Capítulo Especial III

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Olá gente,
Este capítulo vai ser o primeiro deste lindo ano que nos espera.

Vai ser do ponto de vista do Laík.

Fico com ansiedade para saber se gostaram ou não :3

Dedico este capítulo à 

Obrigada Anna por me acompanhares. Espero que continues a gostar do que escrevo e que continues a participar deste mundo que criei :3

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"Não a beijes!" - Eu disse para o Eric. 

"Sai da minha cabeça seu desgraçado!" - Disse o Eric para mim. 

"Para com isso ou eu tomo conto do teu corpo!" - Gritei na esperança que ele percebesse que não a podia beijar. 

Vi o rosto da Fly ficar perto de mim, os meus braços moveram-se sozinhos puxando-a para mim. A sua boca enterrou-se na minha, o meu coração acelerou e o meu corpo juntou-se mais ainda ao dela, enquanto as minhas mãos percorriam as suas costas. Eu tentava lutar contra o Eric, tentava dominar o meu corpo, que em vão não me correspondia. Os sentimentos dele estavam a chegar a mim, fazendo-me sentir o que ele sentia ao beija-la. Todo o meu corpo estava descontrolado, ele estava descontrolado. Eu não a queria largar, o meu corpo ansiava por mais dela, por mais do que um mero beijo. 

"Isso não é o que tu queres, é o que o Eric quer."- Disse uma parte de mim, fazendo-me acordar. Eu tinha que terminar com aquilo, era difícil demais ficar à parte do Eric, ficar à parte do seus sentimentos. 

Ela correspondia ao meu beijo feroz, deixando-me de uma maneira que era difícil parar, eu queria tirar-lhe a roupa, ver a sua pele branca sem nada, afogar-me no seu corpo e ver o seu rosto vermelho depois de chegar ao auge. Eu estava a lutar para não me descontrolar ainda mais e não assumir o lugar do Eric, para não fazer pior. Ele afastou-se dela e ainda com as mãos a segurar o seu rosto, que neste momento estava vermelho, disse que a adorava. O meu corpo ainda ofegante e tenso tentava voltar ao normal. Consegui controlar o meu corpo, senti o meu poder crescer dentro de mim e deixei de ver o rosto vermelho e sorridente dela. 

"Porque fizeste aquilo idiota?!" - Perguntei ao Eric.

"Porque este corpo é mais meu que teu e eu não vou fazer o que tu queres." - Ele respondeu deixando-me irritado.

"Tu não passas de uma reles cópia minha, como ousas falar assim para mim?!" - Respondi tentando manter a calma. 

"Cópia? És tu que estas no meu corpo. És tu o intruso. Eu não tenho nada a ver contigo. Eu não queria voltar a ti, não tenho qualquer orgulho nisso, mas sei que eu e tu precisamos disso, que a Fly precisa disso." 

Eu não queria nem me ia juntar aquele bastardo, ele era realmente uma existência à parte de mim, não éramos parecidos, não tínhamos os mesmo objetivos. Esta era a minha maldição, assim que eu fizesse a fusão com o Eric parte dele seria meu e isso modificar-me-ia ao ponto de anular a minha personalidade e fazer-me querer permanecer no céu. O Inferno é a minha casa. Quando era humano conheci pessoas bem piores que o Diabo, ele é o que eu tenho de mais parecido com um pai. O meu pai humano transformou-me numa pessoa amargurada e com raiva da vida. A minha mãe era uma pessoa maravilhosa e fácil de amar e por isso mesmo era fraca. 

" - Aquela puta não me fez o jantar? - Disse o meu pai para mim. 

-  A mãe está doente. - Eu disse na esperança que ele não lhe batesse esta noite

- Aquela puta não quer é trabalhar, mas ela já vai ver! - Disse o meu pai enquanto pegava no seu cinto e se dirigia ao quarto onde a minha mãe permanecia deitada. 

- Não faças isso pai, vais magoa-la mais. Por favor. Bate em mim, mas não lhe faças isso! - Ele olhou na minha direção com aquele olhar de monstro. 

- Vais aprender a ser um homem sua criança maldita! Vais levar e a seguir vai levar a tua mãe por não te dar educação! 

Eu fiquei quieto no meu sitio a espera que ele viesse, a espera que bater-me fosse o suficiente para ele descontar a sua raiva e não fosse fazer nada com a minha mãe. As dores do cinto vieram e eu mantive-me firme para não chorar, a minha pele queimava , o sangue jorrava, e as dores eram cada vez mais fortes e era mais difícil reprimir os ruídos que eu não queria que saíssem. Perdi a conta do tempo ou de quantas vezes ele me tinha dado com o cinto, só pensava na dor que tinha no corpo e na alma, de como me sentia humilhado e triste por saber que o que eu estava a sofrer não iria servir o meu propósito. 

"Por favor Deus ajude a minha mãe." - Disse vezes sem conta para mim, a espera que Deus me ajudasse e o meu pai não fosse bater na minha mãe. 

- Espero que tenhas aprendido a lição, pelo menos agora tens umas costas mais bonitas. - Disse o meu pai a olhar para mim com aquele sorriso diabólico. 

Deixou-me ali sozinho e dirigiu-se ao quarto da minha mãe. Eu queria ajuda-la, mas eu não conseguia, estava com demasiadas dores. A minha mãe começou a gritar por ajuda e eu não consegui fazer nada a não ser chorar. Quando os gritos cessaram, o meu pai voltou a sair de casa, levantei-me para ir ao quarto e lá estava caída no chão a minha mãe. 

- Mãe acorda por favor. - Eu disse enquanto a tentava abanar.

 A sua cara estava irreconhecível, cheia de hematomas. 

Os seus olhos azuis abriram

- Mãe ... - Eu chamei-a. 

- Desculpa meu menino, por favor desculpa-me. - E ela abraçou-me ainda a pedir desculpa."

E eu amaldiçoei o monstro do meu pai e Deus por não ter ajudado.









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