11- I'll never let you go again.

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Isso estava realmente acontecendo? Duas vezes seguidas em um único dia? Quantas vezes eu conseguiria ser tão idiota em apenas um dia?

Eu estava a deriva novamente. Harry tinha acabado de roubar meus lábios, sim roubar, pois eu não dei nenhuma permissão, mas eu não impedi. Eu ainda sentia a raiva pulsar pelas minhas veias, mas aquele toque... Como eu podia ser tão bem manipulado?

Seus lábios estavam apenas pressionados contra os meus, um toque tão simples e tão devastador. Estava quase voltando à mim, até que eu fui surpreendido de novo. Quando comecei a achar que estava resistindo aos seus lábios, então veio suas mãos que me seguraram. Meus pelos se arrepiaram e eu senti meu corpo ser empurrado contra a parede. Era tão... Irresistível.

Meus lábios se abriram involuntários ao que eu senti a sua língua passar por eles. Suas mãos ainda apertando minha cintura contra a parede e seu coração batendo forte contra o meu, eu queria tanto ser forte. Como as coisas conseguiam mudar assim tão rápido? Há um segundo atrás eu estava prestes a pular no pescoço dele ou deixar um soco nesse rosto, mas agora eu estava tão entregue. Eu o odeio tanto! Tanto, que chega a doer. Odeio como eu me derreto tão fácil por ele. Odeio pelo fato de que, mesmo ele tendo feito tudo aquilo comigo, eu só esperava um "me desculpa" para poder perdoar. Eu ainda faria muita coisa, mas é claro que eu queria perdoar. Eu sempre vou o querer.

Eu senti uma de suas pernas se encaixar entre as minhas e eu sabia que logo, logo nós iríamos mais além. Deus, eu realmente quero isso, mas eu não po...

- Lou - sua voz rouca atrapalhou meus raciocínios. Seu rosto estava no meu pescoço e ele roçava os lábios por lá. Nossos corpos totalmente juntos. Eu estava realmente esperando que ele falasse algo, mas logo depois eu senti ele se movimentar e seu quadril se forçou contra o meu, sua ereção roçando na minha perna e eu não consegui conter o gemido necessitado - looou e-eu... - Ele não continuou. Seu quadril continuou em um ritmo tortuoso, mas eu já estava gemendo manhoso enquanto agarrava seus braços. Eu tinha que ser mais forte do que isso. Passei um longo tempo me torturando depois que saí daquele elevador, mas estava aqui fazendo de novo. Seus lábios começaram a sugar meu pescoço. Os movimentos ficavam cada vez mais fortes e quando eu senti que ele estava tentando me colocar no colo dele eu despertei. Espalmei minha mão no peito dele novamente o fazendo se afastar. Seu olhar era perdido e logo depois ficou corado pelo tanto que sua ereção marcava pela calça.

Levantei meu olhar para o seu rosto e ele respirava pesado me encarando, eu precisava ser forte.

- Não - eu falei com a voz cansada. Minha mão saiu do peito dele e meu braço caiu derrotado ao lado do meu corpo, de novo. Totalmente esgotado - Você não pode... Fa-fazer isso comigo - Droga. Uma lágrima caiu pela minha bochecha e ao mesmo tempo eu levei a mão ao rosto a secando - Não pode se aproveitar de mim desse jeito. Sair e entrar na minha vida a hora que quiser e achar que está tudo bem. Eu não sou um brinquedo seu, que você pode usar só porque eu faria tudo por você... - Harry tentou se aproximar de novo, mas eu o segurei novamente, o que resultou em outra série de lágrimas rolando sem nenhuma permissão.

- Lou - Ele falou. Sua mão pousando na minha bochecha. Eu não queria demonstrar o quanto queria o carinho que ele estava fazendo com o polegar - Por favor, nunca mais diga isso.

- NUNCA DIGA O QUE? - Gritei toda minha raiva - QUE VOCÊ ESTÁ ME USANDO OU QUE VOCÊ GOSTA DE ME FAZER DE IDIOTA?

- CARALHO LOUIS - Harry rugiu para cima de mim e meu corpo se encolheu. Ele deixou um soco na parede ao lado da minha cabeça e eu fiquei espantado. Harry nunca foi o tipo de cara que perdia o controle, sempre tão calmo e tão paciente. A última vez que eu vi esses olhos desse jeito foi há dois anos atrás quando ele estava prestes a espancar um babaca homofóbico que só tinha feito um comentário idiota contra mim. Eu tinha motivos para temer esses olhos - Quando você vai perceber que tudo que eu mais quero nesse mundo é você? Quando você vai aceitar que eu não consigo viver nem mais um dia sem ouvir a sua voz? Eu realmente achei que estava agindo certo. Eu não queria ser egoísta, mas você é tudo que sempre importou para mim. Não aguentava ver você triste todas as noites, encarando algum canto com o olhar vago. Eu ainda lembro do dia que você chegou em casa chorando! Acha que foi fácil para mim te ouvir chorar até cair no sono? Eu não podia mudar aqueles babacas e por você eu teria espancado cada um deles, mas essa não é a pessoa que você queria que eu fosse e nem eu. No fundo o que eu fiz foi certo, mesmo que seja pelo menos um pouco. Saiba que cada dia sem você foi uma tortura. Eu te conheço o suficiente para saber que dentro dessa cabecinha você fica repetindo que eu não te amo, mas estou aqui agora, de volta, para dizer que nunca deixei de te amar e nunca vou deixar. Tudo bem, eu admito que não foi uma ideia brilhante, mas eu não posso voltar no tempo. Por favor, me perdoa!

Não foi uma pergunta. Meus olhos não deixaram os seus nem um segundo se quer. Minhas mãos acariciavam suas bochechas e pescoço enquanto eu não tinha palavras para responder. Eu estava inseguro, isso mais que tudo, e não sabia exatamente o que fazer. É claro que meu coração gritava para que eu o perdoasse e voltasse a o beijar, mas isso seria uma coisa idiota em comparação a tudo que ele me fez. Por um segundo eu parei para pensar sobre a expressão "siga o seu coração" no caso, se eu seguisse meu coração eu provavelmente seria muito feliz, mas ai a razão apareceria de novo para me lembrar que essa felicidade era temporária. A felicidade que o amor traz é sempre temporária. Eu percebi que estava com mais medo, acima de tudo. Queria tanto ser feliz, mas nenhuma felicidade parecia realmente boa. Mas se eu não aceitasse, nada mudaria. Então não seria bom sentir um pouco de felicidade, nem que se fosse passageira, do que nunca sentir nada?

Eu concordei há alguns dias que mudaria meu jeito de pensar. Tentar agir de outras formas já que as minhas não estavam dando certo. Quem sabe esse não podia ser o tempo? Eu estava com tanto medo. Medo de me magoar.

Mas quem era eu para poder lutar contra isso? Quem era eu para falar sobre amor, se de tanto lutar ele nunca foi meu? O amor passou pela minha vida, se esfregou em mim e me deixou assim.

Eu não tive palavras. De qualquer forma, acho que esse momento não precisou muito delas. Eu o puxei pela nuca selando nossos lábios. Depois de tantos beijos necessitados e desesperados, nós apenas aproveitamos cada segundo. Eu suspirava ao sentir a textura da sua língua. Seus dedos acariciando meu rosto. Minhas mãos apertavam sua cintura e esse era exatamente aquele momento.

Eu senti tanta falta dessa sensação. Quando o mundo inteiro some, apenas eu e ele. Enquanto seus lábios se movimentam, então somos apenas nós. Nosso momento.

Ele parecia ter entendido, mas a verdade era que nem eu tinha entendido. Eu teria dado outra chance para ele, mas não estava cem por cento certo disso. Talvez eu deva tentar, não tem nada pelo qual eu nunca tenha passado antes.

Harry desceu as mãos para minhas coxas, as apertando, logo depois um solavanco e eu já estava com as pernas enlaçadas na cintura dele. Tudo estava sendo tão delicado que parecia nossa primeira vez. É claro que eu ainda lembrava de cada momento dela.

De certa forma, mas se você parar para pensar, cada final é na verdade um novo começo. Então nós estávamos começando de novo.

Ele caminhou lentamente pela sala, me colocando com cuidado sobre o sofá. Logo depois seu corpo cobriu o meu e ele sorriu entre o beijo. Foi ai que tudo mudou. Apenas o seu sorriso me fez perceber que isso era o certo, talvez, mas isso me passou uma confiança tão grande que não pude evitar sorrir de volta. cada toque, tudo estava tão inocente, até mesmo os movimentos se intensificando e os gemidos começando a deixar meus lábios.

Nenhum toque passava despercebido. Cada beijo, cada carinho, tudo parecia duas vezes melhor. O que transformava tudo isso em algo maravilhoso era o simples fato de ser acompanhado do tanto de sentimentos que eu tinha por ele, e mesmo que eu esteja com medo de acreditar, que ele sentia por mim.

Os sorrisos que nós tínhamos, agora eram feições concentradas enquanto Harry me penetrava. Com o mesmo cuidado que sempre teve, muito mais agora que nós não tínhamos nada para ajudar. Eu não tinha planos para ir até o quarto buscar nada e nem o Harry. Optamos por sermos cuidadosos e pacientes. Foi assim que ele começou a distribuir beijos por todo meu rosto para me distrair da dor.

- Você nunca vai ter noção do quanto fez falta - Harry disse ofegante beijando o canto dos meus lábios. Ainda sentia dor, mas estava tentando relaxar, não que isso fosse difícil com Harry.

- Eu tô aqui pra você, então não me perde, por favor, por favor. Não me perde - beijei seus lábios com vontade. Harry negou dizendo que jamais conseguiria fazer algo do tipo de novo. Eu senti meu coração aquecer ao que rebolei de leve debaixo do seu corpo. Ele tomou como incentivo e começou a se movimentar.

Em algum momento eu já estava totalmente consumido pelo prazer. Nem acreditava que era real. Harry me completando em todos os sentido de novo e gemendo rouco sobre mim. Sempre iria adorar o som da sua voz gemendo, era algo incomparável.

Nós passamos a noite toda nisso. Harry parecia não cansar de matar a saudade do meu corpo e eu, de jeito nenhum, me cansaria disso. Nem tão cedo. Mas em algum momento nós fomos consumidos pelo sono e eu adormeci no sofá. Harry estava de costas para mim e eu rodeava sua cintura com meus braços, o impedindo de ir embora. Tive um grande medo de fechar os olhos e acordar percebendo que foi tudo um sonho, mas parecia tão real. Apertei meus braços, o segurando firme. Nunca mais eu vou te deixar ir.

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