Capítulo sem título 2

3K 179 2
                                    

Agora que já contextualizei vamos para minha parte da história, como me tornei uma das 7 diretoras da empresa matriz com apenas 25 anos.

Bem... Sou realmente boa no que faço e passei de estagiária a gerente de projetos em apenas 5 anos. Meu setor era responsável por reduzir os custos dos produtos através de parcerias com fornecedores (que financiavam os projetos e em troca recebiam parte dos lucros) e otimização da matéria-prima dos cosméticos (produtos mais baratos e até similares que produziam efeitos similares.

A Belikov estava bem no mercado, não estava em crise nem nada, mas estava estagnada... Fazia anos que vendia os mesmos produtos ou lançava sua versão de revoluções do mercado moderno, mas nunca um projeto de fato próprio.... Algo inovador, o que já foi um dia sua marca registrada... Na verdade passou a adotar a famosa meta: "Em time que está ganhando não se mexe".

Eu sempre soube que essa nunca era a meta de seu presidente, mas a verdade é que as boas ideias sempre eram vetadas antes de chegar a ele, que acho que só nunca reclamou porque a empresa era bastante lucrativa, mas por tudo que pesquisei de sua história, devia de fato deixá-lo frustado. Sem falar no velho Sasha, que apesar de meio desvinculado do mundo dos negócios, ainda tinha uma adoração pela sua obra e que certamente não chegou onde chegou apostando em "mais do mesmo".

Sempre fui bem popular no meu trabalho, não só por minha beleza (o que, modéstia a parte, é devastadora), mas também pelo instinto de liderança... O que meus amigos mais íntimos chamam de total falta de noção! Foi durante uma rodada de chopp que tudo começou... Isso mesmo, num happy hour....

Estava com meus melhores amigos: Mason, gerente de pesquisa (ele era um cientista maravilhoso, mas nunca tinha suas ideias reconhecidas pelo chefe de setor, acho que por medo de ser facilmente superado por ele, já que meu melhor amigo no mundo era um gênio); Mia, gerente do jurídico (apesar de sua aparência frágil de boneca de porcelana nanica, uma fera das leis) e Lissa, gerente sênior do departamento de marketing (apesar de super competente, Lissa foi a única de nós que não precisou se esforçar tanto para chegar em seu cargo, ela era filha do diretor do Jurídico (chefe de Mia e um dos poucos competentes a ocupar o cargo) e teria o cargo facilmente, mesmo que não merecesse... Mas não era o caso, ela era muito boa). Enfim, meu grupo de amigos era brilhante!

Mas foi depois de uma dose elevada de álcool que comecei a reclamar com as meninas de que a empresa estava estagnada e logo todos estariam desmotivados e procurando um novo rumo em suas carreiras... Quando do nada eu tive uma brilhante idéia regada, a essa altura, por umas boas doses de absolut com suco de laranja e groselha: vamos criar nosso produto e levar para a alta administração! Vamos trazer os holofotes de volta para a Belikov!

Como todos os meus amigos estavam devidamente alterados, não tiveram muita resistência em entrar na "brincadeira". Mason foi o primeiro a se empolgar, afinal ele era o cientista do grupo, e meio que em uma forma de desabafo, falou de um creme para as áreas dos olhos a base de uma espécie de óleo extraído dos resíduos das conchas formadora das pérolas negras, eu e as outras meninas meio que cagamos para os detalhes técnicos, mas ficamos maravilhas com a eficiência do produto narrado por Mase. Não precisámos experimentar para saber que de fato era bom... Eu confiava 100% na competência do meu amigo e se ele dizia que funcionava, funcionava. Ele disse que tinha tentado falar sobre o projeto para seu superintendente mas que este não tinha dado a menor importância. Apesar de criatividade não ser minha praia (meu forte eram números), tive a brilhante ideia que as doses poderiam vir em cápsulas que imitavam pérolas e que eu mesma me encarregaria de achar os melhores fornecedores pra que não encarecesse o produto. Mia já tratou de se certificar que essa idéia já não estava patenteada e Lissa em minutos já tinha montado em sua cabeça toda a peça publicitária de "nosso produto".

Nos divertimos bastante em nosso mundinho de sonhos, mas quando a conta chegou, todos pareciam cair na realidade que a nossa idéia perfeita, nunca chegaria a ser pauta em uma reunião de diretoria... Nunca chegaria aos Belikovs e todos se despediram no final da noite de uma forma desanimada, meio resignada... Quer dizer, quase todos, porque eu Rosemere Hathaway Manzur, fiz uma promessa secreta aos meus amigos, que iria tornar o nosso projeto realidade.


Meu chefe e euOnde histórias criam vida. Descubra agora