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Evelyn

Não sabia exatamente o que responder ao moreno à minha frente, que vinha acompanhado pelo loiro que ele mais odiava neste sítio.

- Eu quero que te arranjes para irmos jantar. Já está a hora. – Ele sorriu docemente para mim enquanto se levantava da cama, passando os seus dedos nos seus cabelos.

- Hm, claro. – Sorri docemente. – Se me dão licença... - Fiz sinal para que saíssem e William gargalhou.

- Sempre às ordens, madame! – Ambos saíram e eu suspirei.

Tenho medo que Jake abuse novamente e que William parta para cima dele como da ultima vez. Rezo para que isso não aconteça. Não suportaria ver o William na solitária novamente. Saí da cama e fui até à casa de banho para poder pentear os meus loiros e longos cabelos e lavar a minha cara, para poder tirar o ar de quem acabara de acordar de uma longa sesta. Voltei ao quarto e procurei pelas minhas pantufas e ao encontra-las, calcei-as calmamente e puxei os lençóis da cama, de modo a deixá-la arranjadinha.

Saí do quarto e vi William encostado à parede, no exterior. Mas Jake não estava.

- Eu mandei-o ir andando. – Murmurou ele. Deve-se ter apercebido que eu estava preocupada.

- Achei que tinha acontecido alguma coisa novamente. – Suspirei baixinho e Will agarrou-me e beijou os meus lábios levemente.

- Descansa. – Sorriu contra os meus lábios, fazendo-me sorrir. – Neste momento, só quero estar contigo e com o nosso bebé, meu amor. – Eu conseguia sentir a felicidade na voz. Era impressionante.

- Mas vá, agora vamos comer porque eu estou esfomeada. – Agarrei a mão dele e comecei a puxá-lo pelo corredor a fora, para que ele viesse comigo.

Apenas ouvia a sua gargalhada rouca enquanto eu o puxava. Entrámos na sala de convívio e já haviam dois tabuleiros em cima de uma das mesas prontos para nós, enquanto Jake se mantinha a olhar para o seu, bastante sozinho. Parei de puxar Will e olhei para ele.

- Não gosto de como o tratamos, Will. – Sussurrei.

- Ele merece depois daquilo que te fez. – Ele murmurou baixinho.

- Eu sei, mas... - Suspirei. – Ele até é um bom rapaz, sabes?

Ele apenas suspirou e começou a caminhar na direção de Jake. Eu caminhei atrás dele e sentei-me entre ambos.

- Jake. – Chamei-o, para poder ter a sua atenção. Ele levantou a cabeça e sorriu para nós.

- O que te trouxe aqui, aberração? – William perguntou no seu tom rude e eu bati na sua coxa, de modo a repreendê-lo. Ele olhou para mim com um ar ofendido. – O quê? É verdade! – Defendeu-se. Jake apenas gargalhou.

- Basicamente nada. – Balbuciou. – Em criança eu fazia experiências, eu matei o gato da minha irmã com as minhas próprias mãos, eu espetei uma tesoura no peito de uma menina, na primária. – Ele repetiu o que me contara sobre o seu fascínio.

- Então, és um aspirante a psicopata, apenas. – Will barafustou e levou uma garfada da sua comida à boca.

- Talvez, não sei. – Suspirou o loiro. – Tentei matar o meu irmão mais novo, não vai há muito tempo, foi mesmo quando começaste a matar. – Murmurou.

- Eu já mato há muito. – Explicou Will e eu dei-lhe um olhar de como quem diz para não encorajar o rapaz.

- Eu quero ser como tu, Will. – O miúdo quase choramingou.

EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora