Capítulo O1

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Anahí acordou sozinha na cama mais uma vez, isso já estava se tornando insuportável. Até quando teria que amar sozinha? Será que teria sido tola ao largar a vida para se dedicar ao marido e a filha? Virou-se de lado e olhou o relógio que marcava O4h27min da manhã, fechou os olhos novamente e suspirou fundo tentando se lembrar a última vez que seu marido estava junto à ela nas noites dos finais de semana. Seus pensamentos se distanciaram ao sentir a mão pequena e quente passar por seu rosto antes do dedinho quase invadir seus olhos.

Giovanna: Mamãe... - disse com uma voz rouca ainda do sono - Tem um bicho bem grande no meu quarto!

Anahí: Oi minha pequena - segurou a mãozinha gorda da filha para afastar o dedinho que tentava a todo custo abrir seus olhos, o levou até a boca o beijando e abriu os olhos acendendo o abajur em seguida - Acho que esse bicho está muito encrencado ao tentar invadir o quarto de uma princesa tão linda sabia? - sorria já se esquecendo da atitude do marido.

Giovanna: O papai teve que cuidar de pessoas de novo não é? - deu pela falta do pai, coçou os olhos e colocou a chupeta novamente na boca.

Annie cansou de dar explicações tortas para a filha todas as vezes, e não eram poucas, que a menina procurava pelo pai. Então, para convencer a pequena de 04 anos, dissera que como os bons médicos, o pai ficava sempre no hospital cuidando das pessoas. Puxou a filha para deitar do seu lado, e disse em um sussurro.

Anahí: É meu amor... Ele está cuidando de pessoas - olhou a filha com carinho, como amava aquela criatura, não entendia como Alfonso podia trocá-la por quem quer que fosse na rua.

Giovanna: Eu queria que ele fosse outra coisa... O pai da Isa não tem que cuidar de pessoas e todos os dias busca ela na escola - disse um pouco enrolado devido à chupeta - Já pensou se você continuasse cuidando de pessoas mamãe? - disse com os olhinhos bem abertos - Ninguém ia cuidar de mim!

Anahí: Acho que precisamos dormir só mais um pouquinho, o que acha? - disse tentando mudar o rumo da conversa, virou-se de lado passando os braços por cima da filha a puxando.

Giovanna: Mas e o bicho que está bem lá - apontou o dedo para a porta.

Anahí: Quietinha Giovanna - disse por fim, puxou a coberta e se cobriu com a filha. Até fechou os olhos, mas à essa altura o sono já havia ido embora há tempos, lembrou-se do comentário que a menina havia feito, e seus pensamentos voaram, para quase cinco anos atrás.

# FLASH BACK #

Havia saído do hospital mais cedo, não estava se sentindo bem há alguns dias e de tanto sua cunhada Maite a perturbar, resolveu enfim fazer o teste de gravidez. Entrou em seu apartamento procurando por Mel, um cão labrador que havia ganhado de Alfonso, sorriu ao ver a cachorra deitada na enorme cama de casal abanando o rabo ao ver a dona.

Anahí: Mel sua folgada! Quantas vezes tenho que te expulsar da cama? - dizia enquanto tirava as sapatilhas e se jogava na cama junto com o animal - Ah Mel... Sua vida é bem tranquila não? O que acha de trocarmos hein? - Questionava enquanto fazia caricias na pelagem do animal.

Maite: ANNIE! - gritava entrando no quarto e se jogando do outro lado da cama, deixando a Mel entre as duas.

Anahí: M-a-i-t-e - com a mão no coração - quer me matar ou o quê?!

Maite: Não seja dramática - rolou os olhos - Eai, o que deu? - passava a mão na cachorra junto com a cunhada - vou ser titia ou não? Anda Annie, estou nervosa!

Anahí sentou na cama e apanhou o grande envelope que deixou no móvel próximo da cama, esticou para a cunhada em seguida.

Anahí: Certíssima Mai - respirou fundo - Estou de 4 semanas, titia.

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