Capítulo 13

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— Daniela!

Acordo com a Mila a chamar-me, e fico encadeada com a luz que entra pela janela e me bate na cara.

— Que horas são?

— Quase dez — responde ao levantar-se também.

Esforço-me para sair da cama, porque, apesar de ter dormido imenso, continuo cheia de sono.

Porquê que acordar é tão difícil?

Quando volta da casa de banho noto que a luz das notificações está a piscar.

A mensagem do Sheldon! Esqueci-me completamente.

"A sério que não consegues esperar por segunda para falar comigo? ;)"

Não esperava que ele fosse responder assim. É impossível não reagir com um pequeno sorriso.

"Se quiseres falar só amanhã, por mim tudo bem." Respondo-lhe e volto-me para a Mila.

— Estás a rir do quê? — pergunta-me ao olhar para mim com atenção.

— É de seres tão linda. — O que digo faz com que se comece a rir e atira-me com uma almofada.

— Isso é um desafio? — Questiono-a com convicção e seguro na minha.

— O que se passa aqui? — pergunta o Rúben, ainda de pijama, assim que passa pela porta do quarto com uma chávena de leite na mão.

— Não é da tua conta — responde-lhe a Mila, e volto a olhar para o celular na mesa de cabeceira, ao notar que o ecrã se acendeu de novo.

— Ok — responde meio ensonado e volta para o quarto dele.

Estes dois parecem que se odeiam, mas deve ser uma relação normal de irmãos.

Atiro-me para a cama e leio o que ele respondeu, enquanto a Mila aproveita para ir à casa de banho.

"Essa é a tua melhor tentativa de ser fria?"

"Não é a melhor, mas resultou?" respondo-lhe.

Parecemos dois idiotas a dar respostas aleatórias um ao outro.

Vou tomar o pequeno-almoço com a Mila, e a mãe dela diz-nos bom dia, muito sorridente, ao mesmo tempo que faz umas torradas e aquece o leite.

Fico com elas na cozinha, até que oiço a minha mãe a buzinar lá fora, e mãe da Mila convida a minha a entrar, ficando de seguida as duas a conversar na entrada.

Depois de acabarmos de comer e eu de me vestir, despedimo-nos todos e eu e a minha mãe vamos para o carro.

— Até amanhã, Maria — murmura o Rúben quando me despeço dele.

— Até amanhã, Ben. — Não faço ideia de qual seja o segundo nome, porém Ben já é uma alcunha engraçada.

— Gostaste de dormir na casa deles? — pergunta-me a minha mãe, já no carro.

— Sim, mas já tenho saudades de estar com vocês.

— Compreendo-te; deve ser difícil passar tanto tempo na escola.

— Só um pouco, — respondo e vejo o sinal de nova mensagem — mas habituamos-nos.

"É capaz de ter resultado."

Não consigo evitar sorrir a cada mensagem dele. Odeio-o por me deixar assim tão facilmente.

"Novidades sobre o desaparecimento?"

Quase instantaneamente, recebo a resposta.

"Nada, por enquanto."

"Que situação péssima."

O Mistério do InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora