Minha ilha
Não que eu não goste dos outros, mas gosto mais de mim. Minha melhor companhia sou eu mesma, seja num dia frio ou quente, numa manhã calma ou numa noite agitada acompanhada de qualquer coisa que tire minha sobriedade.
Me impressiona a forma como a conversa nunca acaba e aprendo cada vez mais comigo, sou meu amigo, meu inimigo e conhecido... Um primo distante e mãe zelosa
As vezes não me convenço, noutras repito as conclusões só para memorizar.Talvez procurando alguma certeza ou novidade que possa me contar. Mas não tem nada que possa parecer novo, alguns segredos antigos que já não fazem muito sentido e que não merecem o mistério contido nos segredos.
Fiz questão de desligar os telefones, não procurar ninguém e não ser procurada. Não abro correspondências hoje, assim como fiz durante todo o mês passado e como farei até estar saciada da saudade que sinto de ficar longe.
Sem mensagens durante a madrugada, sem ligações, sem queixas, sem cobranças, sem convites... Apenas eu na minha ilha deserta com tudo que preciso.
Eu esqueço, volto ao inicio e continuo gostando de estar assim, dentro do silêncio e longe de ter paz, mas comigo. As coisas nunca foram tão agitadas, e dessa vez não foram inventadas
Mesmo discordando, irritando, impedindo e competindo... Ainda gosto de estar em minha companhia, contando histórias. Mas já sei o final. Mesmo pedindo que desapareça em quanto perco a cabeça, rola pelo chão.
E esses dias que ando só, não são tristes como todos imaginam.
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Bluebird
ŞiirProsa e verso. Um compilado de contos, crônicas, poemas e cartas sem um destinatário especifico, e com um remetente qualquer. Alguns dos textos também estão no meu blog.