Capítulo 24

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<Atualizado>

Sentadas ao chão e encostadas na banheira, encontravam se duas pessoas. Uma mulher adulta, e uma doce criança de poucos sete anos de idade.

A mulher em questão, apertava a filha contra si própria na intenção de protege-la de mim. Não que eu a culpe, afinal, eu estava banhada de sangue outra vez.

-Olha, eu sei que é difícil confiar em alguém que invade sua casa coberta de sangue, mas eu prometo que não vou ferir nenhuma de vocês! Só preciso de um banho e roupas limpas. Depois disso vocês nunca mais vão me ver.

-Quem é você?-A mulher disse com a voz tão tremula quanto minhas mãos.

-Quanto menos vocês souberem mais seguro é! Apenas me empreste seu banheiro e algumas roupas, por favor!

Creio que o desespero era notável em mim. A mulher se levantou e tirou as pressas sua filha daquele cômodo. Instantes depois, ela voltou com uma toalha e roupas limpas.

-As peças íntimas são novas, então pode usar sem receio.

Dito isso, ela fechou a porta e pelo som de seus passos, creio que foi para o andar de baixo junto com sua filha.

"Mas que merda você está fazendo aqui July? Roupas e um banho? Puts! Pra que diabos você precisa disso? É claro que na primeira oportunidade eu estarei coberta de sangue outra vez.."

Afastando meus próprios pensamentos, tomei um banho e vesti as roupas limpas. Tentei ser o mais breve possível, afinal, não queria abusar da hospitalidade daquela desconhecida.

Ao terminar enrolei as roupas sujas e as coloquei na lixeira, então, segui para o andar de baixo, onde tudo estava estranhamente silencioso.

Clic.

Ouvi uma arma ser engatilhada, e ao me virar me deparei com a desconhecida.

-Põe as mãos na cabeça! Agora!

Até hoje não sei dizer o que me fez obedece-la naquele momento, afinal, eu poderia te-la matado sem o menor esforço. Mas fiz assim como ela me pediu, e logo eu estava amarrada em uma cadeira.

-Eu acabei de te ver no jornal! Eles dizem que você matou muita gente!

Senti o corpo gélido, e todas as palavras desapareceram de minha mente.

-O que você está fazendo na minha casa? Não temos nada aqui que você queira!-Ela gritou com a arma tremendo em sua mão.

-Eu já disse que não quero machucar você! Eu prometo ir embora agora e desaparecer!

-Até parece que eu vou te deixar sair! Você só vai matar mais! Gabrielly!-Ela gritou outra vez e eu vi a garotinha adentrar a sala com o olhar de semblante mais puro que já vi.-Trás o telefone pra mim.

-Não! Por favor! Não liga pra eles.

E assim eu me encontrei, implorando à uma mera pessoa que não fizesse uma simples ligação. Hoje posso admitir pra mim mesma que não foi o medo de Henrique me encontrar que me fez implorar tanto, e sim o medo do que ele poderia fazer à elas.

-Se eles vierem vão matar vocês! Por favor escuta o que eu tenho a dizer!

-Por que eu deveria escutar você?

-Olha, eu imagino o quanto isso pode parecer estranho, mas até hoje, eu nunca matei um inocente! Todos que eu matei cometiam atrocidades inexplicáveis!! 

Conforme eu ia falando, podia notar ela segurar a arma com cada vez menos firmeza.

-Eu juro por tudo nesse mundo que eu nunca machucaria vocês! Eu seria incapaz de matar boas pessoas com corações tão puros!

-Eu estou com uma arma apontada pra você; como pode dizer que eu sou uma boa pessoa?

-As pessoas costumam dizer que os olhos são as portas para a alma; e é através do seu olhar que eu tenho certeza que você não vai atirar. Você não é assassina como eu, -Ri dolorosamente.-tampouco tem a maldade necessária pra puxar esse gatilho. Pela primeira vez nessa minha vida miserável, eu quero ser boa pra alguém, então confie em mim por favor... 



Continua...



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