32- You know me better than I

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Primeiramente queria agradecer pelo umka, já surtei muito agr to fingindo estar calma.

Muito obrigado a todos que estão acompanhando a fic e comentando e votando... É muito importante para mim e eu amo muito vocês por isso.

E só uma palavra sobre esse capítulo: Palavrapracaralho.



🌸Todos vocês são incríveis  importantes para o mundo, são peças preciosas que só precisam encontrar o lugar onde irão se encaixar perfeitamente para formar um lindo quebra-cabeças. 🌸






Longos minutos se passaram apenas com o som do aquecedor e os gritos abafados de Harry pela porta. Eu estava tão perdido quando já estive minha vida toda.

Essa simplesmente não parecia minha vida, parecia a vida de outra pessoa ou algum dos meus sonhos insanos e longos. Afinal, Harry estava do lado de fora do apartamento gritando por mim e eu estava trancado no quarto ouvindo a respiração baixinha de um bebê tão pequeno.

Eu perdi todos os minutos admirando o respirar do bebê ao que Harry apenas desistiu e o som de fogos preencheu o lugar. O som alto fez o bebê acordar e eu rapidamente fui puxado para a realidade o pegando nos braços e me pondo em pé para balançá-lo da forma mais desajeitada que eu achava ser meu máximo.

Eu apenas queria fugir disso. Os fogos me faziam perceber que eu não viraria o ano beijando meu noivo e nem comemorando com meus amigos. Todos os meus planos estavam desmanchados agora e isso doía tanto porque eu sou uma pessoa que gosta muito de seguir planos.

Olhando para o relógio ao lado da cama eu pude perceber que o ano novo já estava aqui e eu não estava com tudo resolvido como achei que estaria, eu estava tão confuso como antes. Confuso e perdido pelas luzes dos fogos que entravam pela janela, junto com o som que deveria ser alegre.

- Feliz ano novo - Eu sussurrei ao que o choro agora era apenas resmungos. Seus olhos estavam abertos e me fitavam diretamente. Eu tomei um longo tempo pensativo antes de soltar calmamente - Miguel, feliz ano novo Miguel.

Mais alguns minutos o ninando foram necessários até que ele dormisse de novo. O pequeno e frágil Miguel que acordava exatamente às três e meia da manhã toda noite se não fosse colocado na posição certa. O bebê que resmungava toda a noite se eu não o colocasse sobre meu braço, mesmo que isso me fizesse dormir desconfortável e com medo de que ele fosse esmagado durante meu sono.

Quanto tempo levou para que eu descobrisse essas coisas? Exatos dois dias. Dois dias foram necessários para que eu descobrisse grandes coisas sobre esse bebê que nem era meu. Dois dias para que eu não fizesse nada além de tomar conta de Miguel que mamava três vezes ao dia e tinha cólicas às duas da manhã se não arrotasse.

Eu podia sentir o sentimento novo me contaminando, mas eu não queria que isso fosse algo como obsessão. Eu não quero que isso seja algo doentio.

Talvez eu apenas não saiba como nomear algo tão novo e tão diferente. Eu apenas esteja achando que algo natural seja anormal e doentio. Eu apenas não suporto a ideia de estar longe desse bebê que não devia ser tão importante.

Às três da tarde eu estava saindo do quatro após colocá-lo pra dormir. Nesses dois dias eu quase nem se quer saí do quarto, apenas o fazia quando precisava fazer alguma coisa para comer e depois voltava.

Pela primeira vez no ano estava me colocando deitado no sofá. A casa parecia abandonada e vazia, um pouso irreconhecível por mim. Preguiçosamente me deitei no estofado esticando minhas pernas e meus braços doloridos de tanto balançar Miguel para que ele finalmente caísse no sono, porém com o movimento cego acabei derrubando meu celular que estava sobre a almofada.

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