A Ordem Sangrenta

Capítulo 14

NOS CAPÍTULOS ANTERIORES, Shirley descobriu ser uma vampira amaldiçoada a parecer como uma mortal. Agora que ela teve de ir morar com os Roccula no Submundo, sua curiosidade sobre os próprios poderes e história somente aumentou, mas Daniel Roccula, o pai pouco amoroso de Ryan, proibiu que a menina e o garoto procurassem esses segredos. Não sendo nem um pouco bobos - e talvez nem um pouco responsáveis também - Shirley e Ryan acabam decidindo que vão sim atrás de respostas sobre o que foi que amaldiçoou a garota. Quem poderia ser a pessoa que os ajudaria nessa aventura? Uma jovem bruxa, loira e com um insaciável apetite por problemas!

Boa leitura!!

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CAPÍTULO 14: SEGREDOS NOSSOS DE CADA CORAÇÃO

(escrito por ALÍDIA PACHECO)

Se Keyla fosse uma pessoa que se importasse com regras, não estaria balançando no banco duro de Mary Jane enquanto Dewie dirigia loucamente através de Kryturr Square. A garota loira contemplou o que seria ser uma pessoa centrada que seguia regras, se imaginando numa situação muito menos desconfortável que esta. Estou no meu sofá, as pernas em cima da mesa de centro, uma taça de vinho na mão. Um filme idiota de romance com garotas bonitas está passando na TV. A melhor maneira de curtir a minha folga. Logo em seguida, ela deu uma olhada para os bancos de trás, onde Ryan e Shirley balançavam se segurando nos apoios de mão no teto. O grupo de adolescentes estava basicamente fugindo na surdina, contrariando ordens da própria Instituição, mas aqueles dois pareciam tão leves e divertidos. Que bom que Keyla não se importava com regras então.

Quando Ryan a chamou somente 2 dias antes para discutir sobre uma ideia maluca, a menina não conseguiu acreditar no que estava ouvindo. Se pudesse apostar, nunca em 1 milhão de anos diria que seria o magrelo quem teria a ideia de escapar com Shirley até Coven Cave para buscarem a ajuda de uma bruxa especialista em encantamentos que pudesse dizer qual maldição haviam jogado na vampira. Keyla precisava dizer que estava impressionada, mas podia ver por que eles tinham de fazer aquilo. Devia ser angustiante, principalmente para Shirley, que eles não pudessem investigar nem um pouco sobre a origem dos poderes dela. A loira imediatamente quis poder fazer alguma coisa para ajudar e logo apontou para eles qual bruxa eles precisavam procurar para desvendarem aqueles segredos: Madame Katelyn Korloch, é claro! Depois, eles só tiveram de esperar um dia em que tanto Daniel e May estivessem fora de casa e caíram na estrada.

― Vocês tão bem aí atrás? ― perguntou a loira, olhando no retrovisor da kombi.

Dewie fez uma curva e sem querer Shirley foi parar no colo de Ryan.

― Na medida do possível! ― respondeu a garota vampira, rindo de bom humor. ― Só tô um pouquinho zonza só.

― Vocês tem certeza que essa coisa é segura? ― disse o Ryan, ajudando Shirley a voltar no lugar.

O transmorfo no volante deu um resmungo.

― Olha como você fala da Mary Jane! ― brigou. ― Ela não é nenhuma coisa, tá? Ela é uma amiga de longa data.

Keyla balançou a cabeça, revirando os olhos.

― E lá vamos nós...

― Conheci ela numa feira de objetos e coisas dos mortais ― continuou o irmão dela, despojado. ― Lá estava ela, linda, colorida e... um pouquinho enferrujada, admito. Algum degenerado queria vender ela pra derreterem, mas eu entrei no meio e falei: "eu desafio vocês para um duelo de espadas!".

― COF, espadas virtuais, COF! ― disse Keyla, fingindo tossir.

O garoto revirou os olhos.