa inusitada. A princesa e o Príncipe. - Ri-me como há muito não o fazia. A ideia de ter os meus dois fugitivos de volta era realmente interessante. 

– Ela usou poder das trevas no Laík! – Adam cuspiu as palavras como se aquilo fosse um sacrilégio. – Não se usa poder antigo nos nossos! É traidora! 

– Basta! – Utilizei o meu poder e ampliei a minha voz. Ele ficou imóvel como se eu o tivesse prendido, a sua cara estava aterrorizada.

– Perdão Mestre! – Disse ele pouco à vontade. 

– Podes sair. Chama o que quer liberdade. – Ele acenou e saiu.

Não sabia onde eles estavam, mas também não era difícil descobrir. Agora não era. Já tinha andado a espiar os sonhos dela, mas havia algo que me afastava, como se estivesse a ser protegida. Mas ela tinha usado o meu poder. Isso poderia ser algum tipo de sinal? Ela quereria voltar? Ela estava-me a complicar as coisas, era um crime revoltar-se contra um semelhante. Se Adam contasse algo, eu teria que a castigar para a eternidade. Batuquei em cima da mesa a pensar nas ideias que me estavam a surgir. Adam era de confiança.
Alguém bateu a porta. 

– Entra demónio.

 – Eu tenho nome. – Disse-me um demónio alto e com ar carrancudo. 

– Hoje estou de bom humor, senta-te. – Fiz um gesto para a cadeira vazia à minha frente. 

– O teu humor não me interessa. Já pensaste na minha proposta? 

– Já fizeste a tua parte do acordo? – perguntei

– Não consigo, ela tem proteção a mais para a matar. Além de andar com um humano que é o Laík reencarnado existe outro, um anjo. E esse anjo é dos fortes, sinto energia dele nela. 

– Laík. - Disse em voz alta. – Ele deve estar fraco. Já nem é um demónio completo. Terá que se fundir com o humano.

– Em breve será só uma sombra do demónio que era, mas para já ainda está mais forte que eu.–Notei-lhe o desagrado na voz. 

– É um prodígio, não é à toa que o fiz príncipe. Mas para teres a liberdade que tanto desejas terás que a matar e trazer a sua alma ao meu reino. Aí deixo-te livre para andares na terra e pereceres como um mortal, até voltares para mim novamente.

Percebi que estava desagradado com a ideia, mas eu não podia me dar ao luxo de perder bons demónios, eles eram poucos.

– Isso não me ajuda em nada, sabes disso. Ela está a despertar. Nesta vida ela está diferente. Não te deixes enganar. – Ele parecia seguro de si, sabia que não estava com medo, o que me fazia gostar dele, dizia o que pensava e o que queria a maior parte das vezes.

– Não posso despender de forças, sabes que estamos em guerra. Ele quer o tesouro, não o deixarei ficar com ele! Nunca! – O vento fez remoinho à nossa volta.

– Ela não vale isso tudo. Assim vais perder a guerra.

– Mas ela é a guerra! Ela é que quebrou as regras que eu tinha com o Kashetal! Eu não perderei!

Gotas de LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora