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Will

Olho Evelyn guardando cada traço das suas feições nas minhas memórias.

Ela vira-se e começa a correr pelo corredor de forma atrapalhada e descuidada. Ignoro completamente todas as pessoas à minha volta e grito o seu nome o que a faz correr mais.

Murmuro um merda e começo a correr atrás dela.

-Eve, por favor! - Grito. - Eve!

Evelyn corre por todo o lado, entrando em corredores e salas diferentes e eu apenas a tento alcançar. Para além de ela ser rápida, conhece isto melhor o que me atrapalha um pouco.

De alguma forma, ela parece abrandar, talvez pelo cansaço, e eu consigo alcança-la. No momento em que a minha mão segura o seu braço, ela parece cair o que me apanha despercebido e me faz cair também.

-A-Afasta-te... - Ela murmura ofegante.

-Merda, Evelyn. - Resmungo enquanto me ponho de joelhos e olho para ela.

Evelyn tenta levantar-se novamente, mas os seus joelhos caem novamente no chão.

-William, eu... - Ela não consegue respirar.

-Evelyn, o que foi? - Levanto-me à pressa e aproximo o meu corpo do seu.

Eve não responde e fica apenas deitada no chão sem se mexer. Suspiro e observo-a a debater interiormente se chamo alguém.

Decido que, para ela não fugir, tenho de ser eu a tratar dela. Pego na rapariga magra e seguro-a nos meus braços. Evelyn esconde a sua cara contra o meu peito e caminho pela confusão de corredores e salas procurando os dormitórios.

Quando, finalmente, encontro o meu deito a rapariga na minha cama percebendo que esta já se encontra adormecida. Murmuro pequenas palavras para mim mesmo e saio do quarto trancando a porta para me certificar que, se ela acordar, não sairá.

Volto a percorrer a confusão que este hospital é e entro na cozinha vendo vários pacientes a ajudar a cozinhar sei lá bem o quê.

Uma enfermeira olha para mim com a testa franzida.

-William? - Ela questiona. - Não devias estar aqui.

-Sim, mas... - Pensa. - Eu estou esfomeado. Sei que devia esperar pelas refeições como os outros, mas os medicamentos deixam-me sem forças e pensei se me poderia dar alguma coisa.

A senhora fica a olhar para mim a considerar a sua resposta.

Dou-lhe um sorriso e depois pisco os meus olhos. Finjo que não me consigo segurar e cambaleio de prepósito. Ela apressa-se a segurar-me e ajudar-me a ficar estável novamente.

-Estás bem? - Questiona.

-Sim. Acho que sim. - Murmuro num tom baixo para dar uma sensação de fraqueza.

A enfermeira respira fundo e pega num tabuleiro colocando um copo de sumo de laranja e dois bolos com mau aspeto no mesmo. Ela entrega-mo.

-É melhor ires para o teu quarto, comeres e descansares um pouco. Quando te sentires melhor trás isso de volta, por favor.

-Obrigado. - Lanço-lhe um novo sorriso que me é retribuído.

Caminho de volta para o meu quarto envolto nos meus pensamentos sobre o quão fácil foi enganá-la.

Abro a porta do meu quarto vendo que Evelyn se encontra ainda a dormir agarrada à minha almofada. Sorrio perante esta imagem e entro no quarto trancando novamente a porta. Pouso o tabuleiro na cama e pego num pequeno caderno e num lápis de carvão.

EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora