9- Love is Hopeful

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Desde de que eu me lembro por gente eu sinto isso de ficar nervoso no meio de muitas pessoas. As vezes é apenas um lugar onde está tendo alguma confusão e eu não sei de nada. As pessoas passam apressadas por mim e eu tento perguntar o que está acontecendo, mas ninguém responde. Isso pode ser considerado um dos meus grandes motivos para sentir uma enorme vontade de gritar. Um nervoso muito grande com a necessidade e saber o que fazer e não conseguir.

Eu nem se quer hesitei ao não olhar para trás, meu corpo ainda estava em êxtase. Saí do elevador as pressas dando de cara com pessoas apressadas por todos os lados. Além das que me ignoravam, tinha uma grande quantidade de pessoas debruçadas sobre o balcão de recepção onde enfermeiras tentavam acalmar algumas que já gritavam. Sem muita opção eu acabei me aproximando.

Um homem que gritava por querer saber da filha teve de ser segurado por seguranças quando um médico se aproximou. Ele tinha os cabelos grisalhos e parecia enjoado de toda essa confusão. O homem que aparentava estar em seus cinquenta anos subiu em uma das cadeiras para chamar atenção até que todos olharam esperando alguma informação.

- Por favor, eu peço calma e compreensão - ele começou levantando os braços. Sua feição era cansada, demonstrava noites e noites mal dormidas -  Nós fomos informados que a queda de energia no bairro foi devida à tempestade.

Assim que essas palavras saíram de sua boca as pessoas voltaram a ficar inquietas, mas eu não prestei muita atenção, estava ocupado odiando todo o universo. Não era possível que a tempestade acabou vindo mais cedo e eu estava preso em um hospital. Meu principal objetivo agora era encontrar Holly e Nick, onde quer que estejam... Mas que merda! E eu achando que nada podia piorar.

- Por favor! - O médico gritou novamente chamando a atenção - Não precisam ficar em pânico. As pessoas que moram perto ainda podem ir para casa, contanto que seja rápido e cuidadoso, a tempestade ainda está fraca - se é que se pode chamar uma tempestade desse lugar de fraca - Os familiares dos pacientes presentes podem ficar nos quartos, no máximo três pessoas. As salas de esperas de todos os andares estarão livres para...

Não, eu não vou ficar aqui!

Antes de ouvir o fim do anúncio eu saí em direção ao elevador novamente e apertei o botão dez vezes seguidas pela pressa, assim que ele chegou eu entrei sem hesitar, se eu pensasse muito sobre isso certamente iria dar um jeito de ir pela escada e eu não sei se conseguiria descer nove andares.

Me limitei a olhar para aquele chão. Era inevitável. Eu quase conseguia sentir meu braço sendo apertado pelas mãos dele, meus lábios formigando e meu pescoço sendo sugado com brutalidade.
Quase não acreditava que isso realmente aconteceu, isso realmente aconteceu? Deitei minha cabeça para trás passando a mão pelo meu pescoço. A porta refletia meio opaco meu reflexo, mas isso não escondia a marca roxa debaixo da minha orelha esquerda.

Estava tão concentrado na sensação dos meus dedos sobre a marca arroxeada, um pouco dolorida, que dei um pulo de susto com o apito seguido das portas se abrindo. O décimo andar estava mais calmo, decidi vir até esse já que Holly e Nick saíram aqui. Algumas enfermeiras estavam distribuindo cobertores para umas nove pessoas espalhadas sobre a sala de espera. Perguntei para uma delas se alguma paciente chamada Holly Edwards tinha sido atendida e depois de explicar que ela tiraria o gesso da perna ela apontou para o corredor no canto direito da sala.

Finalmente depois de procurar pelas salas eu a achei, e isso não foi como eu esperava. Aparentemente, os pacientes com casos simples estavam sendo atendidos em qualquer ala para poder serem liberados de uma vez. Holly tinha ido parar na ala de emergência, sentada em uma maca com o gesso despedaçado em uma lata de lixo, a perna boa balançando livre e a outra enfaixada. Nick em pé ao lado dela e Harry Styles em sua frente dizendo algo sobre conforto.

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