Capítulo 30

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NO CAPÍTULO ANTERIOR, Shirley e Ryan descobriram a verdade sobre Osmorious Kodac: que este é na verdade o criador da Ordem Sangrenta! Essa revelação deixa a todos atônitos mas, no último momento, Ryan decide se entregar de volta ao seu eu vampiro, ativando seus instintos primários, que fazem com que um enxame de morcegos ataque Kodac e May, permitindo com que os adolescentes fugissem. O que vai acontecer agora que a verdade veio à tona? Quais serão os próximos passos da Ordem?

Boa leitura!

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CAPÍTULO 30: E OS PESADELOS PERDURAM

(escrito por BERNARDO CORRÊA)

Antes que a pequena vampira metesse as garras em Keyla, Daniel Roccula a segurou pelos braços, fazendo-a estancar. A bruxa, percebendo a deixa, se abaixou num instante e recuperou sua adaga no chão, tornando a brandi-la para Crichy. Esta resmungou nos braços do sujeito, no que ele tentou firmá-la, surpreendido pela força daquela garotinha. Com uma cotovelada ela conseguiu fazê-lo se confundir e se soltou, afastando-se uns passos. O homem projetou as presas para fora e mostrou as garras, unindo-se a Keyla, que estava parcialmente recuperada, ameaçando com a lâmina.

― Acham que conseguem nos vencer? ― debochou a garotinha, entre risinhos histéricos. ― Que fofos, vocês são.

― Nós já vencemos ― declarou o Sr. Roccula, com convicção. ― Este lugar está cercado.

Foi quando a vampira pareceu perceber: a todo o redor, Sangrentos eram rendidos por membros da Instituição que tinham vindo para ajudar os Patrulheiros. Eram transmorfos de todos os tipos, vampiros de todas as castas, bruxos de todos os níveis, juntos para enfrentar aquela ameaça, como se tivessem sido treinados para tal. Daniel havia reunido todo mundo que conseguira chamar na Instituição, sabendo que era o momento. As baixas no Cemitério Apócrifo haviam conseguido fazer um sério rombo nas equipes dos Patrulheiros, mas estes não eram todos os benfeitores no Submundo. Com a ajuda dos recém-chegados, que superavam de longe os números dos Sangrentos, havia ficado fácil render os vampiros criminosos, que agora simplesmente não tinham mais para onde correr.

Crichy arregalou os olhos, tomada de apreensão.

― Não, não... ― murmurou, balançando a cabeça. ― Isso não pode ser.

― Mas é ― disse o sujeito.

Os poderes de vampiro Mentis eram limitados quando não se tinha contato visual perfeito, mas Daniel não enfrentou grandes dificuldades para induzir a garota ao sono. Era um truque fácil de ser feito, já que não demandava tanto esforço e nem dependia da permissão da vítima, como acontecia com as leituras de mente e de memórias, por exemplo. Rapidamente a menina foi ficando com mais e mais sono e despencou nos braços do vampiro, que a amparou.

― Pronto ― sorriu. ― Agora ela não vai mais incomodar ninguém.

A bruxa soltou um suspiro e guardou a adaga, branca feito papel. Era claro que ela tinha passado por uma noite bastante turbulenta.

― Essa garota é uma assassina ― disse, indignada. ― Ela matou Todd e o pai dele.

Daniel olhou triste o cadáver do garoto no chão, mordendo o lábio. Sua família não era bem entendida com os Dernot, mas era horrível ver que alguém tão jovem fora ceifado tão precocemente. Na verdade, tudo era horrível naquele lugar e as mortes talvez nem fossem a coisa mais assustadora, considerando tudo. Por mais que fosse um vampiro, o Sr. Roccula não conseguia deixar de ficar desconfortável na presença daqueles mortais presos às máquinas de drenagem como se fossem bichos. Se havia alguma dúvida da índole perversa e revoltante da Ordem Sangrenta, agora não havia mais.

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