Visceral

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Visceral

Por trás da pele posso sentir,
posso mentir
ou ser real
fazer todo o mal e ser doce, sentimental.

Sou intenso e sutil.

Te ameaço e ofendo com a voz mais doce,
juro amor sendo hostil.
Te machuco para que sinta melhor todo o amor que existe em mim,
como nosso amor é vil...

Extremista, sentimentalista,
contorcionista do meu próprio circo.
Posso ser flexível demais,
instável demais,
morna demais,
ser um problema grande demais.
Mas não sei ser menos
ou metade.

Não me peça para ser superficial,
pois sou visceral.
A carne que sangra e pulsa
e se aprofunda
a cada vez em que cavo em busca
de um triste fim, um miserável tesouro.

Suplico que esteja aqui
quando for o fim.
Só não me despedace,
não ficaria tão belo assim


Me sirva os jantares,
me sirva nos jantares,
com talheres de prata, taças de cristal...
Você tem meu aval.

Façamos silêncio,
a peça vai começar.
Atentamo-nos ao que está por vir,
da exposição ao desenlace.

___
Esse é o prólogo do meu livro "Visceral-Por trás da pele".


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