4. Confrontos

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[LUANA]

Quase na porta do shopping, me lembrei que não tinha ligado pra minha mãe. Peguei o celular e selecionei o número nos contatos. Bastou um toque para que a ligação fosse atendida.

- Mãe?

- Oi, Lu.

- Estou saindo do shopping.

- Sozinha?

- Sim. Estou indo pra escola, tudo bem? Almoço por lá.

- O.k., Luana. Já passei no banco e paguei as contas que venciam hoje. Depois a gente se acerta.

- Obrigada, mãe. Vou para casa depois do curso.

- O.k. A gente se fala mais tarde.

- O.k. Eu te amo, mãe - disse, com certa dificuldade, após lembrar da briga na noite anterior.

- Eu também te amo, Lu.

Desliguei o telefone e passei num fast food, não me orgulhando nada em pensar que iria engordar no almoço tudo havia perdido ontem no treino. Sai do shopping correndo e peguei um ônibus, rumo à escola. Chegando com antecedência, almocei numa mesa do refeitório e fiquei esperando o horário de subir para a sala de aula. Nesse momento, uma figura sentou ao meu lado.

- Luana Mollina.

Me virei para olhar e percebi que era Julia, minha melhor amiga, que havia passado para o turno da manhã. Trocamos um longo abraço apertado. Ela me fazia muita falta! Embora tivesse outros amigos na sala, Julia e Pedro preenchiam meu coração e minha vida. Dei uma boa olhada em minha amiga, ela estava exatamente como a última vez que a tinha visto. Os horários estavam uma loucura e, ultimamente, mal estávamos nos encontrando. Julia continuava a mesma baixinha, cabelos negros, pele um pouco mais bronzeada que a minha e, apesar de estar vestindo o uniforme, conseguia ser estilosa ao usar uma echarpe no pescoço, em meio ao calor de 35º no Rio de Janeiro.

- Você está linda, amiga - disse, enquanto segurava uma mecha do seu cabelo.

- Olha quem fala! Aposto que boa parte da escola está aos seus pés!

- Ah, pelo amor, Julia! Você já deu uma boa olhada pros caras daqui? São uns ogros! Além do mais, você sabe que eu não quero ninguém.

- Ah, corta essa, Luana! Você tem dezoito anos e não sessenta. Para, que já tá ficando feio!

- Tudo bem, não vamos falar disso.

- Melhor, mesmo! Eu não consigo fazer essas coisas não, estou aqui para amar e ser amada!

- Belo jeito de quebrar seu coração mensalmente - disse, dando de ombros.

- Dona Luana, fique sabendo que eu estou em uma situação evoluída, viu? Estou conhecendo alguém há cinco semanas consecutivas. E ele é bem legal.

- Eu acredito em você, minha amiga, mas vai com calma, o.k.? Depois eu quero que você me conte tudo a respeito desse sujeito.

- Sim, senhora! Mas me conta como vão as coisas? E o Pedro? - perguntou ela, enquanto jogava o cabelo pro lado.

- Ah, está tudo caminhando. Pedro está bem! Julia, você não vai acreditar na virada que ele deu! Está tão mais extrovertido e animado. E você sabe como ele é fofo...

- Sei sim, Luana, até demais, né!?

- O que você quer dizer com isso? - perguntei. Julia pegou o celular da mochila e me encarou por um minuto.

- Nada não, amiga. Não vamos mexer nessa história agora. Falando em história, você soube o que aconteceu com a Camila?

- Qual Camila? A da minha sala?

Uma Grande BagunçaOnde histórias criam vida. Descubra agora