Quando o choro de Alfonso cessou, ele foi soltando Annie devagar. Ela então desencostou o rosto e o ergueu, levou a mão até o rosto de Poncho secando suas lágrimas.
Anahí: É tudo tão mais complicado agora Poncho - baixou o rosto - Eu sinto muito por isso.
Alfonso: Eu entendo Annie - puxou o ar e soltou pela boca em seguida tentando manter a respiração alinhada - Eu só precisava por tudo isso pra fora.
Anahí: Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, e não conseguimos fazer dar certo...
Alfonso: Eu recebi uma proposta - segurou as suas mãos de Anahí - Me chamaram pra dirigir a sede da África do Sul - Anahí arregalou os olhos - Sabe que é uma oportunidade única isso...
Anahí: Poncho não! - Seu desespero foi imediato - Não pode ir. Não pode ir assim - falava sem conseguir raciocinar direito o que saia de sua boca.
Alfonso: Calma calma - sorriu do desespero dela, segurou seu rosto com as duas mãos - Annie eu não vou! - Sentiu as mãos de Anahí por cima das suas - Eu não vou meu amor, eu não deixaria vocês por nada. É isso que eu quero que entenda, estou abrindo mão do meu sonho, por você. Porque quero te provar que nada na minha vida é mais importante do que você e nossa filha, nada. Nada mais.
Anahí segurava as mãos de Poncho por cima de seu rosto, não conseguia imaginar como seria sua vida sem ele por perto. Nem que fosse pra discutir, pra brigar. Porque a saudade doía tanto. Mas sabia que ele estava ali. Mas imaginá-lo longe, em outro continente fez com que se sentisse sozinha, sem chão. Porque a saudade é a dor que mais dói. E ela sabia disso. Tinha saudade do cheiro, da pele, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Ela podia ficar na casa dela e ele na casa dele, sem se verem. Mas sabiam se lá. Ela podia ir para a reunião da filha e ele para o hospital. Mas sabiam se onde. Podia passar o final de semana sem vê-lo. Mas sabiam se amanhã. Mas ele ir embora assim, teria uma saudade que nada poderia deter. Seria uma saudade de basicamente não saber. Não saber se ele continuaria fungando em lugares frios. Não saber se ele ia continuar sem fazer a barba por causa de sua alergia. Não saber se ele continuaria se alimentando mal pela mania de estar sempre ocupado demais. Se ele continuaria preferindo Malzebier, se continuaria sorrindo com os olhos apertados, se ele continuaria amando. Saudade seria não saber mesmo. Não saber o que fazer com os dias que ficariam mais compridos. Não saber encontrar tarefas que lhe cessariam o pensamento. Não saber como frear as lágrimas diante de uma música. Não saber como vencer a dor que nada preenche. Saudade seria não querer saber se ele estaria com outra, e ao mesmo tempo querer. Não querer saber se ele estaria feliz, mas ter a certeza de que perguntaria a todos por isso. Seria nunca mais saber de quem realmente ama, e mesmo assim doer. Por isso, ela teve ali, a certeza, de que ainda o amava. Só não sabia o que faria com isso. Parou de pensar quando sentiu os lábios de Poncho tocarem levemente nos seus. (Inspirado no texto de Pedro Bial)
Dulce: Me digam pelo amor de Deus que isso é um banheiro porque... AH SENHOR-JESUS - colocou a mão na boca quando deu de cara com Anahí e Alfonso bem ali.
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Enquanto Houver Razões ❥
RomanceAté onde você deixaria tudo por amor? O que seria seu limite? Quantas noites de choro iria aguentar? Quantas datas importantes passaria sozinha? Quanto tempo suportaria a dor da solidão? Me pergunto se estou agindo errado, se devo acabar com tudo is...