Olá bagunceiros, tudo bem?Peço perdão pelas duas últimas semanas em que vocês ficaram sem posts. Tive alguns contratempos e problemas pessoais (além de estar em semana de provas!!) que me impossibilitaram de escrever mais um capítulo.
Pago minha dívida com o oitavo capítulo de UGB, "Perdas". Desde já, agradeço a avalanche de mensagens e comentários, vocês são demais! <3
Irei atualizar o "OFF: Q&A de UGB" com um vídeo respondendo as perguntas em breve. Tenham só um pouquinho de paciência!
Deus os abençoe!
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[LUANA]
Pela segunda vez naquele dia, eu estava correndo, mas agora a motivação era outra. Meus pés, cansados e pesados, batiam surdamente no trecho que levava até o portão do prédio. Antes que abrisse, suspirei baixinho ao encontrar Arthur em cima de sua moto me olhando como estivesse me vendo pela primeira vez. Fui em seu encontro, dando um abraço, que acabou sendo apertado. Tudo o que eu precisava era de carinho e compreensão. Estranhamente, encontrei aquilo nos vinte segundos que fiquei em seus braços.
- Lu, o que houve? - disse ele, tirando uma mecha do meu cabelo que estava em meu olho direito.
- Podemos sair daqui? Preciso respirar um pouco - pedi.
- Claro. Onde você quer ir?
- Arthur, me leve para um lugar em que eu possa esquecer por umas horas o meu dia de hoje.
- Pode subir, Luana! - disse ele, me dando o seu melhor e mais brilhante sorriso - Essa noite você vai esquecer de muitas coisas.
Enquanto segurava Arthur pela cintura e sua moto avançava nas ruas numa velocidade inimaginável, meu cabelo voava sobre o capacete. O vento me dava uma sensação incrível de liberdade. Minha respiração era quase invisível comparada a melodia que o ar fazia ao assoviar em meus ouvidos. Apertei minhas pernas na moto e soltei os braços da cintura de Arthur, abrindo-os enquanto ele nos conduzia pela rua vazia e escura. Uma gargalhada alta saiu de mim. Incontrolável, continuei rindo por mais dois ou três minutos, como se assim pudesse espantar todas as minhas dores. E de fato, ali, todas as feridas não tinham sentido. Arthur olhou por cima do ombro, rindo comigo. Aquele era o nosso momento.
Como era estranho se comunicar tão bem com alguém que mal conhece sem dizer uma só palavra. Depois que recebi o sim de Arthur pelo telefone, me arrumei rapidamente, trocando de roupa, penteando o cabelo e passando uma maquiagem leve para disfarçar minha cara de choro causada por Davi. Lembrar do seu nome fez um nó no meu estômago. Instantaneamente, sua voz veio em minha mente, quando eu o ouvi declamar minha parte favorita em "O Morro dos Ventos Uivantes";
"Não fui eu que despedacei teu coração, foste tu própria. E, ao despedaçares o teu, despedaçaste o meu também."
Será que eu seria a Catherine Earnshaw da minha própria história? Estaria despedaçando o meu coração e, consequentemente, o coração de Davi? Não, eu não queria lembrar dele. Eu não iria lembrar dele. Subi naquela moto com a promessa de Arthur que iria esquecer de muitas coisas. E assim seria!
Recoloquei minhas mãos em volta de Arthur enquanto percorremos o resto do trajeto. Já havíamos chegado à praia de Copacabana e ele havia reduzido a velocidade. Me inclinei pra frente e acabei apoiando o queixo no ombro de Arthur, que olhou pra trás e me deu um sorrisinho. Tinha esquecido como o seu perfume era incrível!
- Vamos descer!? - perguntou ele.
- Eu preferia passar a noite toda viajando - disse, enquanto Arthur parando a moto no calçadão. Levantei a perna e saí da garupa, agradecida por ter escolhido uma calça jeans sem ter lembrado de que, se pusesse saia ou vestido, seria infinitamente constrangedor e mais difícil fazer isso.
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Uma Grande Bagunça
Teen FictionLIVRO GANHADOR DO PRÊMIO THE WATTYS 2016. ___________________________________________________________ Essa não é uma história sobre amor. Essa é uma história. Ponto. E histórias que falam sobre garotas que gostam de contar histórias são sem...