<Atualizado>
Me perdi no tempo e em turbilhões de pensamentos, enquanto acariciava o rosto de Derick.
Quando consegui sair de meus devaneios, a mulher e a pequena garotinha já não estavam mais no porão. Isso me aliviou muito pois a última coisa de que eu precisava naquele momento, era falar com mais alguém.
Encostei o corpo de Derick ao chão e me levantei. Passados alguns instantes, encontrei uma pá e saí de dentro da casa.
Fui para a parte de trás da casa, onde pouco mais adentro da floresta, avistei um belo lago.
Escolhi o lugar que me parecia ter a melhor vista, e comecei a cavar.
Quando eu finalmente terminei a cova o dia já estava amanhecendo, aumentando a sensação de paz que aquele lugar trazia.
Retornei ao porão, e tirei o Derick de lá.
Eu poderia usar centenas de palavras para descrever o quanto aquele momento foi difícil, ou o turbilhão de pensamentos que berravam em minha mente. Mas essa pequena parte tão humana das minhas emoções, eu quero guardar apenas em mim mesma.
Eu o deitei no fundo da cova o mais suavemente que pude, onde espalhei algumas pequenas flores. Elas estavam tão belas e mortas quanto ele.
E me afogando em lágrimas, eu o afoguei na terra.
Quando eu terminei já era dia. Minhas mãos estavam feridas e cheias de farpas, mas àquela altura, eu já nem as sentia mais.
Me deitei ao lado da cova e fechei meus olhos, sentindo o calor daquela manhã e me concentrando nos sons das águas.
O ar puro que adentrava meus pulmões parecia lavar a minha alma, e filtrar as lágrimas para fora de mim.
Após um bom tempo, fui surpreendida pela voz suave da mulher:
-Eu acho que você precisa de um banho, e se deitar um pouquinho...
Continua...
O capítulo foi bem pequeno, mas eu quis dar essa exclusividade para o Derick.
Eu espero que vocês tenham gostado e entendido o peso disso, pois eu realmente amo esse personagem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Filha do Diabo
TerrorAs pessoas costumam atribuir atos perversos a entidades desconhecidas, eu as associo à humanidade. Vivendo no mundo, nota-se o quão infernal é a terra que muitos chamam de "lar", mas vivendo no inferno, nota-se o preço caro que se paga por uma vida...