Capítulo 02

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... Eu tive que ir caminhando à procura da minha sala sozinha, já que o meu irmão "querido" tinha preferido pegar os números das novinhas do que ficar comigo pelo menos no primeiro dia de aula. Sim, fiquei chateada sim. Por mais que ele seja um mala sem alça.
   Eu fiquei durante um bom tempo procurando a sala certa e quando achei, entrei mais rápida que o flash e mantive minha cabeça baixa. Mais um pouco ela se encontrava com o chão. Sentei no fundo e em uma das últimas cadeiras, parecia uma retardada morrendo de vergonha.
   Com os minutos passando, eu pude observar as pessoas que entravam e saiam daquela porta, e ninguém parecia se importa muito com a minha presença. Mas do mesmo jeito, eu IMPLORAVA para mim mesma pra ninguém se sentar ao meu lado. E se ninguém sentasse, no fim do dia, eu ficaria magoada me perguntando se eu tinha algum  problema só por ninguém ter sentado comigo. – Dito e feito!

Um garoto bem alto, com um alargador na orelha e piercing no nariz se aproximava. Notei que ele tinha algumas tatuagens pelo seu braço e dei de ombros vendo ele se sentar ao meu lado e sorrir para alguma direção o que me fez olhar “disfarçadamente” ao meu redor que nem uma louca só para ter certeza de que realmente aquele sorriso tinha sido para mim. E quando eu tive a total certeza, me virei para ele de novo e dei um sorriso de lado.

(Imagem ilustrativa)

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(Imagem ilustrativa)

Aluna nova? – Perguntou querendo puxar assunto.


Sou sim. E você? – A timidez era nítida da minha voz e eu me remoí por dentro por causa disso.

Infelizmente também sou. Estou me sentindo o único diferentão daqui por conta da minha vibe e estilo. Todos ficaram me encarando de cima à baixo quando passei pelo corredor. Estou começando á achar que sou um e.t e ainda não estava ciente disso. – Vi seu olhar observando ao redor da sala e em seguida ele soltou uma gargalhada voltando a fixar seus olhos em mim.

Você... está meio errado. – Fitei seus olhos cor de mel e sorri.

Por que eu estaria errado? – Ergueu sua sobrancelha agora, com o semblante sério.

Bom... primeiro, você não é o único diferentão daqui. Acho que eu também sou de outro planeta porque também fui do mesmo jeito que te encararam. E segundo, eu não me importei nem um pouco com o seu estilo. Aliás, tem várias pessoas do mesmo jeito que você  por aqui e eu acho maneiro. – Dei de ombros.

Tenho certeza que só pelo seu jeitinho de "patricinha", daqui à pouco você vai está se enturmando e participando dos grupinhos dessas mimadas com voz de traveco. E não, nessa escola não tem ninguém do mesmo  estilo que eu até porquê eu não vi. – Pisquei minhas pálpebras ficando surpresa pela mudança de humor dele e ele ficou ali, parado, me olhando todo debochado.

Eu não sou que nem essas garotas! Sou bem diferente. E também não tenho voz de traveco. – Meu tom de indignação era visível e minha vontade de rir por ele ter chamado as meninas de traveco também.

Antes que ele pudesse me responder, o professor entrou na sala bem na hora e dei início à sua aula sem nem dizer um “bom dia” como se ele fosse o " Rei daquele lugar", o que me fez olhar na direção dele com nojinho.

Peguem os caderno de vocês. A primeira aula é de biologia. – O rei de nós todos falava lá na frente ainda sem dar bom dia. 

Não vai copiar? – Olhei para o e.t da escola que ainda não tinha pego o seu caderno.

Não está se achando muito intrometida em relação á minha pessoa? – Sorriu provocativo.

“Credo. Migo, só foi uma pergunta!!!”

Não. Quer saber? Já que você é tão arrogante, faça o que você bem entender. Eu não me importo com você mesmo. – Não escondo que tinha ficado brava pela grosseria dele e me viro para frente fingindo prestar a atenção no professor.

Estava brincando com você, marrentinha.  – Debochou dando uma risada.

Ignorei o apelidinho novo e ignorei também o fato dele achar que já tinha intimidade comigo. Eu até tentava prestar atenção na aula e copiar a matéria do quadro mas o tempo todo aquele garoto cantava alguma música de rap ou ficava me jogando mini bolinhas de papel sem parar. O tempo todo ele foi ignorado por mim mas eu tinha perdido as contas de quantas vezes eu tive que apagar o dever de tantas vezes que errei.
  Para a minha grande felicidade, a aula não tinha demorado muito para acabar. E ouvir o som do sinal tocando alto pelos corredores me fez me levantar na mesma hora da cadeira. Arrumo meu material rapidamente e saio com dificuldade da sala por conta das pessoas enormes em minha frente que ficavam me empurrado sem parar. Quando sai daquela situação toda, fui direto ao jardim da escola me sentando, ou melhor, quase me jogando na grama ao lado das flores que tinha por ali. Achei que eu iria ter uns minutinhos de paz, mas de repente alguém tampa os meus olhos com as mãos e eu travo.

Adivinhe quem é.  – A voz rouca era familiar aos meus ouvidos.

Se essa pessoa tivesse me falado o nome dela desde o momento que ela sorriu e falou comigo na sala, olha... eu tentaria adivinhar sim.  – Ironizei dando um riso.

Ah, como sempre tem que vim você estragando a brincadeira dos outros. – Sentou ao meu lado. – Já que que quer tanto saber o meu nome... prazee, Michael. E qual é o seu, marrentinha? – Me estendeu a mão em forma de cumprimento.

Me chamo Sofia. E por favor, para de me chamar de marrentinha? Odiei esse apelido. Não sou marrenta coisa alguma. – Com receio, apertei sua mão.

Tá bom, marrentinha. –  Riu e puxou sua mochila para o seu colo ignorando tudo o que eu disse.

Rolei meus olhos bufando e ele começou a rir mais alto pegando um saco de biscoito dentro da sua mochila. Eu já sabia que dali em diante eu teria um implicante me perturbando na escola todos os dias. Eu o odiava e gostava dele ao mesmo tempo. 

Você sempre é assim? – Fez uma cara estranha.

Assim... como? – O olhei confusa.

Ele riu e mordeu o lábio e, em seguida, ficou pensativo. Eu gostava de ficar observando ele atentamente. Ele começou  a mexer no seu cabelo tentando fazer um clima de suspense e me olhou cemicerrando os olhos e eu ri parecendo uma criança.

Meu mundo, seu mundo. ♡ { Em revisão }Onde histórias criam vida. Descubra agora