Capítulo 20

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2 semanas mais tarde

Os dias andam a passar que nem loucos. Nem dou pelo tempo passar. Num minuto pode ser 10h40 da manhã como no outro, e como por magia, já são quase duas da tarde. Como é que tal pode ser possível? Não sei, sinceramente, não sei. É algo inexplicável. 

Sento-me à mesa da sala a dar uma revisão da matéria, com uma chávena de café bem forte ao meu lado. Isto está tudo de pantanas. Livros para um lado, cadernos para o outro, folhas de resumos nem sei bem onde, fichas quase na outra ponta da mesa e o estojo no meio de esta confusão toda. Tenho que me começar a organizar mais, ou então, isto será totalmente desastroso. Oiço a porta a abrir-se e a fechar-se e, muito pouco tempo depois, aparece o meu irmão. A cara estava branca como as paredes e isso assustou-me de morte.

-O que é que foi?- perguntei, levantando-me depressa e indo até ele. Ajudei-o a ir até ao sofá e sentámo-nos. Olhei para ele à espera de uma explicação. Só faltou entrar aos gritos pela casa. Dado ao facto de ainda não ter obtido qualquer tipo de resposta, voltei a questioná-lo:- O que é que foi?

-Não sabes o que aconteceu!- falou horrorizado. Coisa boa não é de certeza devido ao seu tom de voz.

-Não me digas que foi outra vez o pai do Luke!- levantei-me passada. Já não nos bastava o que tinha acontecido anteriormente.

-O pai do Luke não é chamado para agora.- tranquilizou-me. Mesmo assim, não fiquei totalmente descansada.

-Se não é o pai do Luke, o que é que é? Não vejo nada que seja pior que ele, aquele anormal, para não dizer outra coisa.- disse, sentando-me. O silêncio instalou-se por um longo momento, que mais me pareceram anos.- Mas podes explicar-me o que é que se vem a passar, porra?- inquiri fora de mim. Estou prestes a explodir.

-Podes não acreditar, mas eu juro que vi o nosso pai.- desembuchou e eu quase que caí do sofá. Como é que é possível ele ter visto o nosso pai? Ele morreu! MORREU!! Isso é descabido e impossível! Os mortos não voltam do mundo dos mortos! Não ganham novas vidas assim do nada. Bruxas, não existem. Vampiros, lobisomens qualquer tipo de seres sobrenaturais, ainda menos!

-Só podes estar a delirar, meu caro irmão! É impossível! O que deves de ter visto foi uma pessoa muito parecida com ele. Existem cerca de 6 pessoas parecidas ou iguais a nós no mundo inteiro! Por tanto, só pode ser isso!- levantei-me e descartei, totalmente, essa ideia. Não a podemos aceitar. É deveras doida, insane, sem ponta por onde se lhe pegue.

-Querida irmã, isso pode até ser verdade, no entanto, eu vi com os meus próprios olhos. Quando os nossos olhos se cruzaram, ele ficou com uma expressão de medo e voltou pelo caminho de onde tinha vindo. Não me digas que é coincidência! Eu vi nos seus olhos o pânico,a confusão, mas ao mesmo tempo amor, carinho! Vais-me dizer que, mais uma vez, é coincidência? E se ele não tiver mesmo morrido? E se ele tiver furjado a sua morte para sair ileso? Para não ser realmente morto? E se aquele corpo que encontrámos da outra vez, não é do nosso pai? Talvez é de outro homem que morreu em vez dele! Que deu a vida por ele. Já pensaste nisso? Já pensaste que a morte do nosso pai pode ter sido combinada?- tentou chamar-me à atenção. Pus-me a pensar e, de certo modo, o que diz tem uma certa lógica. Entrei num género de "transe", fixando o meu olhar num ponto qualquer da sala, e pus-me a pensar devidamente no que ele dissera. De um momento para o outro, abanei a cabeça e caí na realidade. Não, não posso aceitar essa ideia!

-Desculpa, mas não engulo.- disse, por fim.- Isso não tem lógica! Onde é que te apoias para dizeres isso? Quais são as provas? Provas materiais! Se calhar, ele é um gémeo do pai que foi escondido durante anos e nunca teve a coragem de dar a cara, mesmo depois da morte do irmão! Preciso de provas materiais para acreditar nisso, não posso simplesmente acreditar em balelas e em coisas que vês! Até pode ser ele, como pode ser um sósio! Ouve o que estás a dizer! Pensa e aterra no mundo real!

Tenho medo. Tenho medo de encarar isto. Tenho medo que isto seja real. É simples. Simplesmente, não vou acreditar. Não vou acreditar até que me mostrem que é verdade. Não me interessa. Manterei sempre a minha posição. Só não quero aceitar que o meu pai pode, afinal, estar vivo. Levou-me tanto tempo a aceitar que o tinha perdido e, não sei quantos anos depois, dizem-me que o viram na rua e que a sua morte pode ter sido encenada. Como aguentar com isto tudo? Como? Só preciso de uma explicação, de ajuda. Tudo isto é difícil de acreditar. Para todos é difícil de levar esta história a sério. Sentei-me no sofá e levei as mãos à cara, cobrindo-a. Comecei a chorar. Isto tudo afetou-me. Definitivamente.

-Nem tentes contar isto à mãe.- pedi-lhe entre soluços.- Não até descobrirmos a verdade. Não quero que ela tenha falsas esperanças.

-Quer dizer que alinhas comigo em desvendar este novo mistério?- interpelou-me com um pouco de esperança.

-Tomas-me por quem? Sou ou não sou uma Miller? Os Millers estão sempre na ribalta. Pelos melhores ou pelos piores momentos. Ou senão, estamos sempre metidos em alguma encrenca. Não somos nós que vamos fugir à regra.- e deu-me um abraço. Que mais uma aventura comece!

-Desta vez, vamos ser só nós os dois. Quando estivermos em apuros, podemos chamá-los. Isto é um assunto de família, deve de ser tratado em família!- afirmou determinado e eu acenei, concordando.

N/A: Well, well, well! Por esta é que não estavam à espera, não é verdade? Ninguém estava! De um momento para o outro, chega esta bomba! Qual é a vossa opinião sobre isto? Acham que é verdade ou não? Quais são os vossos palpites? Acham que eles vão apanhar uma grande desilusão? Se tal coisa for verdade, o que acham que poderá acontecer daqui para a frente? Sugestões e palpites? Keep reading!! :D


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