12

352 29 2
                                    

Will

Evelyn adormece no meu abraço. Ela treme ligeiramente durante os primeiros minutos de sono, talvez a estabilizar depois do que aconteceu, mas depois fica calma.

Acaricio os seus cabelos enquanto a observo. Os seus lábios estão entreabertos e não consigo resistir em beija-los. Ela não desperta e sorrio para a sua carinha de anjo. Tão serena.

Fecho os olhos e inspiro o seu perfume. Sinto-me adormecer.

Ele está a gritar comigo. Ele cheira a álcool novamente. Eu estou sentado a olhar para o chão. As minhas mãos ainda estão manchadas de tinta preta e ainda tenho o pincel na minha mão.

-Porque fizeste isto, William? Porque a desenhaste? - Ele pergunta de novo. - Sabes que mais? Acabou-se menino!

Ouço o som da minha tela a partir e levanto o olhar para ele. Os meus olhos enchem-se de lágrimas ao ver que ele desfez o quadro da minha mãe. Levanto-me e tento puxá-lo.

-Para! - Eu grito com ele.

Ele bate-me. Eu acabo no chão.

-Vais aprender. - Ele diz com aquele sorriso frio para mim.

Sou abanado até despertar. A minha respiração está acelerada e Evelyn está a olhar-me com os seus olhos grandes. Levanto-me da cama e puxo os meus cabelos.

-William? Tu estás bem? - Ela murmura. - Parecia que estavas a ter um pesadelo.

-Estou bem. - Digo num tom ríspido.

Evelyn sustem a respiração. Os meus músculos estão tensos e eu não consigo pensar direito. Aquele homem já cá não está e ainda me trás tantos problemas. Noite após noite, prende-me nesta merda de sofrimento repetitivo.

Os braços finos e magros de Evelyn enrolam-se na minha cintura e é a minha vez de suster a respiração.

-Will, por favor, não penses em pesadelos estúpidos. - A sua voz doce pede.

Viro-me para a poder olhar e ela encara-me com aqueles olhos lindos tentando avaliar-me. Colo os nossos lábios e aperto o seu corpo no meu para que ela não me possa escapar. As suas mãos vão para os meus cabelos escuros e passo a minha língua na sua sentindo o meu corpo aquecer.

Empurro Evelyn na direção da cama, sem desfazer o nosso beijo. Ela cai sob o colchão e eu deixo o meu corpo cair em cima do seu.

Afasto os meus lábios dos seus e subo a sua camisola avaliando a sua expressão. Ela mantem-se calada e atenta enquanto a sua respiração acelera. Tiro-lhe a camisola e beijo o seu pescoço. A rapariga puxa a minha camisola para fora do meu corpo, com as mãos a tremer. Os seus dedos exploram a minha pele, desenhando cada linha negra das tatuagens do meu corpo.

Evelyn puxa as minhas calças e eu olho os seus olhos parando-a.

-Eve, eu não te vou obrigar a nada. - Eu digo-lhe, embora sorriso no meu rosto diga outra coisa. Sou novo na porra do não te vou obrigar a nada.

-Eu quero. - Ela diz com as bochechas vermelhas.

Viro-nos na cama para ela poder ficar por cima. Evelyn puxa-me as calças e logo depois fica a piscar os olhos quando encara os meus boxers.

-Não precisas de... - Começo, mas ela já os está a tirar. Ela volta a olhar para mim com as bochechas em brasa e eu rio-me transmitindo-lhe confiança. Pego na sua mão. - Mete a tua mão aqui.

Ajudo-a a começar com movimentos simples e vagarosos para depois acelerar o ritmo. Eu deito a minha cabeça na almofada e encho o quarto com gemidos prazerosos. Peço-lhe que aumente o ritmo e surpreendo-me quando sinto a sua língua na ponta.

Elevo-me nos cotovelos para poder olhar para ela. Ela aumenta o ritmo e eu sinto o meu corpo vibrar de prazer. Gemo alto e logo depois ouço-a guinchar.

Ela senta-se ao meu lado a encarar-me enquanto eu descanso. Olho para ela e rio-me de novo.

-Desculpa querida, devia ter-te avisado. - Digo-lhe limpando o canto da sua boca para depois a beijar. - Fizeste um ótimo trabalho meu amor.

Evelyn volta a vestir a sua camisola sem desprender os olhos de mim.

-O que foi? - Pergunto-lhe enquanto volto a subir os meus boxers e as minhas calças horríveis da instituição.

-Sabe tão mal. - Ela faz uma careta produzindo uma grande gargalhada minha.

Um bater na porta faz-me calar. Visto a camisola rapidamente enquanto Evelyn compõe a minha cama. Abro a porta encarando Darren.

-O que tu queres? - Levanto uma sobrancelha.

-Está na hora da nossa sessão. - Ele diz.

-Ah. Desculpa. Perdi-me no tempo. - Respondo. - Evelyn, é melhor ires comer alguma coisa. Eu depois vou ter contigo.

-Não. - Darren diz. - Gostava que ela se juntasse a nós.

Assinto e estendo a minha mão para ela. Os seus dedos brancos enrolam-se nos meus e saímos atrás de Darren.

Quando entramos no gabinete dele, Dr. Martin está sentado na mesa a conversar com os três enfermeiros ali presentes. Os meus instintos dizem-me para virar costas e ir embora. Os de Evelyn devem dizer-lhe o mesmo porque ela começa a espremer-se contra mim à procura de proteção.

-William, Evelyn. Obrigado por se juntarem a nós. - Martin sorri enquanto Darren se coloca a seu lado.

Um dos enfermeiros puxa Evelyn para si e eu sinto o meu corpo tremer de raiva. Tento avançar sobre ele, mas os outros dois puxam-me e fazem-me sentar numa cadeira.

-Deixa-a ir! - Rosno para Darren.

-Ela está muito bem. - Darren replica, mas o choro que ela inicia diz-me outra coisa.

O homem que a segura tem uma mão no seu pescoço e os lábios colados na orelha dela. Ele. Vai. Pagar-mas.

-O que queres? - Resmungo sabendo muito bem que ele quer fazer-me falar.

-Diz-me William, de onde veio essa tua intuição de violar e matar mulheres? - Dr. Darren questiona-me.

-Mas que merda? - Eu olho para Evelyn que me encara ainda a chorar. - Já falamos dessa porra, Darren.

Tento soltar-me, mas os caralhos dos enfermeiros seguram-me bem.

-Talvez pelo que aconteceu à tua mãe? - Darren ataca de novo.

-Não tragas a minha mãe para a conversa. - Fico desesperado quando vejo o outro enfermeiro a passar os seus dedos no corpo dela.

-Então talvez o teu pai? - Martin fala de novo. A minha cabeça pende para a frente e deixo de ter vontade de falar. Mordo o lábio tentando afastar as imagens. - Porque o mataste William? Que ideia maluca te surgiu para...

-Esse caralho bateu-me e violou-me. - Interrompo-o dando-lhes o que eles queriam, de mão beijada sem aguentar mais ver a minha Evelyn a chorar. - Todos os dias. Eu não consegui aguentar mais, está bem? Essas mulheres? Essas mulheres foram um desvario. Como se me consolassem da dor, mas acabava sempre.

Darren e Martin olham-me com os olhos arregalados para depois fazerem sinal com a cabeça aos enfermeiros. Eu sou libertado, assim como Evelyn.

Seguro o enfermeiro que tocou nela pelo colarinho e dou-lhe um murro que lhe faz um corte por baixo do olho. Evelyn puxa-me impedindo-me de fazer mais alguma coisa.

-William! - Darren resmunga enquanto me vê abraçar o corpo dela. - Vão-se embora antes que te mande para a solitária outra vez.

Puxo Evelyn para fora dali e paro no corredor para lhe secar as lágrimas que ainda lhe escorriam pelas bochechas.

-Desculpa. - Eu sussurro-lhe.

-Não. - Ela abana a cabeça e volta a abraçar-me.

-Vem dormir comigo esta noite.

%ߊ;K

EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora