Capítulo 5

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Desde que era criança, sonhava em me tornar fotógrafo, ficava o dia inteiro na frente de uma parede da minha antiga casa. Era uma parede cheia de fotografias de familiares de outros lugares do país e pelo fato de minha mãe não ter muito dinheiro para comprar passagens de ônibus ou avião para ir visita-los, então não os conheci. Eu morava sozinho com a minha mãe, ela disse que meu pai morreu de câncer quando eu ainda era bebê. Não me senti triste, nem nada do tipo, não sabia se deveria, mas simplesmente ignorei, ainda com a esperança de que ele entraria pela porta da frente e me abraçaria dizendo que iria ficar tudo bem. Assim nós poderíamos tirar uma foto como uma família normal como as outras e pendurar na parede, sem precisar ficar imaginando uma história sem fundamento nenhum, de pessoas que nem conheço.

Mas esse dia nunca chegou...

*****

Ainda dentro do carro, abri o porta luvas e tirei uma câmera que levo para todos os lugares, ela tem uma ótima definição de imagem e visão noturna, olhando para a mansão escura, parece que ela vai ajudar bastante.

Abri a porta do carro e tranquei, caminhei até portão. Havia uma corrente presa com um cadeado, porém estava muito enferrujado, peguei uma pedra que estava no chão e bati no cadeado, ele quebrou no primeiro impacto. Abrindo o portão ele faz um barulho que me arrepia inteiro, começo a caminhar pelo jardim, as flores estavam todas murchas, a grama era negra e chafariz estava cheio de musgo. Enquanto caminhava, percebo que uma das janelas a luz esta ligada, com uma sombra parada, sem movimento algum, não sei se continuava a caminhar ou se ficava ali parado. A sombra sai da frente da janela e a luz se apaga.

Continuo caminhando até a porta da frente, subo um pequeno lance de escadas e paro na frente da grande porta dupla de madeira bem velha, vou até a maçaneta mas a porta está trancada, "Ótimo, agora por onde vou entrar?"

Caminhei até um pequeno portão ao lado direito da enorme mansão que dava para um cemitério gigante, quando vi aquele cenário cheio de túmulos, santos, pás ao lado dos túmulos me assusta um pouco. Tento abrir o portão mas ele também esta trancado.

Fui ao outro portão do lado esquerdo da mansão que dava para um pequeno jardim redondo, com bancos na borda do circulo e um pequeno chafariz no meio. Até que era bonito para essa mansão assustadora. As barras desse portão estavam tortas, permitindo minha passagem para o pequeno jardim.

Não havia portas para eu entrar, mas havia estacas de metal com madeiras sobre as estacas, parece que estavam reformando essa parte, logo vi uma janela aberta com as cortinas voando para fora, por causa da forte brisa que estava essa noite. Escalei o primeiro andar de estacas e fiquei de pé em cima da madeira, havia uma escada para o segundo andar das estacas, subi a escada e caminhei até a frente da janela, fiquei parado por alguns segundos, " Agora não tem volta". Sem muito esforço me pendurei na borda da janela e entrei. Estava tudo escuro, peguei minha câmera e liguei a visão noturna, me assustei, era um quarto todo bagunçado com a cama virada de ponta cabeça, vários papéis no chão e livros, comecei a caminhar lentamente até a porta, na metade do caminho, a televisão liga sozinha em um canal sem sinal, dou um pulo para trás e olho em volta, quando vejo uma sombra pulando a janela, corro até a janela e não vejo ninguém.

Atravesso a porta rapidamente. Do outro lado estava iluminado, era um corredor com várias portas fechadas, e só uma aberta no final dele, caminho até ela, ainda assustado com oque aconteceu no quarto. Do outro lado era um corredor em forma de quadrado, com um vidro, permitindo ver o térreo. No térreo havia sangue pelo chão, pedaços de corpos de pessoas, tripas e cacos de vidro espalhados, mas nenhum corpo (inteiro pelo menos), através do vidro vejo que há um elevador do outro lado do corredor. Sem saber para onde estava indo exatamente, caminho em direção ao elevador, no meio do caminho a dois armários de madeira atrapalhando a passagem usados como barricadas, mas da para passar no meio deles, "Mas quem estava se protegendo e do que exatamente?" Ouço uma porta bater ao meu lado mas ignoro, me viro de lado e começo a passar no meio desses armários, quando uma mão pega meu braço com força me puxando para trás, quando fui olhar o rosto de quem estava me segurando e me assustei, era um homem careca sem camisa de uns 2 metros de altura, com um porte muito forte apesar de ser gordo, seu rosto era cheio de cicatrizes e sua boca não havia lábios, era rasgada até as bochechas permitindo ver seus dentes podres e cheios de sangue. Então ele diz com uma voz grossa:

- Vocês vão pagar pelo o que fizeram!

Então ele me joga pelo vidro enquanto eu gritava, depois disso não ouço mais nada.



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