Capítulo 04

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... Ver o Guilherme todo assustado e com raiva ao mesmo tempo, dava uma sensação tão boa. Isso era pra ele aprender a não ser tão idiota comigo como ele foi mais cedo e também por ele ter me deixando plantada no estacionamento enquanto se agarrava com uma qualquer.

Calma, Sofia. Está louca? Pra quê isso tudo? – Falou com a respiração ofegante e olhou para a loira oxigenada cheio de vergonha.

Você só pode está de sacanagem com a minha cara, né criatura? Como você pode está fazendo isso comigo no primeiro dia de aula? Você namora comigo. Eu sou uma menina direita e uma qualquer! –  Comecei a minha encenação.

Ele me olha arregalando seus olhos e eu me seguro para não rir me virando para a garota que estava intacta sem saber o que fazer com a situação.

Amanda, não é nada disso que você está pensando! Essa louca aí é apenas a minha irmã. Aliás, amanhã a gente se ver de novo. E Sofia... fica ai fazendo o seu showzinho porque eu estou metendo o meu pé para casa. – Deu um selinho na menina como despedida e saiu andando.

Tchau, vaca! – Sorri satisfeita e me virei indo atrás de Guilherme. –  Ei, não vai me deixar aqui. Né?

Claro!!! Cansei das suas provocações e do tempo todo você ficando no meu pé. – Entrou no carro com raiva.

Dou uma olhada em volta e todos ali, que estavam presente no estacionamento, me olhavam rindo e cochichando. O que me deixou com vergonha de mim mesma.

“ Que se dane esse povinho chato!"

Quando volto olhar em direção ao Guilherme, vejo o mesmo sair arrancando com o seu carrinho mixuruca me deixando para trás com a minha cara no chão ainda recebendo olhares de todos os fofoqueiros e fofoqueiras daquela escola.
  Prendo o meu cabelo sabendo que ele não iria voltar para me buscar e saio dali andando com raiva pela rua que estava deserta. No meio do caminho, por conta da minha pressa de querer chegar em casa, acabo entortando um dos meus pés na porcaria de um buraco e quase caio no chão. Bufo por está passando por aquela situação sem necessidade e me sento na calçada ficando por ali mesmo sem ao menos saber aonde eu estava.

“Hoje não é meu dia!”

Eu me odeio! Que burra! – Resmungo para mim mesma.

Enquanto eu estava ali, no meio do nada, resmungando sozinha, por causa da minha má sorte noto uns meninos vindo em grupinho na minha direção na calçada.

“Que perfeitinhos... quero sai correndo.”

Todos me olhavam com um olhar de curiosidade, talvez, pelo motivo de uma garota está sozinha e sentada no meio da rua dando uma de louca falando com vários nadas. Todos eles tinham uns skates maneiros em suas mãos, alargadores exagerados nas orelhas e tatuagens enormes pelo corpo. Tipo essas coisas de "adolescentes rebeldes". Como dizem por aí os mais velhos e as pessoas mais chatas.
Forço minha vista tentando enxerga-los melhor e fico surpresa ao ver Michael no meio deles. Óbvio que ele estaria por ali, o grupo era totalmente a cara dele. Solto meu cabelo em uma balançada com a cabeça e abaixo a mesma tentando me esconder com o meu próprio cabelo. Eu ainda estava com vergonha dele por causa do que tinha acontecido maia cedo e como fiquei nervosa, comecei á fazer massagem no meu pé tentando não dá muita atenção para o que estava meu redor.

Ei, você está bem? –  Escuto Michael e levanto minha cabeça encarando seus olhos brilhantes. O mesmo tinha um tom de voz de preocupação.

Sim, estou sim. Apenas entortei o meu pé mas já vai passar. – Solto um gemido baixinho vendo que o meu pé estava ficando um pouco roxo e inchado. – Desculpa por ter agido e falado com você daquele jeito lá na escola. Fui uma ogra e uma completa boba.

Michael deu um sorrisinho bobo e viu que seus amigos tinham o deixado para trás ali comigo. De longe, eles riam de algo e olhavam para nós dois sobre seus ombros.

Sabe... vou fingir que nada aconteceu hoje. Só porque sou um garoto muuito bom! Até porque tenho muitas coisas mais sérias para me preocupar. –  Deu um sorrisinho de lado.

Tipo o quê? – Não escondo minha curiosidade.

–  Por exemplo... talvez, com as pessoas que me julgam sem saber realmente quem eu sou. – Sorria mexendo na rodinha do seu skate maneiro.

E você ainda abre esse sorriso? Eu já estaria de baixo da minha cama com medo de ser julgada por mais uma pessoa enquanto ando na rua. – Fiz careta e ele ri alto.

–  Pense comigo, imagina se à cada momento que alguém me ofendesse eu ficasse chorando ou cabisbaixo por causa das opiniões alheias das pessoas? Com certeza eu já estaria em uma depressão profunda. – Gargalhou.

Pensando por esse lado... até que faz sentido. Bom, tenho realmente que ir, Michael. Nos vemos amanhã. Certo? – Dou o meu melhor sorriso simpático tentando mostrar que ei estava na vibe de amizade.

Deixa para a próxima. Estava pensando em matar aula amanhã, marrenta. Mas... vou pensar no seu caso. Quer que eu te leve para casa? – Olhou para o meu pé.

Há-há, engraçadinho! Já te falei para parar com esse apelido. E não, não precisa me levar. Acho que já estou perto de casa mas mesmo assim, obrigada.

Ele assentiu e me deu um beijo rápido na testa, se levantou e foi embora em cima do seu skate sem olhar para trás. Acabo rindo sozinha imaginando ele caindo do skate e me levanto com um pouco de dificuldades, ficando de pé sinto uma dor enorme. Meu pé já estava gritando "socorro" e eu apenas torcia para não ter quebrado. {...} 

Assim que chego em casa já saio jogando minha mochila no sofá e me deito no tapete dando uma olhada em minha volta procurando por Agatha. Vendo que ela não estava por ali para me receber, decido chamar.

Agatha, escuta esse babado, mulher! O Guilherme me deixou na escola sozinha sem motivo e eu ainda tive que vim a pé para casa morrendo de dor no meu pé porque eu fiquei com tanta raiva que acabei o entortando no caminho. E pior, eu quebrei uma unha. – Choraminguei.


Tá, mas o que aconteceu exatamente, Guilherme? – Junto com ela, Guilherme se aproximava.

Explica a ela, Guilherme. – Me virei para encara-lo.

Agatha, eu apenas estava ficando com uma menina na saída da escola e por sinal a garota era bonita pra caramba. Mas, do nada essa louca varrida aí apareceu gritando comigo e se passando como minha namorada estragando todo o meu rolo com a mina lá! – Me fuzilou com o olhar.

“Bem feito, bebê...

Lógico que eu estraguei o seu rolo! É uma vergonha no primeiro dia de aula você ao invés de está estudando para ser alguém na vida, você decide passar o rodo em geral!!! – Fico séria e Agatha observava tudo com um olhar de compreensão.

Ih? Eu não vejo nada de mais nisso. – Deu de ombros.

Ih, que isso é ridículo. Se sua fama ficar mau falada naquele colégio a minha mãe vai te matar, Guilherme. Esqueceu? Depois do Matt, você é o preferido dela. – As ultimas palavras saíram quase como um sussurro porque infelizmente aquilo era verdade. Eu não passava de uma ovelha negra naquela casa. – E mais uma coisa, eu ainda te fiz um enorme favor, irmãozinho. Desde quando aquela loira de farmácia é bonita? Nem aqui e nem na China, né gaysão! – Debochei e gargalhei junto com Agatha.

Sempre chamei ele de “gaysão’’ porquê o Guilherme sempre muito nojento com o seu cabelo, com a sua pele e o seu rosto. Ele é do tipo de garoto que quer está mais arrumando que os outros menininhos do bonde e se deixar até mais arrumado que as meninas também.

Primeiro, eu não sou gay. Se eu fosse, eu não estaria agarrando a menina lá. Segundo, o gosto é meu e se eu achar ou deixar de achar ela bonita o problema vai ser de quem mesmo? Isso mesmo, Sofia, meu problema! – Dito isso, foi para o seu quarto todo nervosinho.

Qualquer dia eu vou ficar louquinha nessa casa. Meu santo Deus! – Agatha ria voltando para cozinha onde passava a maior parte do tempo.

Suspiro vendo que ninguém se importou com o meu pézinho e me levanto indo até as escadas. Penso bem antes de começar à subi e decido que completaria essa missão de bunda. Sim, subi devagar até o meu quarto de bunda. O bom é que provavelmente eu já estava ilustrando as escadas para Agatha. Quando cheguei ao topo, me levantei novamente e entrei no meu quanto indo direto pegar uma roupa limpa no meu guarda-roupa e fui ao banheiro me despindo pelo caminho. Entro no box, ligo o chuveiro e começo a tomar um banho quente e um pouco demorado. Eu queria logo que o meu pé desinchasse então fiquei fazendo uma massagem nele durante o banho para ver se diminuía um pouco da dor também.
  Saindo do banho, me visto com um pijama folgado que eu tinha pego e volto para o meu quarto recolhendo minhas roupas sunas e jogando no cesto do corredor. Tiro a toalha molhada de meus cabelos jogando-a em algum lugar e me deito na minha cama maravilhosa fechando meus olhos e adormecendo rápido de tão cansada que eu estava.


Meu mundo, seu mundo. ♡ { Em revisão }Onde histórias criam vida. Descubra agora