O nada

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  A fenda na janela e o espelho,
os dois incomodam igualmente
e com essa percepção, sorrio copiosamente.
Era tudo que precisava...
Um tremor nas mãos,
um temor no peito,
uma palpitação
que me faz mais vivo, me torna ação.
Jogo minha má intenção numa folha em branco,
sujo, violo... Faço questão de não ser santo.
Inspiro mais uma vez,
mas nada me inspira,
(a frustração vem e essa é minha sina)
o prazo expira.
Lamento e olho pra dentro,
está tudo pronto, bem aqui, dentro.
Pela janela só vejo esboço, mal feito
sendo longo demais,
mas raso, estreito.  

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