Capítulo 16

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NOS CAPÍTULOS ANTERIORES, Ryan acompanhou Shirley, Keyla e Dewie até Crow Woods, onde mora uma bruxa conhecedora de diversas maldições, chamada Madame Korloch. Quando as garotas descobriram novas informações importantes sobre a bênção da vampira, ficou claro que ainda havia muita coisa para eles descobrirem. Ryan, por outro lado, é alguém que sabe muito mais do que quer que os outros saibam. O que será que o garoto vampiro esconde? 

Boa leitura!

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CAPÍTULO 16: QUEM PROTEGE OS PROTETORES

(escrito por BERNARDO CORRÊA)

O chalé de Madame Katelyn Korloch era muito maior do que parecia e, mesmo Ryan sendo um garoto que cresceu no Submundo, isso ainda era algo que para ele soava profundamente surpreendente. Após passarem por uma porta aos fundos e descerem umas escadas, o grupo foi levado pela velha bruxa a um corredor repleto de portas, cada uma dando para um quarto diferente. Segundo Korloch, a casa já tinha sido uma espécie de hotel no passado, abrigando desbravadores da floresta que estivessem em necessidade. É claro que, ao se mudar para a propriedade, Katelyn tinha tomado a liberdade de fazer suas próprias alterações, mantendo ainda assim os quartos subterrâneos, a fim de ajudar quaisquer bruxas que viessem buscar abrigo. Era uma grande sorte os adolescentes encontrarem uma pessoa bondosa a ponto de emprestar umas camas para que eles não tivessem de dormir ao relento, mesmo que estivessem prontos para tal.

― Eu tenho dois quartos que devem servir para vocês, bem ao fim do corredor ― disse a senhora, apontando as portas. ― Os meninos podem dormir à esquerda e as garotas no da direita. Lá, vão encontrar duas camas cada, lençóis, travesseiros e uma lareira de fogo mágico. Espero que fiquem todos bem confortáveis!

Eles agradeceram a hospitalidade e se dirigiram até os quartos, realmente sentindo o cansaço bater. Korloch falou que estaria em sua biblioteca.

Aquelas horas todas de viagem, fosse chacoalhando na kombi de Dewie ou andando eternamente por Crow Woods, haviam drenado a energia dos jovens, que já tinham todos caras de sono, cada vez com menos disposição. Se fossem obrigados a voltar imediatamente para a cidade, era capaz que Dewie batesse Mary Jane, já que ele estava quase dormindo em pé enquanto se encaminhava para os quartos.

― Iremos embora assim que acordarmos, estão ouvindo? ― disse Keyla, séria. ― Não sei por que, mas eu não estou confiando muito em Madame Korloch. Parece que ela tá escondendo alguma coisa.

― Você só tá magoada porque não ganhou o seu Feitiço do Amor quando tinha 13 anos ― brincou Dewie, cutucando o nariz da irmã. ― Ela é uma senhorinha esquisita, mas parece legal.

A loira subiu as sobrancelhas.

― Achei que você estivesse animado pra acampar.

― Minha animação pra isso acabou assim que eu ouvi as palavras "cama" e "travesseiro" ― respondeu o garoto, dando de ombros.

― Hm, você que sabe. Mas fiquem atentos, vocês dois ― disse para os rapazes. ― Quando estivermos de volta, a primeira coisa que eu vou fazer vai ser falar com o Sr. Pittorch sobre o que descobrimos. Se Korloch estiver certa, temos muito mais a nos preocupar.

Os três assentiram, entendendo a gravidade da situação.

― Agora eu preciso descansar ― disse a bruxa, bocejando. ― Já estou indo deitar. Espero que o colchão não seja duro...

Então ela entrou pela porta do quarto das garotas.

― Eu vou indo também, tô quase dormindo em pé ― disse Dewie, piscando os olhos. ― Boa noite pra vocês dois, pombinhos. Não se peguem enquanto ninguém tá olhando, tá bom?

A Ordem SangrentaOnde histórias criam vida. Descubra agora