Capítulo 20

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[Kit Walker]

Passei meu dedo no sangue que estava escorrendo da barriga de Charles, e escrevi na parede ao lado, "Vai para o inferno! Com amor seu filho! :)".
Abri o teto do elevador, sem muita dificuldade fui em cima dele. As grades ainda estavam abertas, do lado de fora havia uma poça de sangue gigante saindo das pernas de Charles que estavam para fora do elevador. "Que nojo..."
Deci o pequeno degrau, caindo em cima do sangue. A verdade é que eu não posso mais ficar aqui, muita tortura e morte, o tanto que eu já vi até parece normal, mas não é. Talvez seja melhor ligar para os militares e depois para minha família dizendo que eu estou "bem", sem alguns dedos, mas bem. Peguei meu celular no bolso, a tela estava quebrada, talvez por causa de quando caí no segundo andar, toquei na tela mas estava sem bateria, "Merda", duvido muito que tenha algum celular ou telefone por essa area, "Talvez na torre de rádio!", ela fica atrás do hospício, agora é torcer para ter sinal...

*****

[Ruby Walker]

Patrick me contou tudo que a mulher do telefone disse a ele. Chorei em seu colo, porque eu amava muito o Kit e mais agora que estou gravida.
Nós nos alcamamos, tentando pensar em alguma coisa para fazer, mas apenas fomos fazer o almoço.
Ficamos a tarde inteira assistindo TV na sala. Eu com medo de ficar no andar de cima sozinha e Patrick com medo do andar de baixo.
Então o telefone toca, eu e Patrick trocamos olhares, meio que decidindo quem vai atender o telefone, mas levanto e vou em direção a mesinha do lado do outro sofá, atendo o telefone...

*****

[Patrick Walker]

Minha mãe estava falando no telefone, olhei para a janela e já estava escurecendo, percebo que já faz um dia que meu pai não aparece, "Espero que ele não esteja no meio daqueles mortos...", olhei de volta para minha mãe, tentando entender o que a pessoa do outro lado estava falando, mas minha mãe só respondia "Sim", "Okay" ou apenas acenava com a cabeça comcordando, então ela coloca o telefone de volta no gancho e olha para mim e diz:

- Me chamaram para levar uma amostra sua, como por exemplo seu cabelo para um exame de DNA. Se der igual a algum, e rezo para que não seja, bom... você ja sabe...

Apenas asceno com a cabeça. Vou até uma gaveta que a no armário ao lado da TV e pego uma tesoura, minhas mãos tremem, lembrando daquela cena, mas apenas corto uma mecha do meu cabelo e entrego para minha mãe, ela pega e põe em um saco plástico que havia pegado na cozinha, ela fica parada alguns segundos me olhando, ela vem até mim e beija minha testa, e diz:

- Não se preocupe, tenho certeza que seu pai não vai estar no meio desses corpos... - ela sorri.

Aí está a magia da minha mãe, sempre com seu otimismo. Então sorrio de volta e ela diz:

- Bom... você vai ter que ficar algumas horas sozinho...

- Tudo bem... - Mentira, não ta tudo bem!

- Então eu já vou... Patrick qualquer coisa, se tranque em seu quarto e não sai de la por nada!

- Okay...

Então ela sai, me deixando na escuridão, ouvindo apenas o barulho da TV.


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