Capítulo 1

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Olá a todos!

Esta história foi terminada em abril deste ano e na altura publicada no Wattpad. Contudo, as alterações a fazer depois da revisão eram tantas que decidi retirá-la para ter mais liberdade de edição.

Agora, muitos meses depois e já em outubro, é altura de a publicar novamente, por isso espero que gostem e que desfrutem de uma bela leitura!

Capítulo 1

Acordo com o despertador a marcar as sete da manhã e levanto-me com dificuldade da minha nova cama. Para ser sincera, é horrível, pois o colchão é duro e a almofada muito desconfortável, mas sendo que é provisória não seria sensato pedir nada melhor.

Faço um esforço para andar até à cozinha, onde encontro a minha mãe, que como é claro já está acordada, dado que não me lembro de alguma vez na minha vida me ter levanta-do primeiro que ela.

— Prova. Espero que gostes, — diz ao apontar para um prato na mesa com ovo mexido e salsichas — já que temos que nos adaptar à cultura.

— Pensava que este pequeno-almoço fosse típico dos americanos, não dos ingleses — respondo ainda meio a dormir.

— Pois, não sei, mas prova que está bom.

Aceito experimentar, e até está aceitável. Só não me veria a comer isto todos os dias de manhã, nem consigo perceber como é que alguém pode conseguir. Ao terminar, deixo o prato no lavatório e vou vestir-me.

Não conheço ninguém com um armário mais vazio que o meu atual. Quando estávamos quase a vir para a Inglaterra, tive que escolher as melhores roupas para trazer porque não podia vir com todas na bagagem. O meu pai, que já cá estava, tinha voltado de avião para me buscar a mim e à minha mãe, e deixou-nos usar a mala dele para guardar algu-mas roupas. Acabei por usar o espaço todo para mim, mas pelo menos o que trouxe foi suficiente.

Como viemos no início de setembro, os meus pais decidiram meter-me num colégio. Acho que em português a tradução não é colégio, mas sim internato; uma vez que é tam-bém uma residência onde podemos dormir durante a semana.

Originalmente, esta ideia não me agradou. Não suportava pensar que ficaria fechada numa escola, onde nem podia escolher o que vestir e era obrigada a usar o uniforme que nos davam, e já para não falar que o quarto em que ia ficar não era individual, logo tinha que dormir com alguém que não conhecia.

Depois de falar com os meus pais, acabei por perceber que talvez nem fosse uma má ideia. Eles tinham razão quanto ao facto de que não ia ter nada para fazer quando não estivesse na escola, dado que não conhecia ninguém, nem como a ir a lado nenhum aqui na zona, e era ainda a melhor forma de me adaptar ao inglês, pois teria que conviver com ele durante todo o dia.

Levei alguns dias até aceitar, porém o meu maior medo era acabar por passar os dias so-zinha.

Depois de termos feito os contactos necessários, os meus pais perceberam que seria qua-se impossível pagar as mensalidades e ao mesmo tempo a renda do nosso apartamento.

Quando me disseram que não podia ir, senti-me inexplicavelmente desmotivada. Era como se naquele momento nada mais fizesse sentido e a ideia de ir para uma escola pú-blica soasse como algo irrealista. Se não fosse para o internato, teria que passar o resto dos dias fechada em casa, e não fazia ideia do que esperar quanto às aulas.

Quando já não acreditava que fosse possível, o meu pai chamou-me para falarmos.

Veio com a notícia de que, por acaso, contou ao chefe que estava a pensar em pôr-me lá mas que tinha desistido da ideia. O chefe, ao ouvir isto, pediu por tudo ao meu pai para me deixar ir, porque a filha dele também ia para aquela escola e assim podíamos ficar as duas no mesmo quarto. Para ajudar nas despesas, propôs um aumento ao meu pai.

O Mistério do InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora