Não consigo. Já não consigo fazer sentido.
Tentei por a culpa em todos, mas acabo desistindo, me redimindo de todas as formas.
Perdi o senso a alguns dias, talvez esteja na sua casa ao lado do telefone e do bilhete. Não sei se era uma quinta ou se passava das dez.
Não lembro o nome daquela rua, nem o numero. Se eu andar em linha reta não conseguirei chegar, mesmo lendo as placas não consigo lembrar.
Mas eu preciso dele, se pudesse vir entregar-me, agradeceria.Mas entregue o dentro de uma bela caixa com laço grande, talvez acompanhada de um bilhete, com suas letras que parecem ter sido escritas rapidamente, rápido ao ponto de parecer que a caneta nem toca no papel.
Lembro de te ver escrevendo rapidamente, sabendo exatamente o que queria. Em quanto eu escrevo vagarosamente cada palavra ritmada ou não.
Eu vivo devagar, penso algumas vezes antes de escrever, já você, vive rápido por um impulso com a força do corpo sem pensar duas vezes antes de viver.
Você sempre ri ao cair, e eu paro para lamentar a dor que tento não sentir.
Perdi meu senso, então se fizer algo estranho nesses dias... Ignore ou traga-o de volta. Não quis escolher, mais uma vez deixei pra você.
Você sempre parece saber o que fazer, mesmo sem o senso. Mas isso não faz sentido agora, talvez faça depois. E mesmo quando fizer, ainda não saberei como dizer...
Mas não importa, agora, não importa. Apenas traga-me; depois de sua ultima tragada sopre em minha direção e traga-me.
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Bluebird
PoésieProsa e verso. Um compilado de contos, crônicas, poemas e cartas sem um destinatário especifico, e com um remetente qualquer. Alguns dos textos também estão no meu blog.