Capítulo 8

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<Atualizado>

Sentada na cama, eu observava pela janela a incrível beleza de algo tão simples como o pôr do sol. Aquela bela mistura de cores me trazia uma paz magnífica.

Eu ainda observava o sol fugir de minha vista quando ouvi um barulho vindo de meu banheiro. Não pensei duas vezes antes de seguir aquele som que eu conhecia tão bem. Ao adentrar o cômodo me deparei com a caixa que eu havia deixado para trás.

Olhei em seu interior e encontrei mais livros e cartas. Os livros eram para o estudo do corpo humano e todas as cartas, tinham as mesmas coisas escritas com sangue: Não chore por ela, ela não choraria por você!

Me sentei no chão e passei alguns minutos observando a caixa sem formar um pensamento de fato, eu não queria decidir de novo, não queria que mais ninguém se machucasse, porém algo gritava dentro de minha cabeça, me dizendo para continuar seguindo cada carta já que mesmo com dor e sofrimento, elas só tinham me levado ao que eu mais desejei.

"Pare de se enganar July, você ,mais do que ninguém sabe que você amou a morte dela! Todo aquele sangue que ficou em você só te fez pensar no quanto teria sido incrível se você mesma o tivesse causado"-Acabei dizendo para mim mesma."Certo. Eu vou continuar cooperando desde que isso sempre me traga benefícios."

Dois anos depois...

As coisas mudaram um pouco nesses dois anos. Eu descobri que aquele lugar era um manicômio, e que ficaria nele até ter idade suficiente pra ser julgada de verdade. Constantemente eu recebia visitas de psicólogos, eles sempre faziam as mesmas perguntas e sempre davam o mesmo diagnóstico: Uma adolescente depressiva que vivia em um estado deplorável, um dia se revoltou e matou sua mãe. A mesma apresenta sinais de psicopatismo, porém em seu atual estado mental, não é capaz de ferir pessoas, podendo e devendo então, viver em sociedade."

Meu exílio era considerado como 'bom comportamento', e por isso, eu havia ganho um quarto especial e um emprego numa loja do outro lado da rua. Quando eu não estava trabalhando, estava lendo ou ouvindo música. Eu de fato não saía se não  para trabalhar, nem para comer.

***

Certa vez, eu estava de olhos fechados na grama do quintal, sentindo a chova cair sobre mim, quando percebi alguém sentar ao meu lado.

Abri os olhos e eles encontraram os de um homem desconhecido, automaticamente, milhares de informações sobre sua vida surgiram em minha mente.

-Você é a garota que disseram que matou a mãe não é mesmo? July se não me engano. Confesso que você não parece ser louca.-Ele disse tudo muito rápido, parecia até uma fala ensaiada.

Sorri forçadamente e voltei a fechar os olhos.

-É... você já ouviu falar da maçonaria?-Aquilo despertou minha atenção me fazendo olha-lo de novo.

-Maçonaria... suponho que seja a "seita" da qual você participa.-Sorri.

-Você sobe pelo meu anel né?-Ele sorriu de volta observando o mesmo, mas eu nem tinha notado sua existência.

-É verdade o que eles dizem? Que pra fazer parte da maçonaria você tem que matar alguém que ama? Quem foi sua vítima?

-Cla-ro qu-que não!-Ele gaguejou.

-Será que a sua mãe esta feliz pela morte dela ter te rendido tanto dinheiro?-Falei ainda sorrindo.

-Mas que diabos!-Ele se levantou depressa e começou a andar em passos largos.

"Que completo imbecil, eu adoraria vê-lo sangrar até morrer." -Me assustei com meu próprio pensamento, e resolvi voltar para meu quarto.

Chegando no mesmo, a primeira coisa que vi, foi a caixa. Dentro dela havia uma carta que eu logo li.

"Olá menina, nós teremos uma madrugada de glória, então durma e quando acordar, saberá o que fazer. Até mais tarde."

Como sempre, sequer questionei e fui dormir.

***

Acordei às três da manhã, com o coração disparado e uma única certeza, eu sujaria minhas mãos de sangue!

Continua...

(As informações sobre a maçonaria apresentadas no capítulo acima, são fictícias)

A Filha do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora