Anahí e Alfonso entravam na recepção do hospital conversando, Anahí cumprimentou o segurança, as meninas do balcão de atendimento, as recepcionistas, duas senhoras que ajeitavam ali também, apesar de ser diretora do hospital não fazia distinção dos cargos, para ela todo mundo que estava ali, executando a tarefa que fosse, contribuía na organização da instituição, e mereciam valor. Já Alfonso sempre foi fechado, não que tivesse preconceito, até mesmo com os médicos ele era um pouco ignorante. Mas hoje ele até abriu um sorriso para todos ali. Seguiram direto para a sala de reuniões, e já encontraram Dr. Moretti os esperando.
Moretti: Bom dia - sorriu simpático - Me desculpe trazer você aqui essa hora logo depois de um plantão Alfonso - esticou a mão para cumprimentá-lo.
Alfonso: Não há problema algum Moretti - apertou a mão do senhor em cumprimento.
Anahí: Tudo bom Doutor? - beijou-lhe a face.
Moretti: Estou ótimo Annie, espero ficar ainda melhor depois de nossa conversa - esticou a mão para que os dois se sentassem.
Anahí antes de se sentar ao lado do marido, que estava de frente para o dono do hospital, se dirigiu até o ramal que tinha na sala, e solicitou água e café. Quando ela se posicionou, Moretti iniciou a conversa.
Moretti: Já estou ciente de que a resposta dos dois foi negativa, e fiquei surpreso por isso, mas eu compreendo que algumas vezes a mudança causa insegurança e medo. Por isso vou dar um incentivo.
Anahí: Incentivo? - perguntou receosa.
Moretti: Exato. Se um de vocês aceitarem a proposta, vendo quarenta por cento das ações dessa unidade em São Paulo.
Alfonso encarou Anahí. Aquilo era um belo incentivo. Por mais que isso fosse valer uma fortuna, o retorno seria milionário. A família de Anahí e Alfonso possuía bens e sempre tiveram uma vida muito boa financeiramente. Faziam parte da pequena Classe Alta da cidade de São Paulo. Mas como dizem "dinheiro atrai dinheiro", e muitos executivos viviam fazendo proposta para Moretti vender ações, já que ele era dono absoluto do hospital, e ele nunca quis dividir o patrimônio.
Alfonso: Então quem aceitar está livre para comprar quarenta por cento das ações do Hospital de São Paulo, além de ser o dependente das ações do Rio de Janeiro?
Moretti: Perfeito - sorriu olhando Alfonso - E então? O que me dizem?
Nesse instante escutaram um leve barulho. Era uma das moças da cozinha, trazia uma bandeja de prata, com uma jarra de água e uma garrafa de café. Xícaras de porcelana, copo de cristal e alguns biscoitos amanteigados. Deixou os itens na mesa dizendo um baixo bom dia, e se retirou após cumprir seu dever.
Alfonso: Doutor, na verdade o problema não é medo e nem insegurança, mas Annie e eu somos casados, temos uma filha e temos outro bebê a caminho - olhou Annie que sorriu - Então conversando sobre sua proposta, decidimos que não há como um ir pra lá e o outro ficar aqui, um ano é um bom tempo.
Moretti: Puxa vida! - disse sorrindo - Meus parabéns!
Anahí: Obrigada - juntou as duas mãos sobre a mesa - Então pode imaginar o conflito que temos em aceitar tudo isso, é uma ótima oportunidade, ficamos lisonjeados pela insistência e pelo interesse que você tem em colocar seu novo projeto em nossas mãos. Mas no momento não temos como aceitar.
Moretti: Compreendo o que está colocando Annie - se encostou na cadeira analisando os fatos, talvez precisasse mudar sua estratégia para convencê-los - E se você acompanhar Alfonso? - batucou os dedos na mesa.
Alfonso: Me acompanhar? - se ergueu na cadeira.
Moretti: Isso, ela está grávida então acredito que irá se afastar por um tempo. Eu coloco um substituto no hospital pelo tempo de um ano, e então passado um ano vocês voltam para São Paulo, Anahí retoma a diretoria e você faz ponte SP/RJ, não vai precisar fazer plantões aos finais de semana mais, então descansará dessas pequenas viagens da semana, aos sábados e domingo.
Alfonso: Sentimos muito em não poder embarcarmos em sua proposta dessa vez Moretti - Anahí o olhou surpresa, não espera que ele dissesse que toparia, mas estava esperando que ele pedisse mais uns dias para pensando no assunto.
Moretti: É realmente uma pena - disse conformado - Sendo assim, acho que damos esse assunto por encerrado. Pelo menos terei vocês por aqui - sorriu.
Anahí: Com toda certeza - levantou quando escutou seu nome no autofalante, estava sendo solicitada no andar da maternidade, provavelmente uma emergência - Continuaremos nos dedicando ao máximo por aqui - tocou no ombro do elegante senhor - Me deem licença.
Moretti: Claro filha, licença mais que dada - sorriu e observou Anahí sair da sala.
Moretti e Alfonso conversaram por mais alguns minutos até que Alfonso mesmo de folga também foi chamado na emergência. Segunda feira era sempre assim, um caos.
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Enquanto Houver Razões ❥
RomanceAté onde você deixaria tudo por amor? O que seria seu limite? Quantas noites de choro iria aguentar? Quantas datas importantes passaria sozinha? Quanto tempo suportaria a dor da solidão? Me pergunto se estou agindo errado, se devo acabar com tudo is...