17. Represália

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Hello, Bagunceiros!

Depois de quase um mês de hiatus (sim, eu sei, vocês querem me matar), trago um novo capítulo de UGB. Espero que, com ele, vocês possam me perdoar e continuar amando a história da Lu.

Desde já, agradeço pelas mensagens. Deus abençoe vocês!

xx

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[LUANA]

Minha bota batia nervosamente no assoalho de madeira do meu antigo prédio enquanto o novo porteiro, que não me conhecia, levou um bom tempo para verificar a minha liberação pelo interfone.

- Pode subir.

Assenti com a cabeça e fui até o elevador, orando mentalmente para não encontrar com Davi. Quando finalmente cheguei ao andar de Karen, soltei um suspiro. Toquei a campainha e minha amiga abriu a porta com um sorriso.

- Lu! – disse ela ao me abraçar. Retribui o gesto, embora tenha me sentido desconfortável. Algo estava errado ou eu realmente estava com medo de ainda encontrar com Davi – Vem, entra! – disse ela, como se lesse meu pensamento.

O apartamento de Karen tinha sofrido algumas mudanças mas continuava minuciosamente bem decorado como sempre foi. Ela me levou até o seu quarto.

- Vamos comer alguma coisa na varanda, Lu, eu pedi pra minha empregada fazer uma mesa para te receber.

- Tudo bem – disse, enquanto atravessava o cômodo. Algumas fotografias na parede do quarto de Karen chamaram a minha atenção. Não lembrava de estarem lá da última vez que eu a visitei. – Nossa, há quanto tempo não vejo seus pais! – comentei.

- Me junto ao mesmo grupo, amiga. Nem eu mesmo os vejo mais... – disse Karen, emburrada.

- O que houve, Kaká?

- Ah, eles só viajam. O trabalho deles é mais importante do que a minha vida.

- Não diga isso, Karen! Seus pais te amam muito.

- Talvez – disse ela, fazendo uma careta – Mas acho que não sentem tanta obrigação comigo, já que não sou filha deles...

- QUE?

Karen arregala os olhos por uma fração de segundo e volta a me encarar com um sorriso meio murcho no rosto.

- Karen, o que você quis dizer com "não sou filha deles"?

- Ah, Lu, eu me esqueci que você não sabia. Deixa pra lá.

- Não, Karen, que isso! Você não confia em mim?

- Claro – disse ela, tentando sorrir.

- Então me conta.

- Eu sou adotada.

- Por que você não me contou isso antes?

- Faria alguma diferença? – disse ela, arqueando uma sobrancelha.

- Claro que não! Mas eu sou sua amiga, ou não sou?

- Claro que você é, Lu!

- Então por que você mentiu pra mim?

- Eu...Eu... – Karen passou a mão no cabelo nervosamente. Quando voltou a me encarar, seus olhos estavam marejando – Eu não podia contar! Eles não deixam! Acham que eu nunca seria bem aceita se as pessoas descobrissem.

- Isso é ridículo! – exclamei – O que te faz inferior por ser adotada? Você foi privilegiada. Ganhou pais maravilhosos, amorosos e tem uma vida muito boa. Não há por quê se esconder atrás de uma mentira, Karen!

Uma Grande BagunçaOnde histórias criam vida. Descubra agora