Capítulo 22

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<Atualizado>

Eu estava outra vez com algemas nos pulsos, dessa vez, sendo conduzida para uma grande sala no que um dia fora o porão. Todas as paredes eram brancas, com excessão de uma, que era feita de vidro. De dentro da sala ela nos refletia como um espelho, mas para quem estivesse do lado de fora, era possível assistir e ouvir a tudo perfeitamente.

Fui posicionada em uma cadeira no centro da sala, de frente para a parede de vidro. Uns três homens me acorrentaram e em seguida tomaram distância.

Henrique entrou trazendo uma câmera e um tripé consigo. Posicionou-os em minha frente, e então apertou o "gravar".

- "Estamos aqui a uma longa distância da central, para a execução de July Barbosa. A meliante apresenta diversos distúrbios psicológicos, e um comportamento absurdamente agressivo.

Eu, o Comandante Henrique, policial designado para tratar o caso desde seu início, afirmo que esta mulher, não apresenta nenhuma condição de viver em sociedade, ou até mesmo isolada, como já mostraram nossas tentativas anteriores.

Eu assumo toda a responsabilidade de executa-la antes mesmo da papelada e da autorização do juíz, tendo como motivação, o fato de que esta pessoa está incapacitada de permanecer viva e, apresenta um sério risco para todos à sua volta, já tendo matado inúmeros de meus homens, e até mesmo civis comuns, entre eles, sua própria mãe, Katherine Barbosa."

Henrique pausou o video e se aproximou de mim.

- Belo discurso. - Sorri.

- Se apenas a introdução já lhe agradou, espere até ver o desenvolvimento que eu preparei. - O mesmo olhou para o vidro e fez sinal positivo com a cabeça.

Vários homens fardados e com os rostos cobertos adentraram a sala. Permanecendo metade de um lado, e metade do outro.

Alguns aparentavam nervosismo e tremedeira, até o próprio Henrique, e isso, bastou para que eu entrasse descontroladamente em um ataque de risos.

Todos pareceram assustados e ainda mais nervosos diante minha reação. Eu sentia os níveis de estresse e pavor cada vez mais intensos, e a sensação era tão satisfatória que eu almejava por mais.

Henrique permanecia pasmo em minha frente, com um olhar gélido e a pulsação a mil. Minha risada ainda seguia, só que em um volume muito mais baixo.

- July! - O mesmo gritou prestes a entrar em completo desespero. - Aqui tem CINQUENTA HOMENS ARMADOS COM FUZIS PRONTOS PARA ESTOURAREM SEUS MIOLOS, SOB MINHAS ORDENS! ENTÃO POR QUE DIABOS, VOCW NÃO PARA DE GARGALHAR? O QUE PR TSO ENGRACSDO ASSIM?

Fui ME controlando aos poucos, e com pequenos vestígios de risadas, respondi:

- Vocês me prenderam aqui, e tem coisas suficientes pra explodir centenas de pessoas. Porém vocês continuam se borrando de medo de mim. - A esse ponto, meus olhos lacrimejavam pela tentativa de segurar a risada. - EU! Uma pessoa desarmada e acorrentada.

Pedro adentrou a sala com passos pesados, e o típico olhar de raiva direcionado a mim.

- Faça seu último pedido, gracinha. - Ele vociferou preparando uma mordaça.

- Meu último pedido, é que o pai venha e acabe com tudo! Que mate todos vocês!

Pedro riu com deboche.

-Essas são suas últimas palavras?

- Nós nos encontraremos no inferno! Pode esperar que eu ainda te verei lá! Isso é uma promessa.

- Ah July, para de show. - Ele disse após me deixar amordaçada. - Liga a câmera Henrique.

Pedro saiu da sala novamente, e Henrique o acompanhou após dar continue ao vídeo.

Um dos homens que permaneceram ali tomou a pose de comandante, e ordenou:

- Preparar..... Apontar....

Cada parte do meu corpo saltitava em excitação. Lágrimas de felicidade desciam por meu rosto, e meu corpo suava de puro desejo.

- Fogo!

Tudo se apagou e o pânico estava a mil. Os homens gritavam e pediam socorro enquanto as armas atiravam até esgotarem suas balas. Sangue jorrava por todos os lados. Pedro e Henrique tentavam a todo custo abrir a porta. E eu gargalhava. No meio de todo o caos. Absolutamente intacta e livre. Sem algemas, correntes, ou sequer ferimentos.

Quando a gritaria cessou, apenas minha risada permaneceu. Um som rouco em meio a todo o pavor que os últimos vivos emanavam.

Aos poucos as luzes foram se acendendo, e Pedro e Henrique finalmente conseguiram entrar.

Eles permaneceram paralisados diante todos aqueles homens mortos. Alguns ainda soltavam pequenos ruidos e gemidos de socorro.

- Como diabos você....

Pedro foi iterrompido pelo desespero ao ver que eu estava me aproximando.

- Os olhos dela! - Henrique gritou agarrando o braco do "amigo".

-"De olhos bem pretos, cabelo loirinho, vou pegar sua alma, e colocar num potinho" -Cantarolei.

- Eu vou voltar, e vou fazer Vocês odiarem o fato de eu Não te-los matado agora mesmo. Eu farei vocês se matarem.

Após terminar de dizer isso, as luzes tornaram a se apagar, e quando se acenderam novamente, eu já não estava mais lá.




Continua....

A Filha do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora