Capítulo 03

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...Roubo um biscoito dele e jogo o meu cabelo para o lado inclinando minha cabeça na intenção de ouvi-lo e ele permanecia me encarando pensativo, de novo.

Sei lá... assim desse seu jeito. Meio marrenta, irônica e ignorante com as pessoas. – Quebrou o silêncio me dando um tapa sem mão. –  Cá entre nós, você também é um pouquinho sem sal. Não acha? – Me olhou e riu achando graça das suas próprias palavras.

“Ele está achando que me abala, tadinho.”

Olha quem fala! Outro ser ignorante e ainda por cima, bipolar. Garoto, me deixa quieta. Se não gostou do meio jeito faz um favor... vaza e some. Até porquê, EU NÃO NASCI PARA AGRADAR NINGUÉM! – Gritei perdendo a paciência.

Escandalosa! – Tapou minha boca com a sua mão e eu aproveito e mordo a mesma.

“Quem ele pensa que é para colocar essa mão na minha boca? Nem sei onde ele estava com ela.”

Olha, quer saber? Eu tentei ser seu "amigo, e olha que eu nem ligo de fazer amizade com garotas chatas e mimadinhas, mas me enganei completamente ao tentar fazer amizade com você. Fui, fica aí sozinha pagando uma de louca! – Se levantou e se virou indo embora.


Eu estava incrédula com aquele garoto e com a bipolaridade dele. Com certeza eu não era tão irritante assim para causar isso em alguém.
Fico vendo ele se distanciar aos poucos com sua mochila nas costas e suas mãos no bolso da calça e me levanto sem disposição alguma indo correndo em sua direção.

Michael, volta aqui!!! Sério isso? – Corri o mais rápido que pude.

A marrentinha decidiu ceder a nossa amizade assim do nada? Olha, até que foi bem fácil. –  Se virou com um sorriso bobo nos seus lábios.

Não. Só fiquei curiosa. Por que você escolheu logo eu para falar? Tem tanta gente nessa escola... – O olhei séria e cruzei meus braços.

Sei lá. Você foi a única na sala que deu um sorrisinho pra mim. Então eu decidi te perturbar um pouco. – Riu coçando sua nuca.

E lá estava ele de novo querendo me irritar com o seu jeitinho.

Primeiramente quem sorriu pra mim primeiro foi você e outra, eu só sorri pra você porquê... porquê... eu sou educada, tá?! – Dou de ombros e ele começa a rir.

Tá bom, marrenta. Parece que eu consegui mesmo te perturbar. Não que isso seja difícil... –  Passou sua mão em meu rosto devagar dando seu sorrisinho idiota e eu bati na mesma a tirando.

Quer perturbar alguém? Perturbe a sua mãe que te colocou no mundo. Só ela deve te aturar. – Me virei e fui embora.

Ele não debateu e também não foi atrás de mim. Eu fiquei esperando ele fazer comigo que nem os atores fazem com as atrizes em cena sobre puxar o braço delas e tudo mais mas, nem isso ele fez. Imaginei seu sorriso lindo e debochado junto com alguma palavra idiota que ele diria, atoa. Tá, parei...
Ajeito minha mochila nas costas e olho por cima do meu obro dando uma última olhada nele. Michael estava na mesmo lugar com o semblante sério olhando para o nada.
  Ignoro e o sinal do termino do intervalo toca fazendo todos voltarem para suas devidas salas de aula. Enquanto eu passava pelo corredor, um grupinho nojento de garotas me olhavam com um olhar de deboche e desprezo. Dou um sorriso falso na direção delas, querendo voltar e arrancar os apliques de cada uma mas, passo direto entrando em minha sala como uma boa menina. Noto que Michael não tinha voltado para sala e isso de alguma forma mexeu um pouco comigo me deixando desanimada.

“ Droga! Magoei o garoto que apenas tentou ser meu amigo."

Outro professor toma o lugar do primeiro, sendo mais educada. E apesar de está encarando cada passo que ele dava eu não estava prestando o mínimo de atenção no que ele falava pois era aula de física. E eu odeio física ou qualquer coisa que envolva matemática. Meus olhos foram ficando pesados e eu agradeci por está com sono e me deixei dormir sem lutar nem um pouquinho com o sono. {...}
O sinal da saída tocava sem parar e minha cabeça latejava já começando à ficar enjoada com aquele barulho chato. Levanto minha cabeça limpo minha baba no canto da boca. Uma menina me olhava rindo antes de sair da sala e eu arrumo meu cabelo que deveria está pior que ninho de passarinho. O “formigueiro" do lado de fora já estava se formando no corredor e eu gemi sabendo que mais uma vez seria empurrada e esmagada. Arrumo minha roupa e me levanto pegando minha mochila que estava bastante pesada, respiro fundo encarando o pessoal e tomo coragem saindo e começando a passar por aquelas pessoas que pareciam querer chegar o mais rápido que pudessem em casa.
  Depois de ter sido quase esmagada e pisoteada umas três vezes no corredor do inferno, eu enfim tinha conseguido chegar até a saída da escola e chegando no estacionamento, começo á caminhar lentamente até o carro do meu irmão na esperança que ele já estivesse por ali. E não, ele não estava. Resmungo sozinha, ainda com sono e encosto no carro mexendo no meu celular.

Tinha se passado trinta minutos e Guilherme ainda não tinha dado as caras. E já era a vigésima vez que eu encarava o meu relógio de pulso. Entediada, olho para o lado da escola e vejo meu belíssimo e querido irmão no cantinho, escondidinho, ficando com uma menina loira toda oxigenada.

Não creio... – Dou um riso besta comigo mesma e imediatamente ando em passos rápidos na direção dos dois. Com certeza eu iria fazer uma cena ou um drama básico.

“ Sou má... Ou burra mesmo por fazer isso? É apenas  o idiota do meu irmão."

Que merda está acontecendo aqui, Guilherme?! – Tentei o máximo não gritar e entrei no meio do beijo empurrando os dois, atrapalhando tudo.

Ao entrar no meio, coloco minha mão na cintura e encaro a garota de cima á baixo com cara de nojo vendo ela limpar seus lábios sujos de batom e depois volto á encarar o Guilherme que também estava todo sujo e borrado de batom.

Meu mundo, seu mundo. ♡ { Em revisão }Onde histórias criam vida. Descubra agora