17- Love on top

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- Você ainda vai querer sair? – Harry me despertou do meu quase sono. Já fazia algum tempo que estávamos ali apenas em silêncio, sua mão nunca deixando de acariciar meus cabelos e isso era muito calmante para mim.

- Hum... – Me virei deitado no seu colo para poder o olhar nos olhos. Eu estou realmente uma bagunça de sentimentos dentro de mim, pois apenas de o olhar já falhei em uma batida no coração e me pergunto se isso tudo é real. Parei para pensar um pouco nos acontecimentos e realizei de que minha bagunça interior estava bagunçando tudo a minha volta também. Hoje de manhã eu estava hiperventilando por sair com Harry como se fosse meu primeiro encontro e agora eu estava aqui cansado psicologicamente e nem sonhando em sair de casa – Você se importa se eu apenas ficar aqui?

- Claro que não – Harry negou acariciando minha bochecha, sua voz diminuindo no final. Ele parecida mais para baixo e eu franzi as sobrancelhas. Logo depois ele apenas sorriu – Eu estava cansado também, vou apenas pra casa tomar...

- Você não vai ficar aqui comigo? – Perguntei sem delongas e seus olhos pararam de abrupto em mim como se não esperassem que eu dissesse isso. Isso estava ficando embaraçoso.

- Você quer que eu fique? – Harry perguntou e eu sorri ao entender toda a tensão. Nós dois estávamos agindo como dois adolescentes que começam a namorar, toda aquela tensão para ser quebrada e a vergonha. Eu sorri largo com o pensamento e me levantei do seu colo para poder me sentar sobre suas coxas. Ele parecia ter entendido o motivo do sorriso quando sorriu de volta.

- Parece que estamos com dezesseis de novo. Você querendo me chamar para dormir na sua casa, mas não tinha coragem suficiente – Eu disse passando minhas mãos sobre seu pescoço e deitando minha cabeça no seu ombro, seu perfume forte me inebriando e eu suspirei – Não foi dessa vez que você mandou aquele seu primo irlandês vir me perguntar se eu queria? – Eu perguntei tentando tirar aquele clima tenso. Eu conhecia meu antigo Harry e sabia lidar com ele, talvez não com esse novo Harry, mas quem sabe ainda tenha um pouco dele aqui?

Harry gemeu contrariado deitando a cabeça no encosto do sofá – Você me prometeu que nunca me lembraria disso – Ele disse e eu sorri me lembrando dessa promessa. Na noite em que dormirmos juntos pela primeira vez e ele não teve coragem de vir pessoalmente me perguntar se eu queria.

- Eu não me lembro disso, talvez eu me lembre de você escondido atrás da árvore na saída da escola, mas não de promessas – Eu disse rindo e ele deixou um tapa no meu ombro, entrelaçando os braços nas minhas costas em seguida. – É insano pensar nisso certo? – Eu perguntei atraindo sua atenção – Nós estamos agindo assim de novo, e há alguns anos atrás nós estávamos prestes a nos casar.

Harry concordou e logo sua feição caiu. Nada disso teria acontecido se Harry não tivesse ido embora. Nós passaríamos por momentos difíceis, mas talvez isso passasse tão rápido como chegou e então... Nós teríamos casado e nada disso teria acontecido. Quem sabe agora já estivéssemos conversando sobre filhos e isso é insano de não ter acontecido.

- Você não sabe o quanto foi difícil – Harry disse depois de um tempo. Sua voz baixa e embargada – Acordar sem ter você do meu lado, chegar em casa e não ver seus tênis jogados por todos os lados, não te encontrar na cozinha as vezes tentando cozinhar, até mesmo ouvir você reclamar do carteiro que amassava as cartas – Escutei sua voz sair em um sorriso embargado e melancólico, meu coração apenas se despedaçava mais – A cada dia mais sem você era mais um pedaço de mim que você levava. Eu me sentia incompleto, sem sentido. Eu quis voltar no segundo em que virei aquela esquina, mas eu não podia ser tão egoísta assim... Depois de um tempo meio que você se acostuma sabe? Porém a dor nunca passa de verdade. Eu morava no hospital e visitava os bares nas minhas folgas, mas nunca ficava em casa. Isso me matava. Na verdade eu só vivia bêbado, nem se me esforçar eu lembro das minhas folgas. Eu era apenas trabalho.

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