19. Pulsações - Parte II

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Julia pega Camila pelo braço e a arrasta até fora da boate. Camila tropeça algumas vezes e quase faz com que Julia caia com ela.

- Calma, Julia, fica calminha aí– balbucia ela, rindo.

- É melhor você parar de gracinha, Camila! Para, porque está feio pra você!

- Ai, não precisa gritar, sua grossa! – Camila devolve, tentando empurrar Julia na calçada na boate.

- Fica quieta, Camila. Você não tá em condições de arrumar uma briga com ninguém. Agora, cadê a Luana pra me ajudar com você?

- A Lu vem? A Lu é tão melhor que  vo - cê... hahaha – diz Camila, soltando o braço da mão de Julia e sentando no meio fio – Vou esperar ela, que é minha amiga.

Julia balança a cabeça mas não diz nada. Como chegou primeiro, resolveu buscar Camila, o que foi uma péssima ideia, já que sua amiga não parou de falar bobagens por um minuto.

Camila se inclina para o lado e começa a vomitar.

- Meu Deus, Camila! – foi tudo o que Julia consegue dizer. Ela corre para o lado da amiga e tira o cabelo de seu rosto.

Camila para de vomitar e, por um momento, tem um pouco de lucidez; rompe no choro.

- Calma, amiga, eu estou aqui, a Lu já vai chegar também.

- Julia, eu quero morrer!

- Não, você não quer! Você é melhor do que isso! Você tem amigos que te amam...Não faça isso, Camila.

- Não aguento mais toda essa dor!

Camila levanta o braço para secar o rosto e Julia vê as dezenas de cicatrizes em seu braço. Ela precisa se segurar para não emitir qualquer som. Luana tem razão, Camila está cada vez pior.

- Se acalma, por favor – diz Julia enquanto pega o celular e liga para Luana, que não atende.Tenta mais três vezes até que a ligação é atendida – Luana!

- Alô – diz uma voz masculina,do outro lado da linha.

- Luana? – pergunta Camila.

- Oi, então, você é amiga da Luana? – pergunta a voz.

- Quem é? Por que você está falando do celular dela?

- Calma, moça, por favor. Meu nome é Mauro, eu sou taxista. A sua amiga Luana estava no meu táxi e sofremos um acidente.

- Ai meu Deus, como ela está? Me diz por favor!

- Ela está desacordada, mas viva. Os bombeiros acabaram de tirá-la do meu táxi. Você tem o telefone da família dela?

- Tenho, claro! Eles já estão cientes?

- Não, é por isso que eu estou pedindo pra você, moça. Precisamos avisá-los.

- Pra onde irão levá-la? –Pergunta Julia, desesperada.

- Acho que é para o hospital público mais perto, que fica na Lagoa.

- Sei onde é. Vou avisar a família dela e estou indo pra lá.

- Muito obrigada, moça.

- Mauro, por favor, fica com o celular dela para que eu consiga entrar em contato. Meu nome é Julia. Por favor, não deixe de atender.

- Pode deixar, Julia. Vou com ela pro hospital.

- Obrigada – diz Julia e desliga o celular. Seu coração quase rompe pela boca.

Uma Grande BagunçaOnde histórias criam vida. Descubra agora