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Will


- Estive a investigar, William. - Dr. Darren chama-me à atenção. - Pelo que vi tinhas boas notas na escola. Trabalhavas muito? Gostavas daquilo?

Encolho os ombros levantando-me da cadeira. Percorro o seu escritório e passo os meus dedos por um dos livros da sua estante. Os meus olhos correm pelas capas duras e velhas observando os nomes escritos a letras estragadas e desgastadas.

- Reparei que a tua pior disciplina era matemática. O que tinha a matemática que tu não podias aguentar? - Insiste em fazer-me falar.

-Números Dr. Parker. Matemática tinha números e eu não gosto de números. - Digo frustrado interessando-me agora nos seus quadros das paredes brancas.

- No entanto, eras o melhor da tua turma, a desenho. - Ele continua a dizer coisas interessantíssimas sobre a minha vida. - Falei com a tua última professora de desenho. Ela disse-me que as tuas obras eram muito boas, mas estranhas. Ela não as tinha. Tu quiseste ficar com todas elas. Eram sobre o quê?

- Cenas que eu gosto. Cenas que eu não gosto. - Sou bastante resumido nas minhas palavras.

Dr. Parker rabisca qualquer coisa no caderno de anotações libertando um suspiro pesado.

- Queres falar dessas coisas? Dessas cenas que gostas e que não gostas? - Ele tenta puxar por mim novamente.

Sento-me bruscamente na cadeira novamente.

- Sexo. Eu gosto de sexo. - Inclino a cabeça para o lado vendo-o olhar-me imediatamente.

- E com alguém em particular? - Ele questiona.

- Não antes. Poderia ser qualquer mulher. - Encolho os ombros.

- Porquê? Porquê ninguém em especial?

- Tanto me faz. No final do dia sexo é sexo. - Despenteio os meus cabelos de forma distraída.

- Mas disseste antes. Tens alguém em mente agora? Podes falar comigo sobre isso.

Mordo o meu lábio inferior e inclino-me para a frente ficando a poucos centímetros dele.

- Ela é deliciosa. Evelyn. - Adoro a maneira como a minha língua se mexe para dizer o seu nome.

Darren parece ficar tenso. Rabisca mais qualquer coisa no seu caderno de forma rápida e concentra o seu olhar no meu.

- Não fico confortável em falar da Evelyn. - Darren diz com um tom mais alto do que usou até agora.

- Porquê? Disseste que eu podia falar disto contigo. - Provoco. - Ela é perfeita. Adoro o facto de ela confiar em mim. Adoro tocar na sua pele pálida e vê-la responder ao meu toque. Fazê-la ronronar que nem uma gatinha. Consigo senti-la a ficar molhada. É virgem, sabes? As virgens ficam molhadas tão facilmente.

- William. - Ele avisa-me.

- Ela é tão doce. Mal posso esperar para a poder provar. - Lambo os lábios.

- William, acabou esta sessão. Podes ir. - Ele resmunga. Consegui atacá-lo. Sorrio.

- A minha hora ainda não acabou. - Aponto para o relógio. Decido que já o perturbei o suficiente por hoje. - E tu Darren?

- O que tenho eu? - Ele volta ao tom baixo e calmo.

- Pensas muito em sexo? Com quantas enfermeiras já te envolveste?

A sua reação é divinal. Adoro conseguir controlar as emoções deste homem desta maneira.

- William...

- Oh va lá, Darren. Vais-me dizer que não olhas para um bom rabo e não bates uma a pensar nela. - Rio-me. - Eu já fiz isso a pensar na Evelyn.

Falhei na minha própria decisão de não o provocar mais.

- E as mulheres que mataste William? - Ele apanha-me desprevenido, mas nem por isso que mudo a minha disposição.

- Já disse. - Recordo-o.

- Porque as violaste? Porque não te limitaste a matá-las? - Fica atento aos meus movimentos.

- Eu tinha um motivo para as matar e um motivo para as violar. - Respondo mais uma vez, de forma vaga.

- Que motivo tinhas para as violar?

- Já olhaste para um corpo feminino, Darren? - Gozo. - A figura feminina é simplesmente perfeita. Sem falhas. Claro que umas têm qualidades melhores que as outras e eu sabia escolher bem isso nas minhas meninas. Eu não poderia simplesmente matá-las sem apreciar a beleza delas como deve ser. Como um homem de verdade.

- Como te sentias ao fazer-lhes isso? Ao vê-las implorar por um fim? Diz-me o que isso era para ti. - Ele pede.

Olho para o relógio novamente e lanço-lhe um sorriso aberto.

- O nosso tempo acabou. - Digo e ele verifica os dois minutos que passam da hora. Levanto-me e encaminho-me para a porta. - Até à próxima sessão, Darren. 

EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora