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Will

De alguma forma, eu consegui dormir sem pesadelos para me fazer acordar com aquele peso no peito.

Quando acordo, o seu cheiro angelical é a única coisa que paira no quarto. Os seus cabelos loiros estão espalhados pelo meu peito, os seus olhos estão fechados, as suas bochechas têm alguma cor e não consigo evitar que o sorriso flua nos meus lábios.

Gostava de acordar assim, sempre.

Beijo os seus lábios ligeiramente entreabertos e saio de debaixo dela com o mais cuidado possível para não a despertar. Verifico as horas percebendo que anda é bem cedo e pela maneira que ela estava ontem, ainda vai dormir por algum tempo, por isso, pego no meu caderno e sento-me ao seu lado na cama.

Puxo do meu lápis e desenho a sua silhueta. Os cabelos compridos espalhados pela cama, o seu corpo bem definido, o seu rosto bonito. Sorrio quando termino e passo as páginas vendo os vários desenhos dela, mas paro num que não é nada parecido com ela.

Mordo o lábio. O desenho não está acabado. Era suposto ser a minha mãe, mas eu já não me consigo lembrar do seu rosto. Por mais que tente desenha-la como antes o fazia, já não me consigo recordar de como ela era.

Levanto-me, de certa forma frustrado, e volto a guardar o caderno. Saio do quarto sem fazer barulho e caminho em direção à cozinha. Ao passar na sala de convívio, vejo o velho Amilton a jogar xadrez sozinho e vou cumprimenta-lo.

-Senta-te, William. - ele pede-me.

-Desculpe, talvez mais tarde. Tenho a Evelyn à espera pelo pequeno-almoço. - respondo-lhe.

Ele assente, com os olhos a tentar ler a minha expressão. Volta a fixar o olhar no tabuleiro quando a voz de Darren me chama.

-A Evelyn? - ele pergunta-me. Quando me viro para o observar, lá está Martin a segurar uma prancheta e uns comprimidos com um sorriso que, eu juro por tudo, vou tirar do seu rosto.

-Bom dia, Dr. Parker. - suspiro.

-Onde está ela, William? - Darren insiste. - Queremos dar-lhe os novos medicamentos e ver como ela reage a eles.

-Novos medicamentos? - olho para Martin e tento processar o nome escrito na etiqueta do frasco.

-São para as dores que ela tem tido. - Martin responde-me.

-Que dores? - semicerro os olhos. Percorro todo o meu cérebro à procura daquele nome.

-Pensei que soubesses tudo sobre a tua boneca. - Martin ataca.

Os meus olhos prendem-se nos seus e vejo o seu sorriso ser substituído por uma cara receosa. Eu disse que lhe tirava o sorrisinho.

Lembro-me de quando a minha mãe descobriu o que tinha, tentou aumentar o seu ritmo para poder passar o máximo de tempo comigo possível, mas os médicos drogaram-na com imensos calmantes que a faziam ficar lenta, deprimida e tudo o que ela fazia era dormir e quase esquecer de quem era.

Não os vou deixar meterem a Evelyn nesse estado de merda.

-Eu sei. E sei que ela não tem dores nenhumas. - rosno. - Se vocês lhe derem um calmante que seja, vão ter problemas.

-O que vais fazer William? Chamar a polícia. - Darren ri-se.

-Estás a esquecer-te que eu estou aqui por todas as mulheres que matei, Darren. - o sorriso frio volta para o meu rosto. - Matar vocês os dois seria tão fácil.

-William... - Martin levanta as sobrancelhas.

-Vocês ficariam mortos e eu apenas seria obrigado a estar aqui mais alguns anos.

-William! - Darren rosna para eu acabar com as ameaças.

-Não quero que andem a drogar a Evelyn, entendidos?

-Eu sou o médico dela! Eu sei o que faço. - Darren grita-me.

-Pensei que também fosses um pai para ela. - lanço-lhe um sorriso.

Darren entreabre os lábios e aí sei que ganhei. Tiro o frasco de medicamentos das mãos de Martin e começo a afastar-me quando ouço o velho Amilton a rir da situação.

A caminho da cozinha, deito os medicamentos no lixo e depois pego no pequeno-almoço para ela. Regresso ao quarto, mas ela ainda está a dormir.

Pouso a comida na mesa de cabeceira ao seu lado e subo mais o seu cobertor. Passo as mãos pelos cabelos em frustração e dirijo-me à casa de banho para poder tomar um banho. Dispo todas as minhas roupas e enfio-me no chuveiro para depois ligar a água quente.

Lavo a minha pele pintada por todas as tatuagens. Ouço movimento no quarto e desligo a água. Espero bem que não sejam o Darren e o Martin, mas e se for a Evelyn a ir embora?

Pego numa toalha e enrolo-a à volta da minha cintura. Entro no quarto e vejo Evelyn sentada com as pernas à chinês em cima da minha cama, com a tabuleiro à sua frente e a morder uma torrada.

Os seus olhos caem em mim e as suas bochechas ficam vermelhas.

-Bom dia querida. - sorrio-lhe.

-Vai-te vestir, Will. - ela desvia o olhar completamente embaraçada.

-Depois do meu beijo de bom dia. - respondo, inclinando-me na cama para ela. Franzo os lábios e fico à espera dos seus.

Ela vira o rosto para mim, com os olhos fechados para não ter de me ver. Rio-me e beijo os seus lábios.

-Veste-te agora. - resmunga.

Puxo as suas pernas com força, para que ela fique bem próxima do meu corpo.

-Ainda não terminei o meu banho. - respondo. O seu peito sobe e desce bem depressa. Aproximo a minha boca no seu pescoço e beijo-lhe a zona sensível para depois chegar ao seu ouvido. - Olha para mim.

Evelyn abre os seus olhos para mim e eu próprio sinto a minha respiração aumentar. Puxo as suas mãos e levo-a para a casa de banho comigo.

-William, o que vamos fazer? - ela lá tem coragem de dizer num tom baixo.

-Vamos tomar banho, está bem? - pergunto. Ela confirma com a cabeça com as bochechas cada vez mais vermelhas.

Coloco-me de joelhos no chão e desaperto o botão das suas calças. Puxo-as para fora do seu corpo e depois puxo as suas cuecas de forma lenta, mantendo o meu olhar colado no seu. Volto a levantar-me e sorrio quando ela levanta os braços no ar para eu lhe tirar a camisola. Levo as minhas mãos ao fecho do seu sutiã e desaperto-o.

Evelyn não desvia o seu olhar de mim, observando o meu sorriso e a minha excitação. Deslizo as alças pelos seus braços até que a peça de roupa interior acaba no chão.

Merda.

Eu quero tocar-lhe. Eu quero fodê-la na porra da banheira. Não William. Não. Ela não é uma qualquer. Ela é a tua menina. A tua boneca. Ela é especial. Ela merece tudo.

Deixo a minha toalha cair junto das suas roupas e estendo-lhe uma mão para a ajudar a entrar no chuveiro comigo. Ligo a água quente de novo. Faço-a colar as costas ao meu peito e abraço a sua cintura. Beijo o seu ombro.

Isso. Com calma. Não a magoes. Trata-a bem. Ela merece isto, ela merece tudo.

-Tu és linda. - ronrono no seu ouvido e pressiono a minha ereção no seu rabo para a ouvir soltar um leve gemido.

As suas mãos seguram as minhas e sinto o seu corpo chamar por mim. Chamar por mais.

EvelynOnde histórias criam vida. Descubra agora