Já perdi a linha de raciocínio, me enrolei toda nela, perdi as palavras certas, gaguejei, gritei e por ultimo só grunhia enquanto tentava destruir tudo a minha volta; inclusive você.
Não tem yoga, terapia ou massagem que me acalme quando perco a linha, mas não a perco repentinamente... Não, isso seria coisa de louco.
Vou perdendo aos poucos, as vezes me enrolo, mas consigo me soltar, noutras engancho na maçaneta que me arranca alguns fios e me faz reclamar; vou perdendo assim em cada lugar... Na fila do banco, no caminho do trabalho, no botão da camisa que de repente solta deixando apenas alguns fios, no transito, todo dia, todo mês...
Tento reforçar os pontos para não perder a linha, não desfiar e me desfazer, as vezes sigo esse seu conselho, porém, só quando tudo já aconteceu. Vou pegando os fiapos, as vezes acabo me furando com a agulha e com os alfinetes, mas sigo reconstruindo o que deixei desfazer por desleixo. Aprendi com você que em algumas situações não é necessário "comprar outro", basta alguns pontinhos mais firmes.
Nesses poucos anos que me conhece, já pôde perceber como sou rude as vezes e que evito tecidos frágeis, evito perder a linha. Mas nem sempre consigo.
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Bluebird
Thơ caProsa e verso. Um compilado de contos, crônicas, poemas e cartas sem um destinatário especifico, e com um remetente qualquer. Alguns dos textos também estão no meu blog.